quinta-feira, 16 de julho de 2015

História: 15 anos do Grande Prêmio da Áustria de 2000

O abandono de Michael Schumacher na França abriu novamente o campeonato de 2000, mas aparentemente, desta vez o maior adversário do alemão seria David Coulthard, que mostrou toda a sua agressividade (e outras coisas também...) em Magny-Cours, vencendo a prova, tomando as rédeas da equipe McLaren, que parece ter superado a Ferrari no verão de 2000. Para comprovar isso, o piloto de testes da equipe McLaren Olivier Panis foi à Mugello para uma sessão de testes e fez o melhor tempo do ano. Dentro da casa da Ferrari! Para Mika Hakkinen, a corrida na Áustria era essencial. Se ainda quisesse seu terceiro título consecutivo, Mika precisava vencer para baixar a bola do seu companheiro de equipe e trazer de volta a confiança da McLaren nele. Para Schumacher, que nunca havia vencido no A1 Ring, a corrida era decisiva em sua incessante corrida para tirar a Ferrari do seu já longo jejum.

A sessão de treinos livres mostrou uma McLaren bem superior à Ferrari, com Schumacher tendo que lhe dar com um carro nitidamente desequilibrado, mas o clima austríaco pregou uma peça nas equipes após um tempo bem quente na sexta. Minutos antes dos boxes serem abertos para a classificação, uma pequena garoa começou a cair em Zeltweg e todos os pilotos foram para o pit-lane, excluindo os dois carros da Jordan. Mas incluindo Luciano Burti. Eddie Irvine passou mal na sexta-feira e a Jaguar foi forçada a usar seu piloto de testes, que estreava na F1 de maneira bastante conturbada. Sem conhecer a pista, Burti foi ajudado por Barrichello, que lhe guiou no terceiro treino livre. Uma camaradagem rara de se ver. Na classificação, com pista seca, a McLaren logo se sobrepõe a todos, mas a surpresa foi Hakkinen dominar de forma absoluta seu motivado companheiro de equipe Coulthard. Surpresa maior foi na Ferrari, onde Barrichello derrota Schumacher pela segunda vez na temporada, algo que nunca havia acontecido na carreira do alemão. As duas Ferraris compartilharam a segunda fila. Atrás das duas equipes top, havia uma grande batalha pelo quinto lugar, mesmo que estando seis décimos atrás de Michael Schumacher. Havia um enorme equilíbrio no grid, com os próximos quatro carros separados por apenas alguns milésimos de segundo e do quinto ao décimo nono lugar, havia somente sete décimos de diferença, com destaque negativo para a Williams, ficando em 18º e 19º, pior posição de grid da equipe na década.

Grid:
1) Hakkinen (McLaren) - 1:10.410
2) Coulthard (McLaren) - 1:10.795
3) Barrichello (Ferrari) - 1:10.844
4) M.Schumacher (Ferrari) - 1:11.046
5) Trulli (Jordan) - 1:11.640
6) Zonta (BAR) - 1:11.647
7) Villeneuve (BAR) - 1:11.649
8) Fisichella (Benetton) - 1:11.658
9) Salo (Sauber) - 1:11.761
10) Verstappen (Arrows) - 1;11.905

O dia 16 de julho de 2000 estava nublado em Zeltweg, com perigo de chuva, mas o imprevisível clima austríaco não poderia garantir nada. O primeiro final de semana de Luciano Burti na F1 continuava atribulado, com o brasileiro tendo um vazamento de água em seu carro e tendo que largar dos boxes. Quando as cinco luzes vermelhas se apagaram, os dois carros da McLaren largam muito bem, o mesmo não acontecendo com as duas Ferraris. Chegando na primeira curva, Pedro Paulo Diniz desvia de Verstappen e perde o controle do seu Sauber, batendo em Fisichella, que foi pego de surpresa. Diniz ainda continuou na corrida, mas Fisichella abandonaria sua primeira corrida na temporada 2000. Zonta, na sua melhor posição de largada na F1, chega na primeira curva colado em Schumacher e acaba batendo na traseira da Ferrari do alemão, que roda e bate na Jordan de Trulli. Com um problema dessa magnitude nas primeiras filas da corrida logo na largada, quem escolheu o caminho correto se deu bem, enquanto o safety-car entrava na pista para retirar a Ferrari de Schumacher, que ainda tentou atravessar seu carro na pista e provocar uma bandeira vermelha. Trulli também abandonou no local.

Quando o safety-car voltou aos pits, o pelotão estava mudado de forma dramática. Salo pulara de 9º para 3º. Pedro de la Rosa de 12º para 4º e Button subia incrivelmente de 18º para sexto. Rubens Barrichello também fora atingido na traseira por Trulli, mas conseguiu controlar sua Ferrari, porém com o assoalho do carro danificado, Rubens teve que lhe dar com um carro bem desequilibrado no resto da tarde. Com Barrichello relargando apenas em oitavo, as duas McLarens imediatamente sumiram na frente, com Hakkinen claramente à frente de Coulthard. Mostrando sua ótima fase, De la Rosa ultrapassa a Sauber de Salo para ficar num distante terceiro lugar. Barrichello recuperava posições rapidamente, seguido por Frentzen, mas o motor Mugen Honda do Jordan do alemão acabaria explodindo ainda no começo da prova. Quando Barrichello ultrapassa Salo e assume o quarto lugar, a corrida já estava praticamente nas mãos da McLaren. O brasileiro estava 7s atrás da Arrows de De la Rosa e 14s atrás das McLarens. Porém, haveria troca de posições na McLaren, favorecendo o melhor colocado no campeonato David Coulthard? Para desespero do escocês, isso não fazia parte da política da McLaren, que na temporada anterior, não inverteu a ordem na corrida belga, com o próprio Coulthard vencendo uma corrida na frente de Hakkinen. Na Áustria, Mika liderava com autoridade, chegando a abrir 1s por volta em cima de David, como se quisesse mostrar a todos, principalmente a Coulthard, quem realmente mandava no reino da McLaren.

Os brasileiros Diniz e Zonta são punidos pelos acidentes provocados na primeira curva, enquanto o terceiro brasuca, Barrichello, tem dificuldades de se aproximar da Arrows do espanhol De la Rosa, graças ao problema do assoalho danificado do brasileiro, mas a péssima confiabilidade da Arrows foi demonstrada novamente quando De la Rosa tem que abandonar com o câmbio quebrado. A primeira e única rodada de paradas começou na volta 35, com Hakkinen sendo o primeiro dos líderes a entrar, mas não antes de ter colocado uma volta em todos os pilotos até o quarto colocado. Coulthard faz sua parada na volta 42 e Barrichello na 46. Todos sem problemas e com os três primeiros colocados bem destacados e separados entre si. Na volta 43 a dupla da Prost faz outra presepada quando Alesi bate em Heidfeld e ambos estavam fora da corrida, enquanto Alain Prost desejava saber o que tinha feito para merecer um ano tão ruim como aquele. Villeneuve tinha perdido muitas posições na confusão da primeira volta, mas após retardar sua parada, subia para quarto, enquanto Button fazia uma ótima corrida, lembrando da posição que largou, e corria num sólido quinto lugar. O último momento marcante da corrida foi quando Zonta tem o motor quebrado no final da corrida e quase é atingido pelo guincho. Frustrado pela oportunidade desperdiçada, o brasileiro mostrou o dedo médio para o comissário. No final da prova, Hakkinen abranda o seu ritmo e permitiu a Couthard cruzar a linha de chegada bem próximo, mas essa 16º vitória do finlandês mostrava que ele estava de volta à disputa pelo título. Porém, depois da corrida, a dobradinha da McLaren foi posta em dúvida quando a FIA não achou os selos obrigatórios na caixa preta nos carros de Hakkinen e Coulthard. Havia um perigo de desclassificação no ar, mas o resultado foi mantido, porém, pelo erro, a McLaren teve seus pontos no Mundial de Construtores cassados. Essa dobradinha da McLaren definitivamente ligou o sinal de alerta da Ferrari e para Schumacher!

Chegada:
1) Hakkinen
2) Coulthard
3) Barrichello
4) Villeneuve
5) Button
6) Salo

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