quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Bizarro e merecido

Vinte anos atrás, ocorreu o Grande Prêmio da Itália de 1995, vencido por Johnny Herbert, a segunda do simpático piloto inglês na sua carreira. Porém, como havia acontecido em Silverstone, Herbert contou com muita sorte até a corrida cair no seu colo, numa corrida cheio de lances bizarros.

Tudo começou quando o pole position David Coulthard conseguiu a proeza de rodar durante a volta de apresentação. Porém, o vexame do escocês só não foi maior, por que um acidente na largada trouxe a bandeira vermelha e Coulthard foi permitido largar, ainda na pole, com o carro reserva. Como o bólido reserva estava acertado para Hill, Coulthard pouco pôde fazer durante a prova e abandonaria ainda no começo. Porém, luta pelo título e pelo estrelato era entre Michael Schumacher e Damon Hill. O alemão havia acabado de ser anunciado como piloto Ferrari a partir de 1996 para ganhar um salário milionário e Monza seria sua primeira corrida na frente dos seus futuros torcedores. Que não se animaram muito. Acostumada com pilotos 'quentes', os tifosi achavam Schumacher 'frio' demais e preferiam Jean Alesi, mesmo o francês tendo apenas uma vitória no currículo.

Querendo mudar essa impressão, Schumacher segurava Hill na luta pela segunda posição, numa corrida liderada pela Ferrari de Berger. Na volta 23, ambos se aproximaram de colocar uma volta em cima de Taki Inoue. Quando Schumacher passou o japonês, Hill acabou fechado por Inoue e para não bater no Arrows, acertou em cheio a traseira de Schumacher. Era a segunda batida das duas estrelas da F1 de 1995. Schumacher saiu do carro uma arara, tendo que ser segurado pelos comissários!

Enquanto não corria de vermelho, Schumacher viu os tifosi vibrarem com o seu infortúnio, pois os dois pilotos da Ferrari lideravam a corrida. E em dobradinha, com Alesi na frente de Berger. Então, Berger abandona na volta 32 com a suspensão quebrada. O que poderia ter acontecido? Correndo próximo de Alesi, para fazer a festa da Ferrari mais bonita, Berger foi alvejado... pela câmera de bordo de Alesi, quebrando sua suspensão. Lembrando as preocupações de vinte anos mais tarde, ainda bem que a câmera atingiu a suspensão da Ferrari de Berger...

Porém, os tifosi ainda tinham Alesi para torcer. E o francês fazia uma bela corrida e tinha tudo para conseguir sua segunda vitória na F1 e logo na frente dos torcedores da Ferrari, que tanto o idolatravam. Alesi também já esteve naquelas arquibancadas torcendo pela Ferrari e não deixaria de ser um cala-boca em Jean Todt, manda-chuva ferrarista. Todos esses ingredientes deve ter feito o abandono por falha mecânica de Alesi, faltando apenas sete voltas para o final, ainda mais dolorido para o simpático francês.

E depois de tantas presepadas, quem ainda poderia vencer? Quietinho, longe do ritmo dos líderes, e bem discreto, Herbert se aproveitou dos problemas alheios para vencer pela segunda vez na F1, numa corrida bizarra, mas sem tirar os méritos de Herbert.  

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