Suzuka e suas curvas rápidas sempre foi uma das pistas favoritas de todos os pilotos de F1, se tornando um clássico dentro da categoria. Todos os pilotos falam do prazer em se pilotar em Suzuka, principalmente no primeiro setor da pista, com várias curvas rápidas em sequência. Porém, nos últimos anos, as corrida em Suzuka não são das mais animadas para quem está assistindo e hoje tivemos outro exemplo de uma corrida que deve ter sido divertida para quem estava dentro do cockpit, mas tediosa ao extremo para quem assistia pela TV. Lewis Hamilton não tinha nada com isso e com uma largada perfeita, não apenas ultrapassou, como deu um chega-pra-lá no pole Nico Rosberg para desfilar nas 53 voltas de corrida, chegando à 41º vitória na F1, se igualando a Ayrton Senna, seu ídolo. As demais posições do pódio foram as mesmas da maioria das corridas de 2015, com Nico Rosberg se recuperando até completar a dobradinha da Mercedes e Vettel sendo o melhor do resto.
A corrida, da primeira à última posição, foi definida na largada. Hamilton saiu melhor do que Nico Rosberg, mas o alemão, ainda sonhando com o título, jogou duro com o companheiro de equipe nos primeiros metros da corrida em Suzuka, com ambas as Mercedes andando lado a lado, devendo ter deixado a cúpula da Mercedes angustiada naqueles segundos, onde Hamilton finalmente se impôs sobre Nico e ainda fez com que Rosberg saísse brevemente da pista, proporcionando que Vettel, em excelente largada, e Bottas ficassem entre o inglês e Rosberg. Meio que dando uma resposta pela corrida em Cingapura, Lewis Hamilton esmagou a concorrência no primeiro stint de corrida, rapidamente chegando aos 7s de vantagem sobre Vettel e 10s sobre o quarto colocado Nico Rosberg, principal preocupação de Lewis. Andando 2/3 da prova com os pneus macios, Hamilton desapareceu, chegando a abrir mais de 12s sobre Vettel e nem quando o segundo colocado era Rosberg, Lewis se preocupou em perder a 41º vitória de sua já gloriosa carreira, se igualando a Senna como o quarto piloto com mais vitórias na história da F1, podendo pular para terceiro ainda em 2015, quando deverá conquistar o tricampeonato. Hamilton dominou como esperava dominar semana passada em Cingapura, mas em Suzuka Lewis deu um claro sinal de que o fracasso em Cingapura foi um ponto fora da curva e que deverá papar o terceiro título até mesmo com alguma antecipação. Nico Rosberg foi mais aguerrido do que o normal, mas outra má largada do alemão o relegou ao quarto lugar quando Hamilton espalhou para cima dele no complemento da curva um. Nico ainda se assustou com um problema no seu motor, mas quando não se falou mais disso, fez uma bela ultrapassagem sobre Bottas na freada da chicane e usando o potencial do seu carro, deixou Vettel para trás nos boxes. Porém, o segundo lugar em outra corrida de recuperação é muito pouco para Rosberg poder incomodar Hamilton, mas ao menos o alemão abriu um pouco de Vettel na luta pelo vice-campeonato, pois com o carro que tem, perder o vice-campeonato pegaria muito mal para Rosberg.
Vettel fez uma boa largada, tomando a posição de Bottas e se aproveitando da espalhada de Rosberg, mas depois disso o alemão pouco pôde fazer para enfrentar o poderio da Mercedes. Quando teve Rosberg atrás de si, nem as incríveis paradas da Ferrari fez com que Vettel saísse na frente do compatriota e Sebastian teve que se conformar mesmo com a terceira posição, posição mais do que habitual do piloto da Ferrari. Raikkonen fez uma corrida burocrática, assim como a maioria do grid, deixando Bottas para trás nos boxes para terminar em quarto, provando que a Ferrari é mesmo a segunda força da F1. Bottas chegou a sonhar com o pódio, mas nem mesmo fazendo 2/3 da prova com os pneus macios fez com que o finlandês fosse capaz de andar no mesmo nível da Ferrari e Bottas terminou num isolado quinto lugar. Massa foi outro que teve sua prova decidida na largada, quando um pequeno toque com Ricciardo furou o pneu dianteiro do brasileiro, que teve que fazer toda a primeira volta tão lentamente, que foi alcançado por Hamilton no final da primeira passagem. Com uma volta de desvantagem, tudo o que Massa pôde fazer foi ultrapassar os dois carros da Manor, mas com duas corridas azaradas, Felipe ficou para trás na briga pelo quarto lugar no Mundial de Pilotos. Hulkenberg se recuperou de uma sequência ruim de corridas e conseguiu um ótimo e solitário sexto lugar, enquanto Pérez se envolveu num incidente com Hulk e um Toro Rosso na primeira curva, caindo para as últimas posições logo de cara, acabando com a boa sequência de pontos do mexicano, que renovou contrato com a Force India para a próxima temporada. A Lotus, que quase ficou sem almoço na sexta devido à sua calamitosa situação financeira e a indefinição da Renault de compra-la logo, fez seu feijão-com-arroz e pôs seus dois carros nos pontos, com Grosjean, de saída da equipe, na frente de Maldonado, de contrato renovado e sem incidentes dessa vez.
A dupla da Toro Rosso fez outra corrida de destaque, com Max Verstappen, que aprontou na classificação e foi punido, saindo de 17º até os pontos, tendo Carlos Sainz logo atrás, mesmo o espanhol cometendo um erro besta ao atingir um cone enquanto entrava nos boxes. Criticado pelos seus 17 anos no começo do ano, Max já demonstra ser um piloto diferenciado, conseguindo resultados acima da capacidade do seu carro e derrotando o seu companheiro de equipe, o também talentoso Carlos Sainz. Se continuar na F1, a Red Bull terá um belo futuro pela frente. Pois o presente não foi dos mais animadores. Com o pneu furado após toque com Massa na largada, Ricciardo se viu relegado às ultimas posições, onde já estava Kvyat, que largou dos boxes após ter seu carro reconstruído após o espetacular acidente na classificação. O russo participou de animadas disputas na pista, mesmo com problemas nos freios, mas ambos pilotos da Red Bull acabaram fora da zona de pontos. A frase do final de semana foi de Fernando Alonso. 'Tenho um motor de GP2', seguido de um grito que misturava frustração, raiva e desconsolo da situação atual de sua carreira, enquanto era ultrapassado facilmente por Carlos Sainz da Toro Rosso, que nem tem o melhor motor da F1. Ao dizer isso na casa da Honda, Alonso escancarou toda a decepção com o projeto McLaren-Honda, que mesmo tendo muito potencial, está muito distante de ficar num nível aceitável. A Sauber ficou fora da zona de pontos, enquanto Nasr, novamente bem atrás de Ericsson, foi o único abandono do dia, enquanto a Manor deu uma animada na corrida quando Stevens rodou bem na frente de Rossi, quase provocando uma colisão séria entre seus dois pilotos.
Após a surpreendente corrida cingapuriana, a F1 voltou ao seu normal com Hamilton caminhando a passos largos rumo ao tricampeonato, só esperando quando irá comemorar o seu título. Se for em Interlagos, tanto melhor para Hamilton, que venera Ayrton Senna e igualar o número de títulos do brasileiro cidade onde Senna nasceu, seria bem especial para Lewis. Só esperamos que em Interlagos e em todas as corridas até lá, a qualidade das provas sejam bem melhores do que a de hoje.
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