Não há nada mais cruel no esporte a motor do que perder uma corrida na última volta, seja qual for o motivo.
Ainda mais se isso acontecer numa corrida da magnitude de uma 24 Horas de Le Mans. Porém, precisa-se contextualizar o que aconteceu hoje para entender um pouco do drama da Toyota. A montadora nipônica sonha vencer em Le Mans há quase vinte anos, quando fez sua primeira tentativa na famosa corrida francesa e quase venceu em 1999, perdendo a corrida em sua hora final. A Toyota saiu do Endurance, ficou vários anos na F1 para voltar logo em seguida ao velho sonho. Como sempre, a Toyota investiu milhões para vencer. Ano passado os japoneses erraram a mão para mudar tudo em 2016 e estar a uma volta de se tornar a segunda montadora nipônica a vencer em Le Mans, desde a Mazda em 1991. Vinte e cinco anos separavam a inesperada vitória da Mazda para o triunfo da Toyota, que tinha Kazuki Nakajima ao volante e 30s de vantagem sobre um dos carros da Porsche. Faltavam quatro minutos. O motor biturbo híbrido da Toyota funcionou perfeitamente por exatos 23 horas e 56 minutos. Até Kazuki gritar pelo rádio: No Power!
Era o começo de um dos maiores dramas da história do automobilismo. Neel Jani, no outro Porsche, ultrapassou o lento Toyota na última volta e conseguiu a 18º vitória da Porsche em Le Mans, montadora com o maior números de triunfos em Sarthe. Para Kazuki Nakajima e toda a Toyota, só restaram as lágrimas e a desolação, bem demonstradas por Hughes de Chauanac, um dos mentores da equipe Toyota no esforço de vencer em Le Mans.
O clichê 'Para chegar em primeiro, primeiro tem que chegar' será para sempre utilizado nessa histórica edição de 2016 das 24 Horas de Le Mans. O automobilismo pode trazer muitas alegrias para os seus envolvidos, mas também pode partir corações.
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