Quando a F1 chega a um novo circuito e um novo país, atualmente muito se levanta contra essa corrida. 'Ah, o país não respeita os direitos humanos...', mas quando a F1 vinha ao Brasil e à Argentina na época da ditadura, ninguém reclamava muito. 'Ah, o circuito foi desenhado pelo Hermann Tilke...' Existe um grande preconceito contra o alemão, que realmente errou a mão em alguns circuitos, mas também houve erros como o circuito da Turquia e de Austin. Porém, a reclamação padrão é que os circuitos de Tilke, ou Tilkódromos, teriam áreas de escape grandes demais e os erros dos pilotos eram perdoados. Pois em Baku, no Azerbaijão, Tilke construiu um circuito de rua extremamente rápido, mas também apertado e com poucas áreas de escape.
A segurança da F1 deve estar em primeiro lugar, mas há uma linha muito tênue entre a segurança e o desafio. Acho que nem em Mônaco houve tantos carros escapando pelas poucas áreas de escape da pista, com os erros dos pilotos sendo punidos severamente, como escreverei mais tarde. Na transmissão do Sportv (cada dia pior, diga-se), Max Wilson disse sentia falta de circuitos como Ímola. Ok, o circuito italiano tem a tradição como forte, mas também peca no quesito segurança, inclusive com um piloto do Mundial de Superbike ficando numa cadeira de rodas recentemente num acidente em Ímola. O circuito de Baku é desafiador, com muros próximos e velocidades de 350 km/h. Há o desafio. Tomara que com segurança.
A classificação em si deveria ter sido um domínio avassalador da Mercedes. Porém, em Baku os erros não são perdoados. Em ótima fase, Hamilton vinha dominando todos os treinos, mas desde o Q2 vinha cometendo erros nas freadas fortes, incluindo duas escapadas. Porém, no Q3 o erro foi ainda pior. Hamilton bateu no muro pelo lado de dentro de uma curva e largará apenas em décimo amanhã. Com a Mercedes metendo mais de 1s em quem estivesse em terceiro, Rosberg apenas completou sua volta (ele cometeu um pequeno erro em sua volta mais rápida, dando uma lambida no muro) e ficou nos boxes na expectativa de quem largaria ao seu lado. Sergio Pérez bateu forte no finalzinho do terceiro treino livre e teve que trocar o câmbio. Que pena para o mexicano! Pérez ficou com o segundo melhor tempo, mas como perderá cinco posições, largará apenas em sétimo, fazendo com que Ricciardo completasse a primeira fila, com a Red Bull conseguindo superar a Ferrari de Vettel e Max Verstappen, que se envolveu em dois incidentes com Bottas. Os brasileiros conseguiram um bom treino, com Massa superando Bottas após um início difícil de final de semana, a Nasr conseguindo levar seu péssimo carro ao Q2, no melhor resultado do brasiliense em 2016. Complementando a péssima transmissão do Sportv, Sérgio Maurício, recentemente escolhido o melhor narrador de corridas no Brasil, soltou um 'Chupa Ericsson', num rasgo ridículo de pachequismo. Sem falar no já famigerado 'Túnel do Tempo'...
A corrida da GP2 foi marcada por vários acidentes e a expectativa não é muito diferente no domingo na F1. Hamilton largando no meio do pelotão com um carro muito melhor do que os outros, será interessante ver o comportamento do inglês, enquanto a largada de Rosberg, o calcanhar-de-Aquiles da Mercedes, será bastante acompanhada. A corrida tende a ser movimentada.
O incidente a que você se referia na Superbike foi com Joan Lascorz num teste particular. O espanhol acertou as costas numa coluna de concreto e ficou paralítico.
ResponderExcluirExatamente!
ResponderExcluirE a vaga do Lascorz na Kawasaki foi preenchida por um certo Loris Baz que já era piloto da Kawasaki na Superstock.
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