No momento em que Max Verstappen vai se tornando o principal piloto holandês da história, mesmo com um longo caminho pela frente, hoje comemora-se 60 anos de um piloto neerlandês que teve uma carreira muito longa e assim como Max, estreou relativamente cedo na F1, para voltar à categoria dez anos depois. Falamos de Jan Lammers.
Johannes Lammers nasceu no dia 2 de junho 1956 em Zandvoort, na Holanda e nem precisa dizer que o jovem sempre gostou de carros e corridas, por ter nascido ao lado de um dos autódromos mais usados na Europa ao longo dos anos 1950, 60, 70 e 80. Desde os 12 anos Lammers corria em pequenos carros, incentivado pelo proprietário de um escola de pilotagem local. Quando completou 16 anos, Lammers fez sua primeira corrida, se tornando campeão holandês de turismo anos depois. Em 1976 Jan fez sua estreia em monopostos, vencendo a F-Ford holandesa, fazendo-o graduar para a F3 Europeia no ano seguinte, mas Lammers só teria sucesso em sua segunda temporada, sendo campeão europeu ao derrotar o sueco Anders Olofsson por apenas um ponto. Um detalhe interessante era que um dos companheiros de equipe de Lammers era o seu compatriota Arie Luyendyk, que faria relativo sucesso no automobilismo americano.
Lammers tinha muito apoio de patrocinadores locais e com o título europeu de F3 na mão, o holandês chamou a atenção da Shadow para 1979. A equipe estava longe dos seus melhores anos e precisava urgentemente de dinheiro para se manter e por isso, contratou dois jovens pilotos, mas principalmente, com muito dinheiro a oferecer. Assim, Lammers estreava na F1 ao lado de Elio de Angelis. Ambos mostram muita velocidade e talento, porém, Lammers era o lado agressivo da dupla, enquanto De Angelis tinha uma pilotagem mais cerebral, fazendo com que o italiano fizesse um melhor papel em levar o carro até o fim das corridas e garantindo um surpreendente quarto lugar no final da temporada. Lammers se envolveu em vários acidentes e completou poucas corridas. Para 1980 Lammers é contratado pela ATS e quando a equipe estreia um carro novo, em Long Beach, Jan consegue seu melhor lugar no grid, com um quarto lugar, mas abandonaria cedo. A impressão inicial de um bom carro vai embora e logo Lammers se muda para a Ensign, outra equipe pequena, mas com um pouco mais de potencial.
Conta a lenda que Nelson Piquet teria indicado Lammers para a Brabham contratar em 1981, pois Piquet sentia falta de um segundo piloto forte para ajuda-lo no campeonato, mas Bernie Ecclestone preferiu os dólares de Hector Rebaque e Lammers acabou novamente na ATS, onde fez poucas corridas até sair da equipe novamente no meio da temporada, mas desta vez, o holandês ficou sem assento, só conseguindo um lugar em 1982, com a Theodore. Enquanto Elio de Angelis acelerava e desenvolvia um Lotus, Lammers sofria nas profundezas da classificação e resolve se mudar para as corridas de Endurance, onde obtém muito sucesso ao longo dos anos 1980. Em 1987 Lammers é contratado pela Jaguar e no ano seguinte, vence a corrida mais importante do Endurance, as 24 Horas de Le Mans, ao lado de Andy Wallace e Johnny Dumfries. O holandês ainda venceria a tradicional 24 Horas de Daytona em 1990 pela Jaguar, em seu último grande momento no automobilismo.
Em 1991, já contando com 35 anos de idade, Lammers volta surpreendentemente aos monopostos, participando da forte F3000 Japonesa. Mais surpreendente ainda, aconteceria um ano mais tarde. Com apoio de patrocinadores japoneses, Lammers retorna à F1 dez anos depois com a March. A equipe estava numa situação desesperadora após o traumático fim da parceria com a Leyton House e Jan Lammers batia o recorde de maior tempo entre duas corridas de F1. Lammers completa sua 44º e última corrida de F1 em 12º no GP da Austrália de 1992. Muito amigo de Tom Walkinshaw, dos tempos da Jaguar, Lammers consegue um lugar no BTCC em 1994 pela equipe Volvo, mas o holandês fica apenas um ano na equipe. Lammers se torna chefe de equipe em categorias de Endurance, além de participar da mal-fadada GP Masters em 2005/06. Hoje, Jan Lammers vê Max Verstappen fazer muito mais do que ele havia feito ao longo de sua longa carreira.
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