sábado, 4 de junho de 2016

No lugar certo

Não é de hoje que para se vencer na Indy, não basta ter o carro mais rápido. Basta acertar na estratégia. Correndo praticamente em casa, a Penske chegou a ter os seus quatro carros nas quatro primeiras posições, mas bastou uma bandeira amarela para que o sonho do 'Capitão' dominar a corrida em Detroit ir para o vinagre. Quem estava no lugar certo hoje foi o talentoso Sebastien Bourdais, que estava no meio do pelotão a corrida inteira, mas ele e sua equipe, a KV, resolveram sair da caixinha e conseguiram uma vitória surpreendente.

Quem liderou a maior parte da corrida foi o compatriota de Bourdais, Simon Pagenaud. Após uma corrida decepcionante nas 500 Milhas de Indianápolis, Pagenaud voltou à rotina deste ano em Detroit e após conseguir a pole, era o piloto mais rápido da já tradicional pista de rua em Belle Island. Helio Castroneves acompanhou Pagenaud de perto no início da corrida, mas o brasileiro perdeu rendimento, chegando a ficar 11s atrás do francês, enquanto Will Power e Juan Pablo Montoya ganhavam terreno e chegaram a liderar após a segunda rodada de paradas. Montoya saiu dos boxes e com pneus frios, queria manter sua posição. Power, com pneus mais aquecidos, tentou a ultrapassagem e forçou a barra, fazendo com que os dois perdessem o traçado e Pagenaud assumisse novamente a ponta. Os quatro carros da Penske lideravam, com Castroneves bem atrás. Por sinal, na minha opinião, Helio está fazendo hora extra na Penske já faz tempo, mas essa é outra história. Mas para desgosto de Roger Penske, James Hinchcliffe saiu sozinho da pista e trouxe a bandeira amarela que mudaria por inteiro a corrida.

Montoya ficou na pista, seguido por vários carros, incluindo Bourdais e Conor Daly, da 'Minardi' da Indy, a Dale Coyne. Os demais carros da Penske fizeram suas paradas e ficaram atrás dos carros que não pararam, modificando completamente o padrão da corrida. Após a última parada, Castroneves melhorou o ritmo e chegou a ultrapassar Pagenaud, que ficou atrás ainda de Power. Porém, lá na frente, as equipes faziam contas para se manter na ponta. Mesmo parando naquela bandeira amarela, os pilotos teriam que economizar muito combustível para terminarem a corrida, enquanto os pilotos que ficaram na pista, ainda com uma parada pendente, podiam acelerar o que podiam. Bourdais e Daly tinham enchido o tanque numa das bandeiras amarelas anteriores, para alongar suas janelas de pit. Isso se mostrou decisivo. Os dois permaneceram mais tempo na pista e com isso garantiram as duas primeiras posições, com vantagem para Bourdais. Montoya foi terceiro, enquanto Castroneves foi o primeiro dos que pararam na bandeira amarela, mas chegou 40s atrás dos líderes, economizando o que não tinha, além de segurar Carlos Muñoz nas voltas finais.

E Pagenaud? O francês teve que fazer uma parada no final da prova e terminou apenas em 13º, após liderar a maior parte da corrida e se mostrar o piloto mais forte do dia. Porém, na Indy mostrar velocidade e talento não é tão necessário do que estar na hora certa e no lugar certo quando vier uma bandeira amarela. E Bourdais foi esse homem hoje. 

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