Montreal sempre foi uma cidade agradável e do qual a F1 e seu circo sempre gostou de frequentar. Porém, vinte anos atrás, a torcida canadense tinha outro motivo para encher as arquibancadas do circuito Gilles Villeneuve: era a Jacquesmania. Jacques Villeneuve era franco-canadense e ainda era filho da lenda Gilles, que dava nome ao circuito canadense. Por isso, parecia que Montreal inteira estava na Ilha de Note Drame para torcer pelo seu ídolo. Tentando deter o ritmo da Williams, a Ferrari estrearia um bico novo em seu modelo F310, mais parecido com o da concorrência. Porém, seus pilotos não acharam muita diferença para o bico anterior...
Villeneuve ficou a maior parte do tempo com o melhor tempo da classificação, mas Damon Hill estragou a festa canadense ao ficar com a primeira posição já no final do treino por apenas dois centésimos de segundo. Como normalmente acontecia, Schumacher ficou em terceiro, com um tempo próximo ao de Villeneuve. Como sempre os pilotos da Benetton pareciam brigar com Schumacher pela terceira posição, mas na classificação Berger e Alesi não foram uma ameaça real, com ambos tendo problemas de freio e Alesi sofrendo um forte acidente no final.
Grid:
1) Hill (Williams) - 1:21.059
2) Villeneuve (Williams) - 1:21.079
3) Schumacher (Ferrari) - 1:21.198
4) Alesi (Benetton) - 1:21.529
5) Irvine (Ferrari) - 1:21.657
6) Hakkinen (McLaren) - 1:21.807
7) Berger (Benetton) - 1:21.926
8) Barrichello (Jordan) - 1:21.982
9) Brundle (Jordan) - 1:22.321
10) Coulthard (McLaren) - 1:22.332
O dia 16 de junho de 1996 estava ensolarado em Montreal, algo não muito comum de se ver no Canadá, mas significava um dia muito bom para se correr. Para quem conseguia largar. Na saída para a volta de apresentação, Schumacher ficou parado no grid com problemas elétricos, tendo que largar no final do pelotão. No apagar das luzes vermelhas, Villeneuve consegue uma ótima largada, mas infelizmente para ele, Damon Hill também conseguiu uma boa largada e permaneceu em primeiro, com Jacques em segundo.
Enquanto a dupla da Williams disparava na frente, o pesadelo da Ferrari continuava com Irvine abandonando ainda na segunda volta com a suspensão quebrada. Hakkinen havia largado muito bem e pulado para quarto, mas sem ritmo, o finlandês foi ultrapassado pelos veteranos Berger e Brundle, este em seu 150º Grande Prêmio e na melhor corrida de 1996. Na décima volta, Hill estava mais de 5s à frente de Villeneuve e estava aumentando o ritmo a cada volta, fazendo várias voltas mais rápidas. Na volta 21 Barrichello foi aos boxes fazer seu primeiro pit-stop, no que parecia uma estratégia de duas paradas, mas o brasileiro da Jordan abandonou na volta seguinte com a embreagem quebrada. Para desespero da Jordan, pois enquanto tentava consertar o carro de Barrichello, Brundle entrou para a sua parada. Com a ajuda dos mecânicos da Sauber, o pessoal da Jordan conseguiu empurrar o carro de Rubens e fazer a parada de Brundle sem maiores prejuízos. Com os vários abandonos, como no acidente entre Ricardo Rosset e Ukyo Katayama na freada da reta oposta, Schumacher já aparecia em 9º, mas num ritmo muito abaixo do esperado, entre 3 e 4s mais lento do que Hill.
Na vota 28 Hill foi aos boxes e ainda voltou em segundo. Nas próximas voltas a maioria dos pilotos foram aos boxes, mas Villeneuve, Berger e Coulthard ficaram mais na pista, indicando uma estratégia de uma parada. Com um ritmo agora parecido e o baixo desgaste de pneus, parecia que Villeneuve tinha toda a vantagem para vencer na frente de sua torcida, que estava em êxtase. Na volta 36 Villeneuve, Berger e Coulthard fizeram suas paradas e os três voltaram mais ou menos onde estavam antes de todas as paradas. Com os abandonos de Diniz, Panis e Salo, Schumacher pulava para sétimo, ficando bem próximo dos pontos. Porém, na volta 42, Schumacher fez o que seria sua única parada, mas quando voltava à pista, uma peça caiu de sua Ferrari: era parte do semi-eixo. Na volta seguinte Schumacher abandonaria numa atuação decepcionante da Ferrari. Outro que abandonava era Berger, que tentava andar no ritmo de Alesi e acabou rodando sozinho. Muitos se perguntavam o que o austríaco ainda estava fazendo na F1, cometendo erros de principiante.
Na volta 45, um incidente menor decidiria a corrida. Pedro Lamy não viu Brundle e atingiu o inglês com seu Minardi, fazendo Brundle ir aos boxes trocar o bico do seu Jordan. Lamy ficou preso na brita e a sujeira resultante fez Luca Badoer rodar, ficando parado na beira da pista. Bandeiras amarelas fez com que Villeneuve tirasse totalmente o pé, enquanto Johnny Hebert, macaco velho na F1, uma volta atrás, passou o canadense. O tempo perdido com as bandeiras amarelas e ter que repassar Herbert fez com que Villeneuve perdesse muito tempo e quando Hill fez sua segunda parada, teve tempo para ficar à frente do canadense, para tristeza do público local. Nas voltas finais, o único que tentou alguma coisa foi Brundle, que após uma corrida de recuperação, ultrapassou Herbert nas voltas finais para entrar na zona de pontuação. Numa corrida sem graça, Damon Hill voltou a vencer na F1, com Villeneuve completando a dobradinha da Williams e um incógnito Jean Alesi fechando o pódio. Após outra corrida aborrecida, a FIA estava preocupada com o domínio de uma equipe (Williams) e a falta de ultrapassagens, preparando um novo pacote de mudanças aerodinâmicas. Não, isso não é 2016, mas 1996...
Chegada:
1) Hill
2) Villeneuve
3) Alesi
4) Coulthard
5) Hakkinen
6) Brundle
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