sábado, 25 de junho de 2016

História: 10 anos do Grande Prêmio do Canadá de 2006

A F1 cruzava o Atlântico e interrompia a temporada europeia de 2006 com a popular corrida em Montreal, lugar onde a Renault havia abandonado nos dois últimos anos, mas dez anos atrás era grande favorita à vitória, com Fernando Alonso tendo como principal rival Michael Schumacher. O desgaste do pneu era relativamente baixo, em especial os pneus dianteiros, no entanto, o desgaste dos pneus traseiros era um fator, pois os carros necessitam de tração na saída das curvas lentas. Apesar de ser um circuito de rua, Montreal é um circuito de potência e as equipes tendem a acertar os carros com uma configuração de downforce médio e a aceleração máxima era em média de 66% por volta. As equipes realizaram testes em Monza e Paul Ricard. Em Monza, Renault, BMW e Honda lideraram a tabela de tempos, enquanto a Ferrari era a mais rápida em Paul Ricard.

Dez anos atrás, durante o Q3, existia uma bizarrice no regulamento, onde os pilotos ficavam dando voltas na pista com pneus velhos para queimar combustível e quando a gasolina era pouca, colocavam pneus novos para marcar os melhores tempos. E ainda reclamam da classificação atual... Com cerca de nove minutos para o fim da sessão, as Ferraris foram os primeiros a trocar os pneus e o resto fez o mesmo rapidamente depois. Michael foi o primeiro a ir para uma volta realmente rápida, superado logo depois por Raikkonen, seguido por Alonso, com um tempo no que parecia um bom candidato para a pole. Houve tempo suficiente para alguns pilotos voltarem para outra tentativa. Trulli e Rosberg ficaram em quarto e quinto, respectivamente, e Raikkonen melhorou o seu tempo, mas ficou em segundo lugar. Fisichella, em seguida, superou o finlandês e Michael foi apenas quinto no final da sessão. Não foi nenhuma surpresa ver Alonso na pole position (sua quinta consecutiva) e Fisichella ao lado do seu companheiro de equipe em segundo lugar. O que foi surpreendente foi Trulli em quarto. A Toyota não havia mostrado um bom ritmo nos treinos por isso foi um bom esforço de Trulli para ficar na segunda fila.

Grid:
1) Alonso (Renault) - 1:14.942
2) Fisichella (Renault) - 1:15.178
3) Raikkonen (McLaren) - 1:15.386
4) Trulli (Toyota) - 1:15.968
5) M.Schumacher (Ferrari) - 1:15.986
6) Rosberg (Williams) - 1:16.012
7) Montoya (McLaren) - 1:16.228
8) Button (Honda) - 1:16.608
9) Barrichello (Honda) - 1:16.912
10) Massa (Ferrari) - 1:17.209

No dia 25 de junho de 2006, Montreal amanheceu quente e ensolarado, saindo um pouco das características da prova canadense, com a temperatura na pista passando dos 40 graus. David Coulthard, da Red Bull, começou no final do pelotão depois de uma troca de motor. Os esforços de Fisichella foram por água abaixo quando o italiano queimou a largada. Alonso tomou a ponta e Raikkonen subiu para segundo à frente de Fisichella e a Toyota de Jarno Trulli permaneceu em quarto lugar. Atrás deles houve um pouco de confusão. Nico Rosberg e Juan Pablo Montoya estavam brigando pela sexta posição e de forma agressiva, passaram Michael, o alemão tendo que ir para a grama para evitar Montoya, fazendo cair Michael para sétimo. Porém, Montoya e Rosberg se tocaram na curva seguinte, com Rosberg batendo no muro e abandonando, enquanto Montoya teve que ir aos boxes para uma nova asa dianteira. Enquanto isso, a equipe MF1 também tinha problemas quando Tiago Monteiro tocou no companheiro de equipe Christijan Albers no hairpin, fazendo com que o holandês abandonasse. Com tudo isso, o safety-car entrou na pista.

Mesmo com a corrida neutralizada, ainda houve um abandono, com a quebra do motor do Super Aguri de Franck Montagny. Quando o safety-car voltou aos boxes, Alonso liderava seguido por Raikkonen, Fisichella e Trulli. Michael estava de volta ao quinto lugar, seguido por Jenson Button, da Honda. Fisichella cumpriria a punição pela queimada de largada e voltaria a corrida em quinto. Trulli ia para terceiro graças a penalidade de Fisichella e estava segurando Michael atrás dele. Raikkonen tentou passar Alonso na reta oposta, com ambos lado a lado, mas Alonso ficou por dentro e segurou a posição. A corrida de Montoya terminou quando ele bateu no muro dos Campeões; ele conseguiu levar o seu McLaren ao longo reta dos boxes e parou na grama na saída do pit lane, evitando o safety-car. Mas o que ninguém sabia era que a carreira de Montoya na F1 estava bem próxima do fim. Michael finalmente ultrapassou Trulli na última curva, mas tinha perdido muito tempo para Alonso e Raikkonen, enquanto esteve preso atrás da Toyota. Raikkonen teve um pequeno atraso na roda traseira direita que lhe custou vários segundos preciosos. Alonso recuperou a liderança, pois tinha parado uma volta antes de Raikkonen, enquanto Ralf entrou para a primeira de várias paradas. O alemão da Toyota teria uma corrida terrível, com vários erros e um abandono já no final da prova. O atraso no pit stop de Raikkonen aumentou a diferença entre ele e Alonso, subindo para sete segundos.

Havia muita borracha acumulada fora da linha de corrida, começando a causar alguns problemas para os pilotos. Raikkonen chegou a sair da pista e por pouco não bateu em um dos Toro Rossos, que o fez perder ainda mais tempo para Alonso. Trulli fez sua segunda parada, seguido por Alonso e foi outra boa parada para o líder. Ralf teve outra rodada no hairpin e Raikkonen errou novamente, derrapando na borracha acumulada no mesmo lugar. Fisichella teve um passeio pela grama e em seguida, mergulhou para os boxes para sua segunda parada. Raikkonen fez o mesmo e teve outra parada ruim, quando deixou o motor morrer. O carro foi ligado novamente, mas o finlandês perdeu ainda mais tempo, embora ele conseguisse voltar na frente de Michael. Na volta 58, o piloto local Jacques Villeneuve bateu forte na curva 7 e mesmo o canadense estando bem, o safety-car voltou à pista, juntando todo mundo e acabando com toda a vantagem de Alonso. Porém, Alonso tinha Trulli e Heidfeld entre ele e Raikkonen na relargada. Trulli relargou mal, enquanto Alonso disparou na frente e o espanhol ganhou mais tempo antes de Raikkonen ultrapassar a Toyota. 

Na penúltima volta Raikkonen passou reto no hairpin e Michael tomou a segunda posição. Sato abandonou quando ele bateu no muro dos Campeões, mas a corrida continuou de qualquer maneira. Outra vitória impressionante de Alonso, enquanto Raikkonen lamentava uma corrida ruim, onde teve duas paradas ruins e ainda errou no finalzinho. Schumacher via seu prejuízo diminuir no final da corrida, mas Alonso tinha um incrível aproveitamento nas primeiras corridas de 2006, garantindo praticamente ali, seu bicampeonato.

Chegada
1) Alonso
2) M.Schumacher
3) Raikkonen
4) Fisichella
5) Massa
6) Trulli
7) Heidfeld
8) Coulthard

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