sexta-feira, 10 de junho de 2016

História: 15 anos do Grande Prêmio do Canadá de 2001

As equipes da F1 faziam uma pequena pausa na temporada europeia para cruzar o Atlântico e disputar o Grande Prêmio do Canadá. Ao longo dos anos o circuito Gilles Villeneuve produziu corridas emocionantes, onde a pista rápida e divertida, os muros próximos, o alto desgaste dos freios e o clima inconstante sempre fez do GP do Canadá uma corrida imprevisível. Em Monte Carlo a McLaren sofreu com o seu quarto problema no sistema de largada, atrapalhando Coulthard, que de pole, caiu para último e sofreu várias voltas atrás de Enrique Bernoldi. O acidente de Frentzen em Mônaco, aparentemente inofensivo, se mostrou mais grave do que o previsto e o alemão não correria em Montreal, sendo substituído pelo piloto de testes da Jordan, Ricardo Zonta. Juntamente com Rubens Barrichello, Luciano Burti, Enrique Bernoldi e Tarso Marques, Zonta seria o quinto brasileiro no grid, fazendo da corrida canadense de quinze anos atrás com o maior aporte de pilotos tupiniquins na história da F1. Definitivamente, outros tempos.

Michael Schumacher não teve muito trabalho para conseguir sua sexta pole em 2001, a 38º na carreira. Logo em sua primeira tentativa, o alemão ficou com a pole provisória, melhorando o seu tempo na sua segunda tentativa. Michael nem precisou das outras duas tentativas a que tinha direito para ser o pole. Mesmo meio segundo atrás do irmão, Ralf Schumacher foi um dos destaques do treino, superando David Coulthard, que tinha sido muito rápido nos treinos livres, mas sucumbiu no momento decisivo. Trulli completava a segunda fila, superando a Ferrari de Barrichello e a McLaren de Hakkinen. O brasileiro sofreu um acidente em sua segunda tentativa, trazendo a bandeira vermelha. Hakkinen teve uma má classificação, ficando apenas em oitavo, superado pelo o seu jovem compatriota Kimi Raikkonen, no que parecia ser uma passagem de bastão entre os pilotos finlandeses.

Grid:
1) M.Schumacher (Ferrari) - 1:15.782
2) R.Schumacher (Williams) - 1:16.297
3) Coulthard (McLaren) - 1:16.423
4) Trulli (Jordan) - 1:16.459
5) Barrichello (Ferrari) - 1:16.760
6) Panis (BAR) - 1:16.771
7) Raikkonen (Sauber) - 1:16.875
8) Hakkinen (McLaren) - 1:16.979
9) Villeneuve (BAR) - 1:17.035
10) Montoya (Williams) - 1:17.123

O dia 10 de junho de 2001 amanheceu com sol forte em Montreal, fazendo um dia ideal para uma corrida de F1 e ao contrário do ano anterior, o clima não seria um fator para a corrida. Praticamente no mesmo horário, Gustavo Kuerten ganhava Roland Garros, no outro lado do Atlântico. McLaren e Jordan estavam sofrendo com o novo sistema de largada, mas quando a quinta luz vermelha se apagou, não houve carros parados e os irmãos Schumacher mantiveram a ponta, com Michael à frente de Ralf, com Coulthard em terceiro e Barrichello pulando para quarto, rapidamente se livrando de Trulli, piloto muito rápido em treinos, mas com um ritmo bem abaixo na corrida, além de difícil de ser ultrapassado.

Michael Schumacher começou a construir uma diferença em cima de Ralf nas primeiras voltas, enquanto David Coulthard estava claramente fora de ritmo desde o início e estava perdendo em torno de um segundo por volta para os irmãos Schumacher. Na volta 3, Barrichello, que parecia estar mais leve, passou Coulthard para ser 3ª. Uma vez que os pneus Michelin no carro de Ralf alcançaram sua temperatura ideal, ele começou a alcançar Michael Schumacher, enquanto Rubens Barrichello se aproximava de Ralf, mas cometeu um erro na saída de uma curva, rodou e voltou à corrida em 14º lugar. Ralf Schumacher continuava a pressionar o seu irmão, ficando menos de um segundo atrás. Barrichello recuperou algumas posições e estava bem atrás de Juan Pablo Montoya, na volta 19, quando bateu na parede e abandonou, numa péssima jornada do brasileiro. Safety car na pista. David Coulthard, que estava mais de 14 segundos atrás do líder, encostou nos primeiros colocados, mas assim que a corrida voltou ao ritmo normal, os irmãos Schumacher abriram novamente com Michael também construindo uma diferença em cima do seu irmão nas primeiras voltas, mas Ralf o alcançou mais uma vez, quando seus pneus estavam de volta à sua temperatura ideal.


Ralf Schumacher continuou a colocar a pressão sobre seu irmão e fez inúmeras tentativas de passá-lo sem sucesso. A corrida seria decidida nos boxes. Michael Schumacher fez seu pit-stop na volta 46 e, como esperado Ralf ficou na pista e começou a forçar o quanto ele podia, fazendo uma volta mais rápida após a outra. Quando Ralf Schumacher finalmente foi aos boxes na volta 52, ele voltou à pista com uma liderança de 4 segundos de vantagem sobre Michael Schumacher. Michael não conseguiu pressionar Ralf, já que o piloto da Williams começou a aumentar sua liderança por mais de um segundo por volta. Hakkinen antecipou sua parada, após ficar atrás de vários carros e o finlandês colheu o que plantou, subindo para terceiro. David Coulthard estava claramente com sua McLaren má acertada e na volta 54 o motor Mercedes explodiu de forma espetacular, causando o primeiro abandono de Coulthard em 2001. Com o abandono do escocês, Trulli subiu para quarto com Raikkonen em 5ª e Alesi em 6ª. Trulli começou a ter problemas de freio e foi forçado a abandonar. Isto permitiu Jos Verstappen subir para sexto, mas ele também abandonou como resultado de um problema no freio, rodou e bateu no muro, entregando o 6º lugar à Pedro de la Rosa.

Ralf Schumacher ganhou a corrida com 20 segundos de vantagem em cima do seu irmão, enquanto Mika Hakkinen terminou no pódio pela primeira vez em 2001. Kimi Raikkonen terminava num ótimo quarto lugar à frente de Jean Alesi, que estava tão feliz que ele fez os famosos 'donuts', imortalizado por Alex Zanardi na Indy, no hairpin, para delírio do público. Mesmo com o segundo lugar, Michael estava feliz, pois seu principal rival pelo campeonato não finalizou a corrida, após David ter andado bem mal durante a prova inteira antes de abandonar, enquanto seu irmão conquistava a vitória, no que era a primeira dobradinha de irmão da história da F1. Ao lado dos dois alemães, Hakkinen fazia piada. 'Ainda bem que são só dois. Se fossem três, seria um problemão'.

Chegada:
1) R.Schumacher
2) M.Schumacher
3) Hakkinen
4) Raikkonen
5) Alesi
6) De la Rosa

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