Depois de quatro vitórias consecutivas e dominantes, a McLaren viu a Williams fazer uma corrida digna dos tempos em que a equipe de Frank Williams dominou a F1 cinco anos antes no Canadá, mas Nigel Mansell pôs tudo a perder ao deixar o giro do motor Renault cair demais, provocar uma pane hidráulica e o inglês perder a vitória na última volta. A fase da McLaren estava tão esquisita, que sua principal estrela Ayrton Senna sofreu um acidente de jet-ski enquanto passava uns dias no Brasil, mas tirando um corte profundo na cabeça, o brasileiro estava preparado para tentar reverter a boa fase da Williams, que via o potencial do seu carro florescer, mas principalmente a confiabilidade melhorar bastante.
Na sexta-feira, Senna sofreu outro acidente, ao perder o controle na Peraltada e capotar o seu McLaren. O brasileiro estava bem, mas novamente viu uma cada vez mais forte Williams dominar a primeira fila, com Riccardo Patrese novamente ficando à frente do piloto número um da equipe Nigel Mansell. Meio segundo atrás vinha Senna, enquanto os demais carros já apareciam mais de 1s atrás dos carros da Williams.
Grid:
1) Patrese (Williams) - 1:16.696
2) Mansell (Williams) - 1:16.978
3) Senna (McLaren) - 1:17.264
4) Alesi (Ferrari) - 1:18.129
5) Berger (McLaren) - 1:18.156
6) Piquet (Benetton) - 1:18.168
7) Prost (Ferrari) - 1:18.183
8) Modena (Tyrrell) - 1:18.216
9) Moreno (Benetton) - 1:18.375
10) Grouillard (Fondmetal) - 1:18.453
O dia 16 de junho de 1991 estava nublado na Cidade do México, incluindo alguma possibilidade de chuva, algo que já tinha afetado o final de semana de corrida. Havia expectativa de como estaria a saúde de Patrese, que foi atacado pelo famoso 'Mal de Montezuma', mas o italiano estava pronto para a largada. Ou largadas. Houveram três tentativas até a corrida realmente começar. Na primeira, um bombeiro viu fogo na traseira da Dallara de J.J. Lehto e invadiu a pista. Alarme falso e Lehto largaria com o mesmo carro. Na segunda, Olivier Grouillard, que levara seu modesto Fondmetal ao décimo lugar, deixou o motor morrer e com isso teve que largar no final do pelotão. Quando finalmente valeu, Patrese largou mal e imediatamente Mansell assumiu a ponta. Porém, quem largou melhor foi Alesi, que pulou de quarto para segundo, numa manobra agressiva na primeira curva, deixando Senna em terceiro e o pole Patrese apenas em quarto.
Mansell tentaria repetir Montreal, quando assumiu a ponta da corrida e desapareceu do horizonte dos rivais. Alesi e sua desequilibrada Ferrari não foi páreo para Senna e no final da primeira volta, ainda na reta dos boxes, Senna usou a potência do motor V12 da Honda para assumir o segundo lugar. Sem querer perder muito tempo, Patrese ultrapassa Alesi na quarta volta, enquanto Gerhard Berger tem o motor explodido de forma espetacular na reta dos boxes, deixando muito óleo e fazendo o 17º colocado Pierluigi Martini rodar. Outro que tinha problemas de motor, mas em menor grau, era Mansell, que era alcançado por Senna e Patrese. De forma surpreendente, Alesi acompanhava o ritmo dos líderes e com Mansell com um ritmo abaixo do esperado, os quatro primeiros estavam separados por menos de 2s. Patrese assume o segundo lugar na décima volta no final da reta dos boxes e Alesi tenta uma carona, mas Senna fica ligado, fecha a porta e mantém o terceiro lugar. Com um ritmo nitidamente melhor, Patrese ataca Mansell e numa disputa forte, mas leal, o italiano obtém a vantagem na volta 14, assumindo a liderança, enquanto Alesi se empolga nos ataques em cima de Senna e acaba rodando, caindo para nono. Com isso, os três primeiros colocados se estabilizam e ficam assim até o final.
Para piorar as coisas para a Ferrari, Prost abandona na 17º volta com problemas no alternador. O francês estava apenas em oitavo, longe da luta por qualquer coisa grande no México. Era a crise batendo na porta da Ferrari e só pioraria com o tempo. Piquet tinha um sentimento agridoce no México, pois vindo uma memorável e improvável vitória, o veterano brasileiro soube que John Barnard, que fazia uma bom trabalho na Benetton, estava de saída da equipe. Piquet fazia sua corrida no seu estilo metódico e ultrapassa Modena e De Cesaris para ficar em quarto, mesmo que longe de Senna. Modena abandonaria mais tarde, iniciando uma péssima fase da Tyrrell, principalmente com a saída do projetista Harvey Postlethwaite. Piquet vai aos boxes e cai para nono, fazendo com que De Cesaris subisse para quarto, seguido por Alesi e Moreno, mas logo o francês da Ferrari ultrapassaria a Jordan e subiria para quarto, sua posição original antes da rodada. Com Patrese 20s na frente e Mansell com problemas no motor, Senna tenta um ataque em cima do inglês, mas apesar dos problemas Mansell vende caro a posição.
Numa corrida com pouca ação nos boxes, normalmente quando um carro entrava nos pits, significava abandono, como era o caso de Alesi e Piquet. Após brigar com Senna, Mansell aumenta o ritmo, faz a volta mais rápida da corrida e tenta uma aproximação em cima de Patrese, mesmo o italiano tendo uma vantagem confortável na ponta. Nas voltas finais, Mansell passa a andar 1s mais rápido por volta do que o companheiro de equipe, mas a corrida já estava no fim e Patrese venceu a prova com pouco mais de 1s de vantagem sobre Mansell, enquanto Senna fechava o pódio quase um minuto atrás e preocupado com a incrível ascensão da Williams. De Cesaris tem problemas na última volta, empurra o carro na bandeirada e conquista um importante quarto lugar. Moreno chegou em quinto mesmo tendo entrado nos boxes num momento em que a Benetton não esperava e perdendo muito tempo. A festa da Jordan poderia ser maior se Bertrand Gachot não tivesse rodado quando estava nos pontos, permitindo a Eric Bernard marcar seu primeiro ponto de 1991 e último da equipe Lola. Apesar da perseguição de Mansell nas voltas finais, quando aparentemente seu problema no motor foi sanado sozinho, a corrida não foi grandes coisas, mas a Williams provava, com essa dobradinha, que seus tempos de equipe gigante estavam voltando, para azar de Senna e da McLaren.
Chegada:
1) Patrese
2) Mansell
3) Senna
4) De Cesaris
5) Moreno
6) Bernard
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