Vamos imaginar um estagiário que foi contratado por uma empresa e por ela trabalha por um ano, com a grande possibilidade de ser efetivado ao final do seu contrato. Contudo, a estratégia da empresa muda e esse estagiário não é efetivado e seu contrato não é renovado, fazendo que esse rapaz tenha que sair da empresa.
Isso acontece aos montes em várias empresas, sejam elas pequenas, médias ou grandes. Agora imagine se esse estagiário vá à justiça para que essa empresa seja obrigada a contrata-lo como supervisor ou algum cargo-chave nessa empresa? É mais ou menos isso que está acontecendo nesse momento na Sauber e seu antigo piloto de testes, o holandês Giedo van der Garde. Antigo piloto da Caterham, Van der Garde até que fez um bom trabalho na equipe nanica, mas sua ida à Sauber se deveu muito mais aos patrocinadores trazidos pelo holandês, particularmente do seu sogro rico. Havia a promessa de que Giedo assumisse um dos carros da Sauber em 2015, após um ano como piloto de testes, que nada faz hoje em dia, em 2014.
Porém, chegaram outros pilotos com patrocinadores mais polpudos (Felipe Nasr e Marcus Ericsson) e Van der Garde acabou escanteado. Havia um contrato assegurando o holandês na Sauber em 2015? Há uma frase na F1 em que se diz 'que contratos são feitos para serem rasgados'.
Após uma pré-temporada com Nasr e Ericsson, faltando 48 horas para o primeiro treino livre em Melbourne, Van der Garde entrou com uma liminar para que a Sauber assumisse seu contrato prévio e corresse na Austrália. Detalhe: sem nenhum teste com a Sauber. E o holandês venceu! Voltamos ao exemplo do estagiário. Será que ganhando o processo, como esse estagiário seria recebido dentro de sua antiga empresa? Seus chefes diretos iriam lhe confiar tarefas após ter colocado a empresa na justiça? E como seria o clima dentro da empresa?
É isso que Giedo van der Garde deveria ter pensado ao processar a Sauber tão em cima da hora. Imagine o constrangimento de chegar aos boxes e ter que trabalhar com engenheiros que já estavam se entrosando com outros pilotos na pré-temporada, além de argumentar sobre estratégia de treinos e corrida com os chefes da Sauber, que dois dias antes estavam encarando na justiça como réus.
É uma situação inimaginável e mostra como o momento atual da Sauber e da F1 em geral chega a ser surreal. Como será a situação de Nasr e Ericsson? Não devemos esquecer que eles pagaram, e muito, para estar na Sauber. E tudo isso, com os primeiros treinos livres se avizinhando. Uma verdadeira bodega!
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