Em 2015, Valentino Rossi estará completando sua vigésima temporada no Mundial de Motovelocidade. Em suas já várias lembranças, o italiano da Yamaha deve ter um carinho especial pelo o que fazia há dez anos atrás, quando Valentino dominava a MotoGP e conquistou sete títulos em dez anos. Porém, aos 36 anos de idade, mas ainda em forma, Rossi se vê como coadjuvante de uma nova dinastia, que está sendo criada pelo fenômeno Marc Márquez. O piloto da Honda virá com tudo para tentar o seu terceiro título mundial consecutivo em três anos na MotoGP, que começa nesse final de semana.
Como vem acontecendo desde a aposentadoria de Casey Stoner e o surgimento de Marc Márquez, as vitórias em 2015 deverão ser divididas entre Márquez, Rossi, Jorge Lorenzo e Daniel Pedrosa, pilotos das equipes oficiais de Honda e Yamaha. Porém, ao contrário do que ocorre na F1, a MotoGP viu a chegada de duas novas montadoras. Na verdade, o retorno. Após quatro anos de ausência, a Suzuki retorna com uma jovem dupla espanhola (Aleix Esparagaró e Maverick Viñales) e muito o que aprender, o mesmo acontecendo com a Aprilia, que por sua vez, escolheu uma dupla experiente (Marco Melandri, de volta ao mundial após anos na Superbike, e Alvaro Bautista). Suzuki e Aprilia serão muito bem vindas, mas estarão longe da luta por vitórias.
Quem pode retornar a esse posto é a Ducati. A marca italiana nunca mais se recuperou após a saída de Casey Stoner no final de 2010 e desde então se tornou uma espécie de cemitério de pilotos, pois a maioria dos pilotos que montou uma Ducati, entrou em declínio. Andrea Doviziozo, um dos pilotos mais subestimados do grid atual da MotoGP, encontrou uma fórmula para se manter na equipe de fábrica italiana e pode se aproveitar da grande reformulação no time, que fez a Ducati andar no mesmo ritmo de Yamaha e Honda após muitos anos durante a pré-temporada. Doviziozo terá ao seu lado o maluquinho Andrea Iannone e não será surpresa vermos as motos vermelhas misturadas aos líderes em 2015.
Porém, os favoritos ainda são Honda e Yamaha. Márquez e Rossi (ou Lorenzo). Marc Márquez sempre andou na ponta na pré-temporada e pelas informações vindas da Ásia (local dos treinos), o espanhol manteve o incrível ritmo de corrida dos últimos anos, mesmo com a Ducati se intrometendo na ponta. Márquez, mesmo ainda com 22 anos, já tem uma ótima experiência e ganhando cada vez mais maturidade, é o grande favorito ao título, mesmo tendo que enfrentar grandes pilotos. Valentino Rossi não é um daqueles pilotos teimosos, que se arrastam nas corridas para se manter ativo, sonhando em voltar aos tempos de glória. Rossi modificou seu estilo de pilotagem, estudou seus rivais e se preparou contra a nova geração a ponto de correr ombro a ombro com um piloto 14 anos mais jovem do que ele. Valentino se aproveitou do péssimo início de ano de Lorenzo para tomar as rédeas da Yamaha temporada passado e garantir o vice-campeonato numa campanha bastante regular, mas Lorenzo se recuperou ao longo de 2014 a ponto de ter marcado o maior número de pontos na MotoGP, mesmo em um momento onde Márquez apenas administrava o campeonato, esperando o título. Piloto fortíssimo e com dois campeonatos de MotoGP, Lorenzo tentará fazer um campeonato mais regular e tomar de Rossi o posto de piloto número um da Yamaha e ser o maior rival de Márquez no campeonato.
Andando com a mesma moto de Márquez, considero Dani Pedrosa o maior enigma do esporte a motor mundial dos últimos tempos. O espanhol foi criado dentro do seio da Honda para se tornar um dos grandes da MotoGP. Pedrosa fez tudo certinho até chegar à MotoGP, ganhando três campeonatos das categorias inferiores do Mundial de Motovelocidade. Devido ao seu diminuto tamanho, a Honda brigou para que as motos tivessem os motores diminuídos de 1000cc para 800cc. No entanto, Pedrosa, mesmo sendo um grande piloto e um dos pilotos mais rápidos da atualidade, ainda parece bem aquém do esperado. O espanhol já viu três companheiros de equipe serem campeões e em sua décima temporada consecutiva na equipe oficial da Honda, não vê seu nome sequer citado para enfrentar Márquez. Hoje em dia, Pedrosa é apenas o segundo piloto da Repsol Honda, totalmente eclipsado por Márquez. Se há um empresário que eu queria que me gerenciasse, esse seria o empresário de Daniel Pedrosa!
E assim começa a temporada 2015 da MotoGP. Com mais montadoras (Suzuki e Aprilia), uma montadora tentando reaparecer (Ducati), mas com Honda e Yamaha ainda imperando, com Marc Márquez sendo o grande dominador da categoria. Pelo menos, é essa a expectativa. Ah! E até agora, não vi ninguém da Yamaha clamando por mudanças nas regras da MotoGP!
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