Após a primeira etapa do mundial em Melbourne, a F1 estava se perguntando como a nova regra em que os pneus não seriam trocados durante a corrida funcionaria no notório calor malaio e na seletiva e abrasiva pista de Sepang. A Ferrari começou devagar, ainda com o carro de 2004, com Schumacher abandonando na Austrália, enquanto a Renault corroborava o bom ritmo mostrado na pré-temporada de dez anos atrás e liderava os dois campeonatos.
Na complicada classificação das primeiras corridas de 2005, Alonso ficou com o melhor tempo no sábado e garantiu a pole no domingo pela manhã, na soma de tempos, mas superando por muito pouco seu ex-companheiro de equipe Trulli, que estava levando a Toyota para uma boa posição, após anos de muito investimento e praticamente nenhum retorno da montadora japonesa. O vencedor de Melbourne, Fisichella, ficava numa promissora terceira colocação, enquanto Webber completava a fila ao se aproveitar dos erros de Ralf Schumacher e Kimi Raikkonen em suas segundas voltas, no domingo pela manhã. A Ferrari começava a perceber que teria um 2005 bastante complicado, com seus dois pilotos ficando de fora do top-10 e o que chamava atenção era como a Ferrari perdia rendimento no último setor de Sepang, demonstrando que os pneus Bridgestone não duravam o suficiente para completar os 5 km da pista malaia em boas condições.
Grid:
1) Alonso (Renault) - 3:07.672
2) Trulli (Toyota) - 3:07.925
3) Fisichella (Renault) - 3:08.448
4) Webber (Williams) - 3:08.904
5) R.Schumacher (Toyota) - 3:09.007
6) Raikkonen (McLaren) - 3:09.483
7) Klien (Red Bull) - 3:09.589
8) Coulthard (Red Bull) - 3:09.700
9) Button (BAR) - 3:09.832
10) Heidfeld (Williams) - 3:09.917
O dia 20 de março de 2005 estava nublado e nebuloso em Sepang, com a chuva sempre à espreita naquela região do globo, mas ainda assim, o asfalto estava com temperatura superior aos 50ºC, o que indicava que os pilotos teriam muito trabalho para administrar os pneus para toda a corrida. Quando as cinco luzes vermelhas se apagaram, os quatro primeiros colocados saíram de suas marcas sem maiores problemas, com Alonso liderando com facilidade à frente de Trulli, Fisichella e Webber, enquanto Barrichello e Montoya se atrapalham no meio do pelotão, permitindo que Felipe Massa ganhasse facilmente duas posições.
No final da corrida australiana, a BAR causou enorme polêmica ao pedir que seus dois pilotos, Jenson Button e Takuma Sato, abandonassem a corrida na última volta de forma voluntária, para tentar conservar os seus motores Honda. Sato estava doente na Malásia e quem correu em seu lugar foi Anthony Davidson, mas o piloto inglês não se livrou de algo bastante irônico e na visão de muitos, uma vitória do esporte frente à malandragem do mal, pois tanto Button, como Davidson na segunda volta com... o motor quebrado! Quem se deu mal foi Patrick Friesacher, da Minardi, que rodou no óleo de Davidson e abandonou também. Lá na frente, Fernando Alonso fazia uma prova sólida, controlando bem sua vantagem sobre Trulli, com Fisichella numa distância equidistante, em terceiro, enquanto Webber ficava para trás e segurava atrás de si Ralf Schumacher, demonstrando um domínio inicial de Renault e Toyota, algo totalmente inimaginável alguns meses antes e o domínio da Ferrari de Schumacher, que corria apenas em 12º naquele dia.
Naquele tempo, os pilotos só iam aos boxes reabastecer e como eles treinavam com o mesmo combustível que teriam que largar, as primeiras paradas não tardaram a acontecer. Os cinco primeiros pararam praticamente juntos, com Raikkonen assumindo a ponta da corrida, indicando que largara pesado e a McLaren tinha bastante potencial. Porém, o finlandês começaria sua temporada de azares ao ter um furo no pneu traseiro esquerdo logo após sua parada. Menos mal para Kimi, que o furo se deu na reta oposta, um pouco antes da entrada dos boxes, mas Raikkonen perderia muito tempo e não marcaria pontos naquele abafado domingo de 2005. Villeneuve seria o próximo abandono ao ter problemas nos freios, mas todos os olhos estavam focados nos problemas de Fisichella, que começava a sofrer com seus pneus desgastados, fazendo com que Webber se aproximasse dele. Quando o australiano se aproximou e atacou o piloto da Renault, proporcionou a aproximação de Ralf Schumacher e Nick Heidfeld, quinto e sexto colocados. Os quatro começam uma emocionantes disputa por posições, com Fisichella claramente com problemas, mas se segurando. Numa dessas tentativas, Heidfeld ultrapassa Ralf Schumacher, o que lhe seria muito útil mais tarde. Na volta 36, Webber tentou ultrapassar Fisichella novamente na freada da reta oposta, mas o italiano acabou saindo de frente, batendo com força em Webber, provocando o abandono de ambos, com Heidfeld subindo ao terceiro lugar.
As equipes tiveram receio de encherem o tanque e forçarem ainda mais os pneus e por isso, praticamente todo mundo optou por uma estratégia de duas paradas. Mais atrás, Rubens Barrichello era atacado pela... Red Bull do novato Christian Klien pela... oitava posição! A Ferrari não iniciava nada bem 2005 e o novo carro era construído para estrear o mais rápido possível. Com um pedaço de borracha pregado na sua asa traseira destruindo o equilíbrio de sua Ferrari, Barrichello abandonaria no final da corrida, enquanto que no final da corrida, Schumacher teve que aguentar a pressão de um atrevido Klien pela sétima posição. Lá na frente, Alonso fazia uma corrida segura e vence pela primeira vez em 2005, garantindo a segunda vitória na carreira. Trulli chega mais de 20s atrás, mas isso era motivo de muita festa nos boxes da Toyota, pois esse era o primeiro pódio da montadora na F1. Heidfeld, numa pilotagem discreta, terminou em terceiro, enquanto Montoya se aproveitava de um segundo pit-stop problemático de Ralf Schumacher, que teve que trocar o bico do seu carro, ainda rescaldo do incidente entre Fisichella/Webber, para terminar em quarto. Com a Ferrari agora por baixo e sofrendo com os pneus Bridgestone, a Renault passava a ser a referência da F1.
Chegada:
1) Alonso
2) Trulli
3) Heidfeld
4) Montoya
5) R.Schumacher
6) Coulthard
7) M.Schumacher
8) Klien
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