Os novos kits aerodinâmicos da Indy foram criados para trazer um visual diferente para as duas montadoras (Chevrolet e Honda) presentes na categoria. Porém, visualmente o resultado não ficou nada bom, com os carros que lembram até os F1 da metade da década passada, com suas várias asas, asinhas e asões. Porém, na pista, o novo kit trouxe um ganho de performance significativo, com Will Power ficando com a pole batendo o recorde (desde 2003) da pista de St Pertersburg. Porém, quando os carros estiveram juntos disputando posição, os novos kits trouxeram bandeiras amarelas aos montes, devido aos toques que faziam asas, pequenas ou grandes, saírem voando com muita facilidade. Só a Andretti teve que trocar três asas dianteiras de seus carros. Isso complicou demais o início da abertura da temporada da Indy.
Quem não teve do que reclamar foi a Penske. Corroborando com o que foi visto na pré-temporada, onde seus quatro pilotos andaram juntos e sempre na ponta, a equipe de Roger Penske colocou seus quatro pilotos nas quatro primeiras posições do grid em St Pet, com o campeão Will Power na pole. O primeiro carro da Honda e não-Penske foi Takuma Sato, o pole do ano passado, em quinto. A Penske dominou também a corrida, mas não manteve a ordem da largada. Helio Castroneves ultrapassou Simon Pagenaud na largada, mas o brasileiro parecia não ter ritmo para andar junto à Will Power. Foram as bandeiras amarelas, aos montes, na primeira metade da corrida que deixou o domínio da Penske ameaçado. E também as paradas e a estratégia.
Juan Pablo Montoya era terceiro e sua equipe de pit parecia a mais rápida, enquanto, com relação a equipe Penske, Will Power parecia sempre ter um probleminha em suas paradas. Na segunda rodada de paradas, Power perdeu a posição para Castroneves, mas com estratégia diferente, Hawsworth e o novato Serge Karan lideravam a prova numa bandeira amarela. Na relargada, Karan tentou atacar Hawksworth e deixou a porta de dentro escancarada, liberando Power, Montoya e Kanaan, deixando Castroneves, Bourdais e Pagenaud empacados. Isso praticamente definiu a corrida. A segunda metade da prova foi mais livre das intempéries dos carros que caíam aos pedaços, e a dupla Power/Montoya pôde abrir bem de Tony Kanaan, que colocava seu Ganassi no meio do domínio da Penske. Na última parada, em bandeira verde, Montoya foi o primeiro a parar, mas o diferencial foi que o colombiano se aproveitou de um erro da equipe de Power, para tomar a ponta. Mais atrás Castroneves perdeu a chande de um pódio inteiramente da Penske quando sua equipe se atrapalhou com a roda dianteira direita e o brasileiro permaneceu atrás de Kanaan.
As últimas voltas foram intensas, com Power tentando tomar a posição de Montoya, mas só houve um único ataque do australiano, mas JP conseguiu se segurar, enquanto Power teve parte da sua asa dianteira (mais uma no dia...) danificada, mas permaneceu na pista para completar a dobradinha da Penske. Montoya começou devagar em sua volta à Indy, mas aos poucos se recuperou em 2014 e acabou ainda em quinto no campeonato. Contudo, Montoya tinha andado muito bem apenas nos ovais, mas com essa vitória nas ruas de St Petersburg, encarando o atual campeão Power com decisão, o colombiano pode ganhar o impulso necessário para entrar na briga do título, que tudo levar a crer, será toda da Penske.
Todos esperavam que o carro da Ganassi que estivesse no meio da briga da Penske na Flórida seria o de Scott Dixon, mas o neozelandês passou a corrida inteira sofrendo com problemas em sua macaco pneumático. Dixon perdia tempo nos pit-stops, pelejava na pista, ganhava posições, mas tudo ia abaixo nas paradas. Já Tony fez uma corrida sólida e soube aproveitar a brecha na última relargada para colocar-se em terceiro e administrou muito bem a pressão de Castroneves na metade final da prova. Simon Pagenaud foi o último carro da Penske, em quinto, após fazer uma audaciosa ultrapassagem sobre o seu compatriota Sebastien Bourdais, que terminou em sexto. Ryan Hunter-Reay terminou em sétimo, sendo o melhor da Andretti e da Honda, mas o americano sofreu muito, com algumas saídas de pista e ultrapassagens arriscadas.
Entre mortos e feridos, a Penske começou 2015 numa força ainda maior do que o excepcional ano de 2014. Com a exibição desse final de semana, a Penske poderá exercer um domínio parecido com o de 1994, quando o resultado normal daquela temporada era uma trifeta com Al Unser Jr, Emerson Fittipaldi e Paul Tracy. Agora com quatro pilotos, a Penske pode muito bem fazer um quarteto em boa parte das provas e decidir o campeonato dentro do seu boxe, segurando o ego dos seus pilotos.
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