sexta-feira, 8 de maio de 2015

História: 10 anos do Grande Prêmio da Espanha de 2005

Alonsomania. A loucura de um país que já era apaixonado por corridas, mas de motos, agora se transferia com força para a F1 graças à Fernando Alonso. Um esboço dessa 'mania' se deu em 2003, quando Alonso foi ao pódio em Barcelona com direito à público recorde, que torceu como nunca para o piloto da casa. Dois anos depois, Alonso chegava à Barcelona líder do campeonato e com moral, após derrotar Michael Schumacher em Ímola duas semanas antes. As arquibancadas do circuito de Montmeló estiveram abarrotadas até mesmo na morta quinta-feira, onde apenas se via os mecânicos fazerem os últimos acertos para o final de semana. Que tinha como novidade a volta de Juan Pablo Montoya à F1 após duas corridas ausentes devido a um ombro machucado, mas que até hoje nunca foi devidamente explicado. 

Com a BAR suspensa pela polêmica do carro abaixo do peso, apenas dezoito carros estariam aptos a largar em Barcelona. Com a subida repentina da Ferrari com o seu novo carro, havia a expectativa de uma briga entre Schumacher e Alonso em Barcelona, mas Raikkonen já tinha dado sinais de que ele também seria um rival forte para Alonso e novamente ficou com a pole. Em tempos de uma classificação bizarra, Webber treinou com pouco combustível no domingo pela manhã e tirou Alonso da primeira fila no grid, decepcionando o público que lotava as arquibancadas. Se Schumacher errou em Ímola, em Barcelona o real ritmo da Ferrari apareceu com o alemão apenas em oitavo, logo atrás de um Montoya ficando bem atrás de Raikkonen, numa das disputas entre companheiros de equipe mais aguardadas em 2005. 

Grid:
1) Raikkonen (McLaren) - 2:31.421
2) Webber (Williams) - 2:31.668
3) Alonso (Renault) - 2:31.691
4) R.Schumacher (Toyota) - 2:31.917
5) Trulli (Toyota) - 2:31.995
6) Fisichella (Renault) - 2:32.830
7) Montoya (McLaren) - 2:33.472
8) M.Schumacher (Ferrari) - 2:33.551
9) Coulthard (Red Bull) - 2:34.168
10) Massa (Sauber) - 2:34.224

O dia 8 de maio de 2005 estava ensolarado e quente em Barcelona, fazendo da vida dos torcedores de Alonso ainda mais fácil para lotar o circuito de Montmeló. O espanhol era a grande atração do dia e todas as atenções estavam focalizadas em Fernando, mesmo ele largando na segunda fila. Porém, no apagar das cinco luzes vermelhas, não demorou para Alonso se aproveitar de uma má largada de Webber e assumir o segundo lugar. Raikkonen permanecia firmemente na ponta, com Ralf Schumacher também se aproveitando da péssima largada de Webber para subir para terceiro, deixando o australiano da Williams em quarto. 

Andando com pista livre à frente, Raikkonen voava, marcando treze voltas mas rápidas nas primeiras vinte e quatro voltas da corrida. Era um ritmo alucinante, que nem Alonso, empurrado pela torcida e empolgado pela liderança do campeonato, era capaz de emparelhar. Na verdade, Alonso estava tendo problemas com os seus pneus e viu Ralf Schumacher se aproximar de seu Renault. Vendo que a ultrapassagem não seria possível na pista, Ralf foi aos boxes na volta 21, mas o trabalho da Toyota foi lento demais e o alemão, no final das contas, acabou atrás do seu companheiro de equipe Trulli, que fazia outra corrida sólida. Raikkonen, por sua vez, estava num ritmo tão superior ao de Alonso, que mesmo fazendo sua primeira parada antes do espanhol, o finlandês da McLaren voltou à frente de Alonso, que fez sua parada na volta seguinte. Fisichella vinha num ritmo rápido e mesmo esticando sua parada, retornou à frente do seu companheiro de equipe, enquanto Montoya tinha problemas em seu primeiro reabastecimento, tendo que voltar aos boxes da McLaren na volta seguinte para reabastecer seu carro.

Ao final da primeira rodada de paradas, Raikkonen liderava confortavelmente os dois carros da Renault, mas não na ordem que a torcida queria, com Fisichella à frente de Alonso. Schumacher fazia milagres com sua Ferrari e vinha em quarto, com os dois carros da Toyota logo atrás. Porém, Alonso teria uma baforada de sorte quando Fisichella tem problemas na asa dianteira do seu Renault e tem que retornar aos boxes para uma parada não-programada, para delírio do público. Por sinal, esse seria um dos poucos momentos de delírio do público espanhol... Raikkonen tinha uma dianteira de 25s e o ritmo do finlandês não baixava. Mais atrás, Schumacher tinha sua corrida terminada quando um pneu traseiro esquerdo furado o fez sair da pista e quando retornou aos boxes, o alemão da Ferrari preferiu desistir. A decantada subida da Ferrari em 2005 pareceu ter ficado unicamente em Ímola. 

Ao final da segunda parada, as cinco primeiras posições (Raikkonen, Alonso, Trulli, Ralf e Webber) estava bem definida, mas numa bela corrida de recuperação, Fisichella se aproximava de Webber nas voltas finais. Essa era a única briga que poderia entreter o público e mesmo tendo um carro bem mais rápido, Fisichella só efetuou a ultrapassagem sobre Webber no finalzinho da prova, faltando três voltas. Lá na frente, Raikkonen venceu com quase meio minutos de vantagem sobre Alonso, que mesmo tendo uma corrida bem difícil, comemorou muito com a torcida os valiosos oito pontos que ganhou. Porém, Kimi Raikkonen, com sua primeira vitória em 2005, dava um recado claro ao espanhol: ele seria seu maior adversário na briga pelo título daquele ano!

Chegada:
1) Raikkonen
2) Alonso
3) Trulli
4) R.Schumacher
5) Fisichella
6) Webber
7) Montoya
8) Couulthard

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