sábado, 20 de agosto de 2016

História: 15 anos do Grande Prêmio da Hungria de 2001

Após uma folga de três semanas, a F1 retornava às suas atividades quinze anos atrás em Hungaroring, palco das corridas mais chatas daqueles tempos. Após a Williams dominar em Hockenheim, a equipe inglesa dificilmente repetiria o mesmo desempenho num circuito tão diferente quanto em Hungaroring. Michael Schumacher poderia ser campeão na Hungria, se vencesse a corrida, além de se igualar também à Alain Prost no quesito número de vitórias. Até mesmo um segundo lugar serviria ao alemão, mas o ferrarista dependeria de uma combinação de resultados. Durante a parada da F1, as novidades era que, após demitir Frentzen, a Jordan não aprovou o desempenho do piloto de testes Ricardo Zonta e contrata Jean Alesi, em litígio com a Prost. Alesi havia corrido pela equipe de Eddie Jordan na F3000 e próximo de se aposentar, voltaria à equipe em que começou a se destacar na Europa. Para o lugar de Alesi, a Prost trouxe Frentzen, já o contratando para 2002. O problema era saber se a equipe, em dificuldades financeiras, aguentaria até lá...

A classificação mostrou uma impressionante dominância de Michael Schumacher, com o alemão colocando nada menos do que oito décimos de segundo em cima do segundo colocado David Coulthard, enquanto o tempo da pole de 2000 era superado em mais de 3s. A guerra de pneus tinha derrubado os tempos de forma significativa em 2001. Coulthard precisava vencer se quisesse se manter vivo na briga pelo título, mas estava claro que o máximo que o escocês poderia fazer era adiar o tetracampeonato de Schumacher e ainda assim, estava muito difícil. Atrás de Coulthard vinha Rubens Barrichello em terceiro, com Ralf Schumacher ainda conseguindo um bom quarto lugar com seu Williams, mais afeito à circuitos de alta velocidade. Trulli mostrava seu forte ritmo em classificação ao colocar seu Jordan em quinto, enquanto Hakkinen lutou com seu carro em todo o final de semana, mesmo o finlandês gostando da pista onde venceu nos últimos dois anos, e era apenas sexto, à frente de Heidfeld, Montoya, Raikkonen e Villeneuve. Era a nona pole de Michael Schumacher em 2001 e da forma como tinha andado em todo o final de semana, o campeonato tinha tudo para ser definido na Hungria.

Grid:
1) M.Schumacher (Ferrari) - 1:14.059
2) Coulthard (McLaren) - 1:14.860
3) Barrichello (Ferrari) - 1:14.953
4) R.Schumacher (Williams) - 1:15.095
5) Trulli (Jordan) - 1:15.394
6) Hakkinen (McLaren) - 1:15.411
7) Heidfeld (Sauber) - 1:15.739
8) Montoya (Williams) - 1:15.881
9) Raikkonen (Sauber) - 1:15.906
10) Villeneuve (BAR) - 1:16.212 

O dia 19 de Agosto de 2001 amanheceu quente e ensolarado em Budapeste, fazendo com que a corrida em Hungaroring tivesse um cenário muito parecido com as corridas dos anos anteriores, o que significava uma corrida com poucas ultrapassagens, com as posições de pista sendo conquistadas principalmente devido à estratégias de boxes ou abandonos dos pilotos que vinham na frente. Portanto, a largada era especialmente importante na Hungria e Schumacher começou a ganhar o título quando tanto ele, como Barrichello largaram bem, o que não era o caso do segundo colocado no grid Coulthard, com o escocês ficando atrás de Barrichello. Atrás deles Ralf Schumacher estava em quarto à frente de Jarno Trulli e Mika Hakkinen. Eddie Irvine foi a primeira vítima da corrida ao atolar seu carro na caixa de brita logo na primeira curva.

A natureza da pista fazia com que fosse quase impossível ultrapassar e a corrida seria decidida principalmente na estratégia de pit stop. Jean Alesi, no entanto, conseguiu ultrapassar Pedro de la Rosa para tomar o 12º lugar do espanhol no início da corrida. Era a ultrapassagem única da prova até então... Os três primeiros construíram uma boa diferente em cima de Ralf Schumacher em quarto lugar, enquanto o quinto colocado Jarno Trulli estava segurando vários carros atrás dele. Como sempre, o ritmo de Trulli em corrida era bem inferior ao da classificação e num circuito como Hungaroring, azar de quem está atrás do italiano. A diferença entre os três primeiros era estática, em cerca de 2s, até a volta 11. Em seguida, Michael Schumacher começa a forçar (ou Rubens Barrichello diminuiu...) e quando a primeira rodada de pit stops se aproximou, Michael já estava mais de 13s à frente de Rubens Barrichello, com Coulthard colado no brasileiro. Na primeira rodada de pit stops, Coulthard conseguiu ficar à frente de Barrichello e durante algumas voltas parecia estar tirando a diferença que o separava de Michael Schumacher. Algumas voltas mais tarde, embora a diferença tenha se estabilizado, Rubens Barrichello começou a alcançar Coulthard. Atrás deles, Ralf Schumacher ficou isolado em 4º lugar, no entanto, Mika Hakkinen conseguiu passar Trulli durante as paradas e começou a fazer algumas voltas rápidas, conseguindo se aproximar de Ralf. Atrás de Hakkinen, a dupla da Sauber estava lutando por uma posição à frente de Montoya.

Na segunda rodada de pit stops, Barrichello conseguiu tomar o segundo lugar de volta de Coulthard quando o escocês teve um pequeno problema com o reabastecimento durante o seu pit stop. Michael se manteve na liderança e com Barrichello atrás dele em segundo lugar, era o resultado perfeito para a Ferrari para ganhar não apenas o título de pilotos com Schumacher, como também o de construtores com ampla antecedência. Hakkinen finalmente colava em Ralf Schumacher depois de marcar a volta mais rápida da corrida, mas por mais que Mika tentasse, ele não conseguia encontrar uma maneira de ultrapassar, principalmente devido potência superior do motor BMW nas retas. Estranhamente, Hakkinen faz um rápido reabastecimento na volta 72, provavelmente devido a um erro durante a sua parada, mas ele manteve o quinto lugar. Schumacher liderou a prova de ponta a ponta e nas voltas finais, permitiu a aproximação de Barrichello, com Coulthard logo atrás. Schumacher recebeu a bandeirada em primeiro numa prova, como normalmente acontece em Hungaroring, sem emoções, mas cheio de significados históricos. Schumacher se igualava à Alain Prost no quesito títulos (quatro) e vitórias (51), sendo que no caso de vitória, o alemão se tornava o maior vencedor da história, enquanto a Ferrari ganhava o Mundial de Construtores. Se em 2000 o alemão barbarizou, em 2001 Schumacher foi ainda mais perfeito. Muitas vezes a Ferrari não tinha o melhor carro, com a Williams se firmando como a mais forte nos circuitos rápidos e a McLaren se destacando nos circuitos dependentes de aerodinâmica. A Ferrari era o carro mais equilibrado, mas o fator de desequilíbrio em 2001 tinha nome e sobrenome: Michael Schumacher.

Chegada:
1) M.Schumacher
2) Barrichello
3) Coulthard
4) R.Schumacher
5) Hakkinen
6) Heifeld 

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