quinta-feira, 11 de agosto de 2016

História: 25 anos do Grande Prêmio da Hungria de 1991

Após o domínio inicial da McLaren em 1991, com Senna vencendo as quatro primeiras corridas do ano, a relação de forças tinha mudado bastante com a chegada do verão europeu. A Williams já tinha mostrando muito potencial desde os primeiros testes, mas a falta de confiabilidade do carro tinha deixado Nigel Mansell, por contrato o piloto número um da equipe, na mão várias vezes. Contudo, com o passar da temporada a Williams foi ganhando cada vez mais confiabilidade e não apenas suplantou a Ferrari de Alain Prost como maior adversária de Senna e a McLaren, como já aparecia em um plano superior dentro da F1. Contudo, no travado circuito de Hungaroring, Senna sabia que tinha uma chance contra a potência do motor Renault. 

Para quem era recordista absoluto de poles na história da F1, ficar três meses sem largar em primeiro deveria ser torturante para alguém competitivo como Ayrton Senna, mas o brasileiro da McLaren tirou a barriga da miséria ao não apenas ficar com a pole, como enfiar 1s no segundo colocado, que foi objetivo de uma briga interessante entre Patrese, Berger, Prost e Mansell na classificação, com o italiano ficando com o lugar na primeira fila, com Mansell superado pelo companheiro de equipe por apenas um centésimo de segundo. Numa pista onde o equilíbrio contava mais do que a potência, foi surpreendente os dois carros da Benetton fora do top-10, enquanto Pirro era um surpreendente sétimo e Capelli, sofrendo como nunca em seu Leyton House, conseguindo um lugar entre os dez primeiros.

Grid:
1) Senna (McLaren) - 1:16.147
2) Patrese (Williams) - 1:17.379
3) Mansell (Williams) - 1:17.389
4) Prost (Ferrari) - 1:17.690
5) Berger (McLaren) - 1:17.705
6) Alesi (Ferrari) - 1:18.410
7) Pirro (Dallara) - 1:19.334
8) Modena (Tyrrell) - 1:19.748
9) Capelli (Leyton House) - 1:19.794
10) Brundle (Brabham) - 1:19.976

O dia 11 de agosto de 1991 amanheceu com forte calor em Budapeste, característica inerente da pista magiar nessa época do ano, sempre proporcionando corridas muito quentes, pelo menos em termos de temperatura ambiente, no Grande Prêmio da Hungria. Após muito tempo a McLaren havia sido superior à Williams, mas ainda era esperado saber como os carros branco e vermelhos se sairiam em ritmo de corrida. Sabendo disso, Senna sabia que a largara era essencial e comandar o ritmo da corrida era primordial para não apenas vencer, como dar um basta na ótima sequência da Williams. Porém, quem melhor largou no apagar da luz verde foi Patrese, mas Senna não queria ceder sua posição de forma alguma e ficar a mercê dos pilotos da Williams e chegou a primeira curva emparelhado com Patrese, freando forte e fritando os pneus para permanecer em primeiro, numa largada sem maiores incidentes.

Como era esperado, Senna não consegue disparar, tendo Patrese sempre a menos de 1s de distância, enquanto Mansell ficava à espreita, sem ser ameaçado por Prost, que não conseguia acompanhar o ritmo dos primeiros colocados e ainda segurava Berger. A fica estática, mas era muito tensa, pois era esperado que a Williams tomasse alguma posição quanto a ordem dos seus pilotos, pois era Mansell quem disputava o campeonato, mas Patrese tinha um bom ritmo e tinha Senna sempre nas suas vistas. Na volta 28, o motor de Prost explode e o francês vai aos boxes abandonar, acabando com as mínimas chances do 'Professor' conquistar seu quarto título em 1991. Mesmo numa corrida com asfalto quente, os primeiros colocados não parariam para trocar pneus. A corrida seria decidida na pista. Na volta 45, Patrese acena claramente para Mansell passar e ser o inglês a atacar Senna. Imediatamente Mansell partiu para cima de Senna, com a sua conhecida volúpia. Depois da corrida Senna confessaria que fez vários 'break tests' em Mansell, para que o inglês desgastasse seus freios e pneus. Atitude não muito ética, mas como era Senna, isso foi tratado com um ato de genialidade para segurar a posição frente a uma oposição claramente superior.

Senna sabia da importância dessa vitória, numa pista onde a Williams, se não tinha um carro pior, pelo menos não estava tão à frente. Após vários ataques, Mansell pareceu desistir de efetuar uma ultrapassar que poderia ser muito perigosa. Afinal, a edição de 1986 ainda estava fresca na memória de todos e Mansell sabia do que Senna era capaz de fazer para segurar uma posição, além do inglês não ter a genialidade de um Nelson Piquet... Senna acabou com a sequência da Williams e venceu sua primeira corrida desde Mônaco, após resistir aos ataques de Mansell e Patrese o tempo todo. Berger fez uma corrida anônima para ser quarto, porém dando pontos importante à McLaren no Mundial de Construtores. Alesi salvou a honra da Ferrari e Capelli marcaria o primeiro e último ponto da Leyton House em 1991, mostrando a decadência de uma equipe que chegou a brigar por vitória em 1988. Foi uma vitória para Senna mostrar que ainda estava vivo no campeonato, além de dar um golpe nas pretensões da Williams em dominar a segunda metade do campeonato.

Chegada:
1) Senna
2) Mansell
3) Patrese
4) Berger
5) Alesi
6) Capelli

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