quinta-feira, 9 de abril de 2015

Fim da lua de mel

Ao final do Grande Prêmio de San Marino de 2000, em Ímola, exatos quinze anos atrás, a Ferrari comemorava sua terceira vitória no ano, não sem surpresa, com o mesmo piloto: Michael Schumacher. Porém, parecia que alguém dentro da Ferrari estava surpreso com esse começo impecável dos italianos, o melhor desde 1976: Rubens Barrichello, o segundo piloto da equipe.

Rubens havia começado bem o final de semana em Ímola, mas com o passar dos treinos livres, Schumacher impôs seu talento e velocidade para tomar as rédeas da Ferrari. Derrotado de forma espetacular por Mika Hakkinen na luta pelo pole, Schummy superou o quarto colocado no grid Barrichello por quatro décimos, deixando o brasileiro em 'último' da 'primeira divisão' da F1 em 2000. No domingo, Schumacher e Hakkinen dominaram a corrida, com o alemão superando o piloto da McLaren na segunda rodada de paradas. Enquanto isso, o único bom momento de Barrichello na corrida foi a largada, onde ultrapassou Coulthard e segurou o escocês por boa parte da corrida, mas acabou superado pelo segundo piloto da McLaren. Barrichello terminou na mesma quarta posição em que largou, um minuto e meio atrás do companheiro de equipe.

Depois da corrida, Barrichello estava irritado, insinuando que havia algo 'estranho' em seu carro. 'O outro carro ganha a corrida e o meu não. Ou tem algo de errado comigo ou com o carro,' declarou Rubens aos jornalistas presentes em Ímola. 'Com essa Ferrari, até minha avó terminaria em quarto!', exclamou o brasileiro.

Com a expectativa de ser campeão e derrotar Schumacher dentro da Ferrari, os atritos de Rubens Barrichello com sua nova equipe começaram na apresentação da equipe para aquela temporada, quando não aceitou o cargo de segundo piloto da Ferrari. 'Sou o 1B', falou Barrichello na ocasião. Porém, foi em Ímola, há quinze anos atrás, que Rubens Barrichello iniciava um relacionamento conturbado com a Ferrari, cheio de momentos felizes, mas outros mais, bastante tensos. Isso refletiria na imprensa brasileira nos cinco anos seguintes, pois Barrichello nunca se conformaria com a sua situação dentro da Ferrari e externaria suas lamentações pelos microfones brasileiros.  A lua de mel de Rubens Barrichello e a Ferrari durou bem menos do que o esperado.

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