domingo, 26 de abril de 2015

Um novo jardim

O clichê era quase inevitável sobre a primeira vitória de Josef Newgarden na F-Indy, mas o jovem americano de 24 anos mereceu demais esse triunfo no Alabama, em Birmigham, se tornando o quarto vencedor diferente em quatro etapas até agora na temporada 2015. E foi agora na quarta etapa que a Indy nos proporcionou uma corrida de verdade, onde houve ultrapassagens na pista e fora dela.

Helio Castroneves largou na pole e ficou na ponta no início da prova. Newgarden havia largado entre cinco primeiros e numa largada relâmpago, pulou para segundo, andando no mesmo nível do piloto da Penske. O piloto da pequena equipe CFH, dos ex-pilotos Sarah Fischer e Ed Carpenter, assumiu a ponta pela primeira vez quando Castroneves teve problemas pela segunda corrida consecutiva em seu pit-stop, mas Newgarden mostrou a gana para vencer quando, em sua segunda parada, a equipe CFH demonstrou sua desvantagem para a Penske e Josef saiu dos pits atrás de Castroneves. Na relargada, Newgarden não tomou conhecimento de Helio e o ultrapassou na pista, esperando a estratégia se assentar para administrar como gente grande a liderança no final da prova, que teve emoção pelo eterno drama da Indy com relação ao combustível. Sempre me perguntei o porquê os estrategistas da Indy sofrerem tanto com relação à estratégia de combustível e na F1, nos tempos de reabastecimento, isso nunca ocorreu.

O fato foi que Newgarden, segurando a ponta com maestria, seguido por Scott Dixon, teve que diminuir seu ritmo para chegar até o final. A sorte do americano foi que Dixon também precisou fazer o mesmo, já que os motores Chevrolet, bem mais potentes que os Honda, também consomem mais. Graham Rahal, com motor Honda e fazendo uma corrida agressiva no final, não tomou conhecimento dos experientes Will Power, Ryan Hunter-Reay e Helio Castroneves e os ultrapassou um a um. Correndo em terceiro, Rahal parecia ter pouca chance de vitória, mas o americano que corre na equipe do pai, o lendário Bobby Rahal, imprimiu um ritmo fortíssimo, chegando a andar numa média de 2s mais rápido do que os dois líderes e se não alcançou Newgarden, ultrapassou Dixon na última volta, fazendo a primeira dobradinha americana na Indy depois de muitos anos. Se alguém saber a quanto tempo não temos dobradinha americana, os comentários estão aí para isso. O que importa é que Newgarden fez por merecer sua vitória. O jovem já correu na Europa, mas voltou aos Estados Unidos para correr na Indy, mas sem ser uma grande estrela, sempre correu em equipes pequenas, mas Josef mostrava talento e em 2015, ele andou na frente em praticamente todas as corridas e na primeira prova sem maiores intempéries, venceu com autoridade. Nova estrela surgindo? 

Dixon consolidou sua boa fase com o terceiro lugar, com Will Power ficando em quarto após uma corrida problemática no começo, onde foi ultrapassado por Newgarden na largada, por Pagenaud nas primeiras voltas, saiu dos boxes de forma temerária, colocando Takuma Sato para fora da pista e o australiano acabou sendo punido por isso. A Penske não teve um dos seus melhores dias, com todos os seus quatro carros tendo algum tipo de problema. Montoya fez uma corrida apagadíssima largando de 15º, mas teve sorte por não perder a liderança do campeonato, pois Helio Castroneves acabou tendo problemas na última volta e caiu de quarto para 15º, logo atrás de Montoya. Castroneves, após sua segunda parada, perdeu rendimento de forma assustadora, não tendo mais condições de brigar pela vitória, se segurando na terceira posição, mas acabou ainda mais atrás. A Andretti mostrou o quão é forte após um sábado muito ruim, onde os seus três carros não conseguiram boas posições no grid, e acabou com Hunter-Reay em quinto, seguido por Muñoz e Marco Andretti.

Com Montoya tendo um final de semana problemático e Helio Castroneves perdendo uma chance de ouro para assumir a liderança do campeonato (deve ser por isso que ele nunca foi campeão de nada...), a Indy chega no mítico mês de maio com o campeonato embolado, mas ainda com Penske e Ganassi mais fortes do que nunca para o resto do certame. 

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