Cem mil pessoas lotaram o circuito de Mugello para ver uma vitória de Valentino Rossi após oito anos de jejum do ídolo italiano em casa. Conseguindo uma rara pole, Rossi era favorito à vitória e mesmo estando atrás de Lorenzo no começo da prova, o ataque do Doutor era questão de minutos, mas um motor quebrado estragou a tarde dos italianos, que puderam apenas vaiar à vontade a dupla espanhola Lorenzo e Márquez, que protagonizaram uma última volta frenética, com vantagem para o piloto da Yamaha.
No warm-up, Lorenzo sofreu uma rara quebra de motor em sua Yamaha, ligando o sinal vermelho da equipe. Porém, na largada, Jorge saiu muito bem, pulando da segunda fila para a ponta ainda na freada da primeira curva, deixando Rossi, que até saiu bem, em segundo. Os dois pilotos da Yamaha passaram a disputar ferrenhamente a ponta, com Rossi tendo claramente um ritmo melhor, enquanto Lorenzo se defendia com freadas no limite para deter Rossi. Isso fez com que Marc Márquez, em sua desequilibrada Honda, se aproximasse, trazendo consigo Andrea Doviziozo. A corrida prometia uma bela briga pela ponta, quando o segundo motor da Yamaha explodiu no dia, desta vez com Rossi, para desespero do público italiano. que viu seu ídolo abandonar tristemente. Se pudessem escolher, que os motores da Yamaha quebrassem na ordem invertida, mas não foi assim e Rossi perdeu uma ótima chance de vencer em casa.
Contudo, a corrida ainda não estava decidida. Dois fronts se armavam para o final da prova. Enquanto Márquez gradualmente se aproximava de Lorenzo, Doviziozo perdia rendimento e era alcançado por Dani Pedrosa e Andrea Iannone, que largou na primeira fila e teve problemas na embreagem, caindo várias posições. De saída da Ducati em direção à Suzuki, para substituir Maverick Viñales, esse em direção à Yamaha, Iannone queria mostrar serviço e nada melhor do que ultrapassar o piloto que o tirou da Ducati. O retrospecto dos dois Andreas não era dos melhores em brigas recentes, mas os dois se comportaram bem, com Iannone se sobressaindo, ainda mais com Doviziozo errando na forte e difícil freada da curva um. Pedrosa assumiu a quarta posição e passou a brigar com Iannone, mas o italiano acabou superando o já veterano espanhol e ficou com o lugar mais baixo do pódio. Quarto colocado, Pedrosa já pensa onde colocará a estátua do seu empresário na sua casa, pois mesmo cada vez mais opaco nessa altura da carreira, Pedrosa renovou por mais dois anos com a Honda, podendo completar doze anos na melhor equipe da MotoGP... sem títulos!
Lá na frente, Márquez se ouriçava para cima de Lorenzo, que não fazia suas conhecidas corridas onde assumia a ponta e disparava. O espanhol da Yamaha parecia não ter um bom ritmo, mas Jorge contava com o nítido desequilíbrio da Honda, além da conhecida agressividade de Márquez, nunca contente com a segunda posição. Inicialmente Marc teve os mesmo problemas de Rossi no começo da corrida, não conseguindo ultrapassar no principal ponto de ultrapassagem da pista de Mugello, na primeira curva. Então Márquez tentou ataques no miolo. Na última volta, Márquez foi pro 'tudo ou nada', com Lorenzo se defendendo do ímpeto do compatriota. Os dois campeões trocaram de posições três vezes e após distribuir uma bela fechada na última curva, Márquez parecia ter a vitória nas mãos, mas eis que Lorenzo se lembrou de uma vitória, ainda nas 250cc, em cima de Alex de Angelis em Mugello e repetindo o feito, saiu muito forte da última curva e com mais embalo, efetuou a ultrapassagem consagradora na bandeirada, garantindo a segunda vitória consecutiva em 2016 e a terceira do ano, abrindo dez pontos para Márquez no campeonato.
Nem essa disputa espetacular diminuiu a bronca dos tifosi, que vaiaram com gosto Lorenzo e Márquez no pódio. Com dois abandonos no ano, a situação de Rossi vai se complicando no campeonato, que vai se desenhando numa disputa particular entre Lorenzo e Márquez. E se houver mais corridas como essa, tanto melhor!
Foi doloroso demais isso com Rossi. Não merecia.
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