sábado, 7 de maio de 2016

História: 10 anos do Grande Prêmio da Europa de 2006

Apesar da brilhante vitória de Michael Schumacher em Ímola, era claro que a Renault tinha um melhor ritmo de corrida e somente a dificuldade de se ultrapassar no circuito italiano proporcionou à Schumacher segurar Alonso nas voltas finais de tirar o fôlego do Grande Prêmio de San Marino. Houve um teste em Silverstone onde praticamente todas as equipes estiveram presentes e a Renault, com Alonso e Fisichella foram sempre os mais rápidos, enquanto Ferrari e Toyota testavam em Paul Ricard. 

A classificação foi um confronto direto entre Alonso e Michael Schumacher, com vantagem para o espanhol em sua última volta rápida. Schumacher vinha logo atrás do espanhol, mas acabou dois décimos atrás. Cada vez mais confiante na Ferrari, Felipe Massa foi terceiro, enquanto Fisichella destoou e ficou ainda no Q2. Irado, o italiano da Renault saiu do seu boxe direto para a BMW, reclamando de que Jacques Villeneuve o teria atrapalhado no final da sessão, deixando Fisichella numa posição difícil para o domingo, onde não poderia ajudar Alonso. 'Bastardo', gritou Fisichella para Villeneuve, bem no final de semana em que se completava 24 anos da morte de Gilles Villeneuve... A Honda fez um bom trabalho e ficou nas primeiras posições, separados pela McLaren de Raikkonen, enquanto um cada vez mais desmotivado Montoya era destruído pelo finlandês. 

Grid:
1) Alonso (Renault) - 1:29.819
2) M.Schumacher (Ferrari) - 1:30.028
3) Massa (Ferrari) - 1:30.407
4) Barrichello (Honda) - 1:30.754
5) Raikkonen (McLaren) - 1:30.933
6) Button (Honda) - 1:30.940
7) Trulli (Toyota) - 1:31.419
8) Villeneuve (BMW) - 1:31.542
9) Montoya (McLaren) - 1:31.880
10) R.Schumacher (Toyota) - 1:30.994

O dia 7 de maio de 2006 estava ensolarado e quente em Nürburgring, condições perfeitas para uma corrida de F1, mostrando um grande erro da meteorologia alemã, que no começo da semana havia previsto um final de semana frio e chuvoso ao sope do castelo de Nürbur. Quando as cinco luzes vermelhas se apagaram, Alonso saiu bem, mantendo as duas Ferraris atrás de si. Button havia conseguido uma ótima largada e pulado para quarto, seguido por Raikkonen, Barrichello e Trulli. No meio do pelotão, Vitantonio Liuzzi tocou em Ralf Schumacher, que foi forçado para cima de Coulthard. Liuzzi foi o primeiro abandono do dia, enquanto Coulthard, após uma longa parada dos boxes, abandonaria mais tarde. Por causa dos destroços, o safety-car ficou na pista algumas voltas.

Quando foi dada a relargada, Alonso disparou na frente, sendo seguido de perto pelas duas Ferraris. O espanhol tratou de fazer várias voltas rápidas, mas nem assim conseguia abrir uma boa diferença para os carros vermelhos, que estavam longe da posição de atacar Alonso. A corrida, pelo menos nas primeiras posições, fica bem estática. Dez anos atrás havia a brincadeira de se saber quem era o piloto mais leve nas primeiras posições e quando Alonso parou ainda na volta 10, todos perceberam do ritmo forte do espanhol, mas as Ferraris pararam nas voltas seguintes, primeiro Massa, depois Schumacher. O alemão voltou à pista colado em Alonso, enquanto Massa deu azar de ficar atrás do sempre complicado de ultrapassar Trulli. Após a primeira rodada de paradas, as posições eram as mesmas e o momento mais emocionante da corrida era a tríplice briga entre Villeneuve, Fisichella e Montoya, com todos esperando para ver qual seria a reação de Fisichella com Villeneuve, vinte e quatro horas depois dos dois terem se estranhado na classificação. Button teve um triste abandono com o motor quebrado, enquanto a corrida se encaminhava para a sua hora da verdade: a segunda rodada de paradas.

Muito se reclamou que Schumacher só ultrapassava nos boxes na carreira, mas a verdade foi que poucos realizaram o trabalho do alemão em seus áureos tempos de Ferrari. As mesmas duas voltas de diferença entre as paradas de Schumacher e Alonso se repetiram na segunda rodada de pit-stops. Enquanto o espanhol fazia sua parada, Schumacher voava na pista. Combinando isso com um belo trabalho da Ferrari, o alemão saiu dos boxes um pouco à frente de Alonso, para delírio da torcida alemã, que lotou Nürburgring naquele dia. Como havia acontecido na primeira parada, Raikkonen esticou ao máximo sua parada, mas o finlandês voltou à pista mesmo em quarto. Na briga entre Villeneuve e Fisichella, melhor para o italiano, enquanto Montoya se atrasava e ficava atrás de Nico Rosberg. Contudo, Montoya teria o motor quebrado e o colombiano parecia pouco importar com o acontecido. Sem a presença incômoda de Villeneuve, Fisichella tentou um ataque em cima de Barrichello pela quinta posição, se aproveitando do abandono de Ralf Schumacher, mas quando o italiano da Renault encostou em Barrichello, faltavam poucas voltas e não foi possível a ultrapassagem. Kimi tentou um ataque final em Massa, que passou boa parte da prova sozinho. Felipe já vinha sendo questionado e precisava urgentemente de um bom resultado e ele veio, segurando sem maiores dramas Raikkonen, garantindo seu primeiro pódio na F1. A corrida foi bastante tática e sem emoções. Schumacher fez uma prova sem erros e manteve Alonso 3s atrás praticamente em todas as voltas finais. Com a pressão de Raikkonen, Massa acabou encostando em Alonso, fazendo com que os quatro primeiros terminassem a prova separados por apenas 5s. No campeonato, Alonso ainda tinha treze pontos de vantagem sobre Schumacher, mas com duas vitórias seguidas, não era nada bom descartar o alemão da briga pelo título.

Chegada:
1) M.Schumacher
2) Alonso
3) Massa
4) Raikkonen
5) Barrichello
6) Fisichella
7) Rosberg
8) Villeneuve 

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