sexta-feira, 27 de maio de 2016

História: 15 anos do Grande Prêmio de Mônaco de 2001

A F1 chegava ao principado de Mônaco com o campeonato de 2001 ainda aberto, mesmo que Schumacher liderasse o certame, a sempre forte McLaren e a surpreendente Williams estavam próximas da Ferrari. Com Mika Hakkinen não tendo um bom ano, David Coulthard liderava a McLaren na tentativa de enfrentar de igual para igual a Ferrari e o escocês finalmente tinha uma chance de ser piloto número um na McLaren e desafiar seu desafeto Schumacher. Na corrida anterior na Áustria, quatro pilotos ficaram parados no grid devido ao novo sistema de largada dos carros, que faziam com que os pilotos praticamente só acionassem botões para saírem bem na largada. Como Monte Carlo tem uma 'reta' dos boxes muito estreita, havia muito receio de como seria a largada se alguns carros ficassem parados e havia até a expectativa de que alguns pilotos largassem 'manualmente'.

Na classificação, Coulthard mostrou seu novo status dentro da McLaren ao conseguir sua segunda pole de 2001 numa emocionante batalha contra Michael Schumacher e Mika Hakkinen. Hakkinen tinha o tempo mais rápido na metade da sessão, mas foi superado por Schumacher, enquanto Coulthard era terceiro. Os três foram para suas últimas voltas na sessão, mas apenas Coulthard melhorou, tomando a pole de Schumacher, enquanto Hakkinen errou em seu tentativa final, tendo que se conformar com o terceiro lugar, seguido de perto por Barrichello, mas o brasileiro esteve longe da briga pela pole. Ralf Schumacher era quinto, enquanto Montoya era sétimo, mas tomando sete décimos de segundo do companheiro de equipe na Williams. Entre eles, estava a surpresa do dia Eddie Irvine, em seu melhor treino na Jaguar no ano. Outra surpresa era Fisichella levar o sofrível Benetton ao décimo lugar, enquanto Alesi mostrava sua magia em Mônaco ao levar o frágil Prost ao 11º lugar, enquanto o jovem Fernando Alonso assombrava ao colocar a Minardi em 18º, na frente de carros bem melhores do que o dele.

Grid:
1) Coulthard (McLaren) - 1:17.430
2) M.Schumacher (Ferrari) - 1:17.631
3) Hakkinen (McLaren) - 1:17.749
4) Barrichello (Ferrari) - 1:17.856
5) R.Schumacher (Williams) - 1:18.029
6) Irvine (Jaguar) - 1:18.432
7) Montoya (Williams) - 1:18.751
8) Trulli (Jordan) - 1:18.921
9) Villeneuve (BAR) - 1:19.086
10) Fisichella (Benetton) - 1:19.220

O dia 27 de maio de 2001 estava ensolarado e quente em Monte Carlo, num dia perfeito para uma corrida de F1 na beira do Mediterrâneo. No ano anterior, a corrida em Mônaco foi cheia de surpresas pelos inúmeros acidentes que ocorreram em 2000, além das falhas mecânicas, que por exemplo tirou uma vitória certa de Schumacher. Era esperado algo parecido quinze anos atrás, enquanto pilotos e equipes discutiam se utilizariam os novos sistemas de largada. Contudo, o Grande Prêmio de Mônaco de 2001 começava com uma surpresa quando o pole David Coulthard ficou parado com seu McLaren ainda na volta de apresentação. A McLaren era o carro que mais sofria com o novo sistema, com Hakkinen já tendo ficado parado várias vezes, mas desta vez Coulthard tinha 'escolhido' a pior pista possível para ter esse problema e agora teria que largar em último e tentar uma improvável corrida de recuperação. Alçado a pole, Schumacher larga bem e mantém a ponta, seguido por Hakkinen e Barrichello.

Logo na primeira volta, um dos protagonistas da corrida aparece, quando Enrique Bernoldi se enrosca com Nick Heidfeld e o alemão se torna o primeiro abandono do dia, mas rapidamente ganharia a companhia de Montoya, que abandonaria ao bater apenas na segunda volta. Não deixava de ser decepcionante o desempenho do colombiano, já que nos Estados Unidos o que não faltam são corridas de rua, parecidas com Mônaco, e Montoya sempre esteve bem atrás do seu companheiro de equipe. A corrida se mantém estável, mas a corrida da Ferrari se tornaria ainda melhor por dois fatores. Na volta 13, Hakkinen entra nos boxes com problemas na direção da sua McLaren. O finlandês ainda tentou voltar à pista, mas achou por bem abandonar a corrida, numa temporada bastante azarada de Mika. No final do pelotão, Coulthard tentava recuperar o enorme prejuízo que teve ao ficar parado na volta de apresentação e fazia o que é quase impossível em Monte Carlo: ultrapassar. O escocês ainda passou pelos brasileiros Luciano Burti e Tarso Marques, que vinham nas últimas posições. À frente de Coulthard vinha Jos Verstappen, da Arrows, e quando o holandês ultrapassou o companheiro de equipe Enrique Bernoldi, Coulthard pensou que faria o mesmo. Ledo engano. Pensando que pudesse fazer a trinca em brasileiros, David ficou preso atrás da Arrows de Bernoldi, que não fazia nada demais para segurar a sua 17º posição. Sem muito o que mostrar na frente, já que Schumacher passeava na ponta, a TV passou a mostrar o martírio de Coulthard, que simplesmente não conseguia ultrapassar Bernoldi. Foram 31 voltas em que Coulthard apenas viu 'ORANGE' na sua frente. A corrida de Coulthard estava definitivamente arruinada...

Após Bernoldi ir aos boxes na volta 44, Coulthard finalmente teve pista livre à frente, mas já tinha até levado uma volta de Schumacher. Na briga pela quinta posição, Trulli segurava Villeneuve e Fisichella, mas o italiano da Jordan abandonaria na volta 30 com um problema hidráulico, que causou um grande incêndio em seu carro. Vinte voltas mais tarde a Jordan já arrumava suas coisas quando Frentzen bateu forte na chicane do Porto. Aparentemente uma batida inocente, mas que causou uma pequena concussão no alemão, fazendo Frentzen não participar da próxima corrida. Saberia-se depois que havia muito mais do que esse acidente em Monte Carlo na ausência de Frentzen... Na volta 55 Schumacher fez sua única parada, enquanto seu irmão mais jovem abandonaria duas voltas mais tarde com problemas elétricos, fazendo com que Irvine subisse para terceiro, trazendo consigo Villeneuve e Alesi. Fisichella, que fazia uma bela corrida em sexto, bateu pela segunda vez no guard-rail e abandonou. Retardando ao máximo sua parada, Coulthard ganhou muito terreno, fazendo a melhor volta da prova e se aproveitando dos vários abandonos, entrava na zona de pontuação, em sexto.

Que viraria quinto quando Jean Alesi teve que fazer um pit-stop não programado nas voltas finais da corrida. Havia uma torcida enorme para o veterano francês e Alesi conseguiu sair dos boxes um pouco à frente de Button, garantindo o sexto lugar e um pontinho, que seria extremamente comemorado pela equipe Prost e por Jean Alesi, que parecia um menino comemorando seu primeiro ponto na F1. A corrida fica estática e Schumacher abranda tanto o ritmo, que permite que Barrichello encoste nele na última volta e a Ferrari teria uma bela foto da sua dobradinha na bandeirada. Irvine tinha muito o que comemorar, pois o seu terceiro lugar, tendo Villeneuve bem próximo, era o primeiro da Jaguar desde que a Ford comprou a equipe Stewart no final de 1999. Coulthard terminou em quinto, mas os oito pontos perdidos para Schumacher aumentaram sua desvantagem para o alemão para doze pontos. No final da corrida, uma cena lamentável. Após levar seu Arrows ao nono lugar, Enrique Bernoldi foi interpelado por Ron Dennis, chefe da McLaren, que ameaçou arruinar a carreira do jovem brasileiro, que estreava na F1 quinze anos atrás. Conta a lenda que Dennis trabalhou bastante para isso e obteve êxito. Se teve sucesso em acabar com a carreira de Bernoldi, Dennis perdeu feio dentro da pista quinze anos atrás.

Chegada:
1) M.Schumacher
2) Barrichello
3) Irvine
4) Villeneuve
5) Coulthard
6) Alesi 

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