terça-feira, 24 de maio de 2016

História: 45 anos do Grande Prêmio de Mônaco de 1971

Mesmo quase no meio do ano, Monte Carlo receberia apenas a terceira etapa da temporada 1971, com Tyrrell e Ferrari brigando pela ponta do campeonato. Jackie Stewart tinha dado à Ken Tyrrell sua primeira vitória como construtor na Espanha, enquanto a Ferrari estreava o novo modelo 312 B2 na Corrida dos Campeões, prova vencida por Graham Hill, com um Brabham. A Lotus estava focada no novo modelo 56, conhecido por Turbina, e por isso negligenciou um pouco o desenvolvimento do modelo 72, mas Emerson Fittipaldi teria uma nova especificação em Mônaco, com a suspensão traseira retrabalhada. 

Os treinos foram atrapalhados pela chuva, principalmente na quinta e no sábado. Quando houve o mínimo de pista seca, Stewart foi bem mais rápido do que os demais, colocando 1.2s em cima do segundo colocado no grid, seu eterno rival Jacky Ickx, da Ferrari. Siffert surpreendia ao colocar o pesado BRM em terceiro, seguido por Amon e Pedro Rodríguez. Ronnie Peterson consegue o melhor resultado do March 711 na mesma pista onde estreou um ano antes, com o sueco conseguindo um bom oitavo lugar. A Lotus não teve um bom desempenho, com seus dois pilotos fora do Top-10, mas pior destino teve Mario Andretti, que teve problemas em sua Ferrari quando a pista estava seca e não conseguiu tempo para se classificar no domingo.

Grid:
1) Stewart (Tyrrell) - 1:23.2
2) Ickx (Ferrari) - 1:24.4
3) Siffert (BRM) - 1:24.8
4) Amon (Matra) - 1:24.8
5) Rodríguez (BRM) - 1:25.1
6) Hulme (McLaren) - 1:25.3
7) Beltoise (Matra) - 1:25.6
8) Peterson (March) - 1:25.8
9) Hill (Brabham) - 1:26.0
10) Surtees (Surtees) - 1:26.0

O dia 23 de maio de 1971 amanheceu nublado no principado de Mônaco, mas ao contrário dos dias anteriores, não houve chuva e os pilotos largaram com pneus de piso seco. Na largada, ainda no antigo sistema de bandeirada, Ickx saiu ligeiramente melhor, mas Stewart manteve a ponta. Perdendo a batalha inicial, Ickx ainda foi ultrapassado por Siffert na Saint-Devote, numa audaciosa manobra do suíço por dentro da apertada curva. Na primeira volta, quem se dá mal é Chris Amon, que, em mais um golpe de azar que sempre caracterizou sua carreira, o neozelandês desconectou por acidente a bomba elétrica do seu carro e por isso caiu várias posições.

Stewart imprime um ritmo alucinante nas primeiras voltas, abrindo 1s por volta em média, com Siffert e Ickx correndo sozinhos na briga pela segunda posição, enquanto Rodríguez e Peterson brigavam pela quarta posição 2s depois. Bandeiras amarelas eram mostradas na Tabacaria, quando o Mister Mônaco Graham Hill bateu seu Brabham ainda na segunda volta e abandonou sua corrida favorita. Rodríguez parecia segurar Peterson, trazendo outros pilotos para a briga. Dennis Hulme chega a ultrapassar o sueco, mas Peterson retomaria sua quinta posição algumas voltas depois. Para alegria desses pilotos retardados pelo mexicano, Rodríguez tem um pneu furado na volta 14 e tem que ir aos boxes, rebaixando-o para 14º. Nessa altura, Peterson já estava 10s atrás de Ickx, que andava colado em Siffert, que por sua vez tinha mais de 10s de desvantagem para Stewart, que passeava no principado. Peterson impressionava a todos com seu estilo espetacular de pilotagem nas apertadas curvas de Mônaco e logo após se livrar de Rodríguez, Ronnie não apenas se distanciou de Hulme, como se aproximava à uma taxa alarmante de Ickx. Não demorou muito e Siffert, Ickx e Peterson estavam colados, na briga pela segunda posição. Na trigésima volta, Peterson ultrapassa Ickx na curva do Gasômetro, com o belga oferecendo pouca resistência, já que sua Ferrari apresentava uma estranha vibração. Uma volta depois, o sueco da March ultrapassa Siffert, deixando todos impressionados com a performance de Peterson. 

Seria possível Peterson alcançar Stewart? O escocês estava 17s na frente e controlava o ritmo de Peterson, enquanto Siffert e Ickx não conseguiam andar no ritmo do sueco da March e ficavam para trás. Para sorte deles, Hulme já vinha mais de 30s atrás da Ferrari, correndo sozinho, enquanto Beltoise segurava heroicamente o sexto lugar, pois o francês chegou a sair da pista na Chicane do Porto por causa de um problema nos freios. Não demorou muito e o francês da Matra viu seu problema piorar e após sair novamente da pista na Chicane do Porto, ele seria ultrapassado por Emerson Fittipaldi e Rolf Stommelen. Beltoise abandonaria voltas mais tarde, mas com problemas de transmissão. Faltando pouco mais de um terço para o fim da corrida, a prova de Siffert chega à um final prematuro por causa de um vazamento de óleo no motor, entregando o lugar mais baixo do pódio para Ickx, enquanto Stommelen chegava à zona de pontos. As vinte voltas finais viram os pilotos cuidarem dos seus carros e uma pequena garoa aparecer já no finalzinho da corrida. Porém, os carros dos líderes estavam todos espaçados e Jackie Stewart venceu de ponta a ponta em Monte Carlo, sua segunda vitória no principado, além do significado todo especial de ter sido o vencedor da corrida de número 200 da história da F1. Mesmo com a vitória tranquila de Stewart, o nome da corrida fora Ronnie Peterson, que conduziu magnificamente bem seu March rumo a um excelente segundo lugar, fazendo com que Peterson conquistasse seus primeiros pontos na F1 logo com um pódio. Ickx se decepcionava com sua nova Ferrari, enquanto Hulme marcava pontos em todas as corridas até então. Com 24 pontos em 27 possíveis, Jackie Stewart dava todos os sinais de era o maior favorito ao título de 1971.

Chegada:
1) Stewart
2) Peterson
3) Ickx
4) Hulme
5) Fittipaldi
6) Stommelen

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