quinta-feira, 12 de maio de 2016

História: 25 anos do Grande Prêmio de Mônaco de 1991

A McLaren vinha tendo uma temporada excepcional em 1991, com Senna vindo de três vitórias consecutivas, enquanto Berger vinha de dois pódios seguidos. Era um domínio absoluto que a F1 poucas vezes tinha visto e isso começava a incomodar as rivais, muito em particular a Ferrari, que via uma guerra interna entre o 'capo' Cesare Fiore e sua estrela Alain Prost. As duas péssimas exibições em São Paulo e em Ímola, casa da Ferrari, tinha acabado com a paciência da cúpula da equipe italiana, que acabaria demitindo Fiore dias mais tarde, dando ainda mais poder à Prost, mesmo a equipe muito longe de McLaren e Williams, que começava a mostrar todo o seu potencial nas vezes em que os carros azuis e branco não estavam abandonando uma corrida por problema mecânico. 

Os treinos ocorreram debaixo de sol forte e marcado um espetacular acidente de Alex Caffi nos Esses da Piscina, onde o Footwork do italiano foi dividido ao meio tamanha violência do impacto. Mesmo com uma pequena concussão, Caffi estava bem, mesmo que fora da corrida. Senna fez mais uma típica pole no seu palco favorito, enquanto Modena surpreendia ao colocar seu Tyrrell com motor Honda de 1990 na primeira fila, mostrando que a aposta do velho Ken Tyrrell no piloto italiano e no motor japonês tinha sido certeira. Mais uma vez Patrese era mais rápido do que Mansell e os dois estavam separados por Piquet, mesmo o brasileiro odiando a pista monegasca. A Ferrari escancarava sua crise com Prost em sétimo e Alesi apenas em nono.

Grid:
1) Senna (McLaren) - 1:20.344
2) Modena (Tyrrell) - 1:20.809
3) Patrese (Williams) - 1:20.973
4) Piquet (Benetton) - 1:21.159
5) Mansell (Williams) - 1:21.205
6) Berger (McLaren) - 1:21.222
7) Prost (Ferrari) - 1:21.455
8) Moreno (Benetton) - 1:21.804
9) Alesi (Ferrari) - 1:21.910
10) De Cesaris (Jordan) - 1:22.764

O dia 12 de maio de 1991 estava nublado e havia chovido no sábado à noite, mas a pista estava seca não apenas no velho warm-up, como também na corrida. Como era costumeiro, Senna toma a ponta na luz verde, cortando o barato de Modena, que havia largado muito bem, mas não atacou Senna. Pela primeira vez largando numa posição tão boa, Modena não quis arriscar muito preferindo manter sua posição. O mesmo não acontecendo com Berger. Levando quase 1s de Senna na classificação e na terceira fila, Berger tentou uma manobra otimista na primeira curva e bateu em Piquet, que teve a suspensão traseira quebrada e abandonava a sua última corrida em Mônaco metros mais tarde. Com a asa dianteira quebrada, Berger foi aos boxes, mas bateria na nona volta na Piscina, mostrando o abismo entre ele e Senna, líder inconteste da corrida logo no começo.

O único susto de Senna naquele dia vinte e cinco anos atrás foi no final da quinta volta, quando um fiscal de pista ainda limpava os pequenos destroços do incidente entre Berger e Piquet na primeira volta e por muito pouco não foi atropelado pelo brasileiro. Como era de se se esperar, Senna abriu uma bela vantagem para Modena, que se mantinha confortável em segundo. O italiano retaliou bem os ataques de Patrese na primeira volta e corria isolado em segundo, enquanto Patrese segurava Mansell e Prost. A corrida fica estática e tirando uma rara ultrapassagem de Prost em cima de Mansell, a corrida fica bastante aborrecida, sem muita ação dentro da pista. Ainda aprendendo a lidar com os retardatários, Modena se atrapalha com Pirro e permite a aproximação de Patrese. Na volta 43, com Patrese sob controle, a belíssima corrida de Modena chega ao fim quando o confiável motor Honda V10, que tinha dado o título a Senna em 1990, estourou dentro do túnel. Pego de surpresa com o óleo espalhado na sua frente, Patrese acaba escorregando e fica quicando com seu Williams dentro do túnel. Eram dois abandonos significativos na corrida, pois Prost estava 40s atrás de Senna. Ao chegar ao box, desconsolado, Modena não queria muita conversa. Era a segunda corrida consecutiva em que Modena perdia um pódio certo.

A corrida era um verdadeiro passeio de Senna. Se fosse nos dias de hoje, talvez se falaria que a F1 estava morta com tanto domínio e uma corrida tão sem graça. No entanto, haviam pilotos que poderia acabar com qualquer marasmo. Mansell novamente se aproximava de Prost e após algumas tentativas, o inglês conseguiu uma audaciosa ultrapassagem sobre Prost na chicane do porto. A verdade era que Prost tinha problemas de bateria, que faria o francês fazer um pit-stop já no final da prova, o jogando para o quinto lugar. Alesi subiria para terceiro e também subiria ao pódio monegasco pelo segundo ano consecutivo. Mansell rezava para não quebrar, já que seu Williams-Renault se mostrava com um enorme potencial, mas também muito frágil. Senna tirou o pé nas voltas finais a ponto de Mansell descontar metade da vantagem que o brasileiro tinha. Ayrton Senna conseguia a quarta vitória em Monte Carlo, se garantindo como o segundo mais vencedor no principado, enquanto um aliviado Mansell marcava seus primeiros pontos em 1991 logo com um pódio, seguido por Alesi e Moreno, discreto, mas bem confiável para garantir outros três pontos para a Benetton. Quatro corridas. Quatro vitórias. Senna dominava em 1991 e parecia que ninguém estava reclamando disso...

Chegada:
1) Senna
2) Mansell
3) Alesi
4) Moreno
5) Prost
6) Pirro

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