sábado, 28 de maio de 2016

Nas duas pontas

Até 2013 ninguém aguentava mais a Red Bull empilhar triunfos na F1. Foram quatro anos de domínio absoluto da equipe austríaca, tendo como ponta de lança Sebastian Vettel, mas o alemão tinha na retaguarda Adryan Newey e Christian Horner. O regulamento mudou, Vettel foi embora e a Red Bull passou a chorar de forma até chata pelo domínio perdido, mas com certeza seus habilidosos engenheiros trabalhavam enquanto seus dirigentes esperneavam. E a recompensa começa a aparecer. Após a vitória de Max Verstappen em Barcelona, Daniel Ricciardo conseguiu uma espetacular pole position em Mônaco, com direito a uma volta sensacional que lhe garantiu a vitória em cima dos dois carros da Mercedes. O dia só não será perfeito para a Red Bull, porque Verstappen bateu no Q1 e largará no final do grid.

A classificação começou mostrando que o dia não era dos brasileiros. Logo nos primeiros momentos, Felipe Nasr estourou o motor na saída do túnel e enquanto Joseph Leberer brincava com a câmera, a situação da Sauber não está para brincadeira e Nasr está sendo tragado junto para o buraco onde a equipe helvética está se metendo. E num buraco sem volta. Contudo, Nasr teve a companhia de Max Verstappen, que errou no setor das Piscinas e estampou com força seu Red Bull. Era um a menos na briga pela pole, mas será interessante ver o que Max poderá fazer com o melhor carro do grid no final do pelotão. No Q2, ficou claro que o discurso da Williams que irá brigar com Red Bull pelo terceiro posto na F1 atual é uma cascata, pois em Mônaco, pista onde a equipe não vem se dando bem, a Williams ficou atrás até da McLaren-Honda, além de Toro Rosso e Force India. Quando a Mercedes tinha um motor muito melhor do que os demais rivais, a Williams conseguia maximizar a grande potência e brigar por pódio, mas hoje, com a diferença entre os motores não sendo tão grande, a Williams demonstra deficiências em seu chassi e o resultado foi que seus dois pilotos ficaram de fora do Q3, algo que não acontecia, em condições normais, há muito tempo.

Ainda no Q2, Daniel Ricciardo mostrou a que veio quando marcou o terceiro melhor tempo da sessão com pneus supermacios, enquanto os pilotos ao seu redor utilizavam a novidade dos ultramacios. A confiança do australiano era tamanha, que preferiu arriscar e largar com pneus mais duros amanhã. No Q3, Ricciardo conseguiu uma volta espetacular, talvez a mais emocionante dos últimos tempos e colocou os dois carros da Mercedes no bolso, sem ser até mesmo muito importunado. Se a vitória de Verstappen aconteceu muito pelo incidente entre os carros da Mercedes em Barcelona, a vitória de Ricciardo hoje foi com todos os Mercedes na pista, apesar de que Lewis Hmailton levou um baita susto quando um problema no motor o atrasou no Q3, mas pela primeira vez no ano o inglês foi superado por Nico Rosberg em condições 'normais' e largará na segunda fila, enquanto Nico tomou dois décimos de Ricciardo, que nem precisou forçar em sua última tentativa, Porém, a Mercedes deverá estar com o sinal de alerta ligado, principalmente com o motor de Hamilton. E lembrar que na pré-temporada, a Mercedes parecia ter um carro inquebrável... A Ferrari ainda liderou o terceiro treino livre com Vettel, mas o palavrão dito pelo alemão no rádio mostrava a frustração de uma equipe que pintava como a anti-Mercedes em 2016, mas tomou 1s da Red Bull de Ricciardo, com o requinte de Raikkonen ter ficado atrás ainda de Hulkenberg.

Há previsão de chuva para amanhã, o que sempre dá um toque a mais de dramaticidade numa corrida especial que é Mônaco. A Red Bull será o destaque nas duas pontas do grid. Lá atrás, Max Verstappen irá para cima com o melhor carro do pelotão largando na última fila. Lá na frente, Ricciardo pode estar dando a resposta à vitória do seu companheiro de equipe, mas terá que segurar o rojão das Mercedes, louca para deixar o vexame de Barcelona para trás. Será uma corrida imperdível! 

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