sexta-feira, 14 de outubro de 2016

História: 15 anos do Grande Prêmio do Japão de 2001

Suzuka fechava a temporada 2001 num clima bem mais amenos do que outros anos, onde o tradicional circuito japonês assistiu decisões de campeonatos dramáticas nas três últimas edições, com duas vitórias de Mika Hakkinen e o título de Schumacher em 2000. Com o alemão tendo ganho o título de 2001 com larga vantagem, Suzuka seria palco de duas despedidas marcantes. Um seria o próprio Hakkinen, que vinha de vitória em Indianápolis, mas o finlandês já havia anunciado que iria para um ano sabático em 2002, mas poucas acreditavam que Mika retornaria a F1. Outro piloto marcante a se despedir da F1 seria Jean Alesi. Estrela durante praticamente a década de 1990 inteira, Alesi não entregou tudo o que prometeu, mas a carreira do simpático francês não poderia ser ignorada.

Michael Schumacher, após duas corridas apagadas em Monza e Indianápolis, conseguiu sua 11º pole na temporada, além de ser a quarta consecutiva em Suzuka, uma das pistas favoritas do alemão. Schumacher enfiou sete décimos em cima de Montoya, que surpreendia ao se adaptar rapidamente ao exigente e seletivo circuito de Suzuka, onde o colombiano estava pela primeira vez. Rubens Barrichello conseguiu apenas o quarto lugar, mais de 0,8s atrás do seu companheiro de equipe, enquanto Mika Hakkinen era quinto, mais de 1,1s do tempo da pole. Giancarlo Fisichella, em sua última aparição pela Benetton, conseguiu um surpreendente sexto lugar, dividindo as duas McLarens. Jarno Trulli era 8º e o melhor piloto da anfitriã Honda, à frente de Jenson Button e Nick Heidfeld.

Grid:
1) M.Schumacher (Ferrari) - 1:32.484
2) Montoya (Williams) - 1:33.184
3) R.Schumacher (Williams) - 1:33.297
4) Barrichello (Ferrari) - 1:33.323
5) Hakkinen (McLaren) - 1:33.662
6) Fisichella (Benetton) - 1:33.830
7) Coulthard (McLaren) - 1:33.916
8) Trulli (Jordan) - 1:34.002
9) Button (Benetton) - 1:34.375
10) Heidfeld (Sauber) - 1:34.386

O dia 14 de outubro de 2001 amanheceu com céu limpo e bom tempo em Suzuka. No grid, Alesi falou com todos os pilotos, numa despedida de alguém que era bastante querido no paddock. Não poderia faltar uma foto com Hakkinen, outro que se despedia naquele distante outubro. A largada foi tranquila, com Schumacher se mantendo na frente da dupla da Williams, com Barrichello logo atrás. Fisichella mais uma vez conseguiu uma excelente largada e ficou à frente de Hakkinen, mas o italiano rodou no início da corrida e perdeu várias posições, se despedindo melancolicamente da Benetton.

Logo a estratégia se fez presente com um bastante agressivo Barrichello tomando o terceiro lugar de Ralf e rapidamente partindo para cima de Montoya. Com pouco combustível no tanque, Rubens estava em modo de ataque, já que claramente iria parar uma vez mais. Na quinta volta, o jovem Kimi Raikkonen rodou bem na frente de Alesi e ambos bateram forte, mas felizmente sem maiores problemas. Isso significava que o veterano Alesi abandonava sua última corrida na F1. Era um verdadeiro encontro de gerações, onde Kimi, então com 22 anos, era consolado por Alesi, já contando com 37 anos nas costas. Jean saiu do carro sorrindo e acenando. Seu trabalho na F1 estava feito. Apesar da agressividade inicial, Barrichello não conseguiu ultrapassar Montoya, enquanto Schumacher disparava na frente, também mostrando que estava com o tanque com pouco combustível. Rubens Barrichello foi o primeiro a parar, seguido por Schumacher, dando a entender que parariam três vezes. Quando a primeira rodada de paradas terminou, Schumacher tinha uma vantagem confortável para Montoya, que rechaçou muito bem os ataques de Rubens e estava em segundo.

Quando se tornou evidente que Barrichello não iria se beneficiar da estratégia de três paradas, a Ferrari trocou a estratégia de Michael, fazendo o alemão parar duas vezes. Michael Schumacher fez o seu segundo e último pit stop na volta 36, deixando Montoya na liderança por algumas voltas, antes do colombiano ir aos boxes, porém o Juan Pablo foi incapaz de tirar a diferença para Michael devido aos retardatários. Michael Schumacher reassumiu a liderança quando Montoya parou pela segunda e última vez e a diferença entre eles era em torno dos 6s. Barrichello permaneceu com a tática de três paradas e acabou perdendo a terceira e quarta posições para a dupla da McLaren, com Hakkinen na frente. Porém, nas últimas voltas, Mika cedeu seu lugar no pódio para Coulthard. Na época, a transmissão da Globo criticou a McLaren, pois tinha parecido que era uma polêmica ordem de equipe, mas soube-se depois que Hakkinen pensou nas muitas vezes em que Coulthard o ajudou nos anos anteriores e deixou o escocês passar por vontade própria, além de não ter que enfrentar o batalhão de jornalistas que o esperavam. Assim era Mika Hakkinen. Discreto e boa pessoa. Muita gente criticou Mika nos anos dos seus títulos, dizendo que o finlandês só foi campeão por causa do carro, mas quando Hakkinen saiu de cena, todos puderam analisar melhor a carreira desse rápido finlandês e comprovar que atrás do carro vencedor da McLaren no final dos anos 1990, havia um grande piloto, que foi o maior rival de Michael Schumacher.

Falando no alemão, Michael desfilou nas 53 voltas da corrida em Suzuka e voltava a vencer em 2001, coroando a temporada que lhe garantiu o quarto título mundial. Com a chegada da Williams, a F1 passava a ter um trio de ferro, com Ferrari, McLaren e Williams e o resultado em Suzuka era o exemplo prático disso, com os seis pilotos das equipes grandes marcando todos os pontos possíveis no Japão. Quinze anos atrás, Michael tinha quebrado todos os recordes da F1: maior número de vitórias, o maior número de pontos, o maior número de voltas mais rápidas, além de outros recordes. Ainda havia o número de títulos e de poles. Hoje sabemos que Michael também teria essas marcas. O que ninguém sabia no final de 2001 era o nível de dominação que Schumacher teria no ano seguinte.

Chegada:
1) M.Schumacher
2) Montoya
3) Coulthard
4) Hakkinen
5) Barrichello
6) R.Schumacher 

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