sábado, 1 de outubro de 2016

História: 10 anos do Grande Prêmio da China de 2006

A temporada 2006 da F1 fazia suas três provas finais totalmente indefinida e com Fernando Alonso e Michael Schumacher separados por apenas dois pontos no campeonato. O alemão havia anunciado sua aposentadoria em Monza e por isso havia uma torcida para que Schumacher saísse do esporte da melhor forma possível, porém, não se podia ignorar o alto nível que Fernando Alonso tinha mostrado ao longo da temporada de dez anos atrás. Seria a velha briga entre a velha raposa e o jovem leão. Nas três semanas entre as corridas na Itália e na China, as equipes fizeram alguns testes e as duas equipes principais da época, Ferrari e Renault, dominaram os melhores tempos.

A classificação teve como principal característica as condições mistas de tempo, com a chuva caindo no Q1, mas a pista melhorou no final. A Ferrari não teve um bom ritmo nessa situação e Schumacher não brigou pela pole, enquanto Massa, punido por ter trocado o motor, largaria fora do top-10. Quem se aproveitou disso foi Alonso, que ficou com a pole e ainda teria ao seu lado, como fiel escudeiro, seu companheiro de equipe Giancarlo Fisichella. A Honda mostrou um bom ritmo e dominou a segunda fila, com Barrichello conseguindo sua melhor posição de grid no ano, ao superar Button, marcando o tempo primeiro, pois a dupla da Honda ficou empatada, e ficar em terceiro.

Grid:
1) Alonso (Renault) - 1:44.360
2) Fisichella (Renault) - 1:44.992
3) Barrichello (Honda) - 1:45.503
4) Button (Honda) - 1:45.503
5) Raikkonen (McLaren) - 1:45.754
6) M.Schumacher (Ferrari) - 1:45.775
7) De la Rosa (McLaren) - 1:45.877
8) Heidfeld (BMW) - 1:46.053
9) Kubica (BMW) - 1:46.632
10) Doornbos (Red Bull) - 1:48.021

O dia primeiro de outubro de 2006 amanheceu chuvoso em Xangai, trazendo ainda mais emoção para a antepenúltima etapa do campeonato de F1. Alonso manteve a liderança da corrida na largada, apesar das condições da pista, colocando a Renault na frente, com o companheiro de equipe Giancarlo Fisichella já mais de cinco segundos atrás. Já Schumacher não largou bem na pista molhada, mas não demoraria para o alemão ganhar posições, com a pista muito molhada.

Kimi Raikkonen parecia estar na briga pela vitória, com uma largada brilhante, pulando do quinto para o terceiro lugar na primeira volta e o piloto da McLaren chegou ao segundo lugar na volta 12 até uma falha no acelerador o deixou fora da corrida, quando estava colado em Alonso. Kimi sempre teve bons carros na McLaren, mas o finlandês também sempre foi atrapalhado pela parca confiabilidade dos carros de Newey e provavelmente por isso estava de mudança para a Ferrari. Schumacher encontrou seu antigo companheiro de equipe Barrichello, mas a Ferrari parecia se comportar melhor na medida em que a pista secava aos poucos, pois havia parado de chover. Após ultrapassar Rubens, Michael passou a fazer as voltas mais rápidas da corrida, rapidamente se aproximando de Fisichella, que voltava ao segundo lugar com o abandono de Raikkonen. Quando a primeira rodada de pit stops foi concluída, todos os pilotos permaneceram com os pneus intermediários - embora Alonso e Renault tomaram a decisão de trocar os pneus da frentes gastos por novos. A aderência de Alonso caiu dramaticamente com os pneus novos e o espanhol virou alvo fácil da briga pelo segundo lugar entre Fisichella e Schumacher, que permaneceram com os mesmo pneus. 

Na volta 28, a diferença entre os dois pilotos da Renault era de apenas 1s. A Renault tentou armar para cima de Schumacher, fazendo com que Fisichella assumisse a ponta, enquanto um problemático Alonso tentaria segurar o máximo possível Schumacher, porém, a briga entre os dois postulantes ao título durou apenas duas voltas, tamanha era a falta de desempenho de Alonso. Com a pista secando, não foi de se estranhar que Alonso fosse o primeiro dos ponteiros da corrida a trocar para pneus slicks, na volta 37. Porém, as coisas ficariam ainda pior para o então jovem espanhol, quando a porca da roda esquerda traseira caiu da pistola pneumática e inestimáveis ​​segundos se passaram até o mecânico recuperar e reposicionar a porca. A parada de Alonso durou intermináveis 19s, o triplo de uma parada normal. Duas voltas mais tarde foi a vez de Schumacher ir aos boxes colocar pneus slicks e depois foi a vez de Fisichella. O italiano saiu dos pits com cuidado, com os pneus ainda muito frios, enquanto Schumacher, com os pneus já devidamente aquecidos, não quis saber de perder tempo e colocou por dentro de Fisichella quando este saía dos pits, numa manobra arrojada do alemão, que o colocava na ponta da corrida e do campeonato.

Tentando diminuir o prejuízo, a Renault ordenou que Fisichella, que estava 12s na frente de Alonso, diminuísse o ritmo e os dois fizessem a troca de posições de modo mais discreto possível. Lembrando que dez anos atrás ainda havia a cicatriz do evento na Áustria em 2002 e as ordens de equipe eram quase como uma palavrão na época. Enquanto Alonso fazia a volta mais rápida da corrida, Fisichella, que perdia uma chance de vitória e ainda ajudar sua equipe, diminuía o ritmo e era ultrapassado pelo espanhol. Para tentar mantes as aparências e com o quarto colocado Button mais 50s atrás, Fisichella chegou 40s atrás de Alonso, que cortou toda a diferença para Schumacher, mas na bandeirada, o espanhol ainda estava 3s atrás do vencedor Schumacher. Mais uma vez um erro no pit-stop da Renault se mostrou decisivo e Alonso perdia a liderança do campeonato pela primeira vez na temporada. Numa corrida sublime, Michael Schumacher mostrou toda a sua magia e vencia pela 91º na sua carreira. Com o campeonato de 2006 pegando fogo, ninguém poderia supor que essa seria a última vitória de Schumacher na F1.

Chegada:
1) M.Schumacher
2) Alonso
3) Fisichella
4) Button
5) De la Rosa
6) Barrichello
7) Heidfeld
8) Webber

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