O finlandês da Ferrari teve uma corrida irrepreensível na Hungria e mesmo escolhendo não vencer, praticamente garantiu seu lugar no time em 2018. Raikkonen andou no ritmo de Vettel o final de semana inteiro e não foi diferente na corrida, onde a Ferrari despachou a concorrência até Vettel começar a sofrer com problemas em sua barra de direção. O carro do alemão puxava para a esquerda, enquanto Raikkonen tinha um carro perfeito e pronto para passar Sebastian. Raikkonen cobrou o time, deixando claro que poderia vencer tranquilamente, mas Kimi escolheu ser um 'team player' e ficou escoltando Vettel até o final da prova, mesmo fortemente atacado pelos dois carros da Mercedes. Kimi soube se defender sem ser ameaçado, da mesma forma em que deixava o fragilizado Vettel vencer sem maiores arroubos. O segundo lugar de Raikkonen, onde defendeu o primeiro piloto da equipe com maestria, mostrou que a Ferrari pode contar com Kimi Raikkonen quando puder e o finlandês não esquentará sua fria cabeça com isso. Provavelmente, até a próxima temporada!
segunda-feira, 31 de julho de 2017
Figurão(HUN): Max Verstappen
A Red Bull via em Hungaroring um excelente cenário para enfrentar de igual para igual as dominantes Ferrari e Mercedes. O travado circuito magiar não exigia muitos dos motores e a eficiência da aerodinâmica dos carros da Red Bull já havia feito Daniel Ricciardo dominar na sexta, mas o aumento de potência nos motores Mercedes e Ferrari no sábado fizeram com que essas equipes voltassem às duas primeiras filas na classificação, enquanto a dupla da Red Bull largava na conhecida terceira fila. Porém, em ritmo de corrida, a expectativa era boa para os austríacos e a largada foi excelente. Hamilton não saiu muito bem e a dupla da Red Bull brigava à frente do inglês. Verstappen estava ligeiramente à frente de Ricciardo no aproche da segunda curva e por dentro. O australiano vinha por fora, na tentativa de obter vantagem na curva seguinte. Porém, Max estragou as boas perspectivas da Red Bull numa freada forte para se manter à frente do seu companheiro de equipe, fazendo o holandês perder a frente do carro e ir em direção ao bólido de Ricciardo, enchendo a lateral do australiano que abandonou metros depois com o radiador quebrado. O bom moço Ricciardo chegou fulo da vida aos boxes e não aliviou nas entrevistas, chamando Max até de amador. Como resultado da manobra desastrada, Verstappen foi punido e ficou longe da briga pelo pódio, que pelo ritmo imprimido pelo holandês nas voltas finais, quando facilmente chegou em Valtteri Bottas, era algo amplamente plausível. Verstappen estragou o final de semana mais promissor da Red Bull no ano e as desculpas que o holandês obviamente deu não foram suficientes para apagar a asneira feita ainda na segunda volta de uma longa corrida.
domingo, 30 de julho de 2017
Funil apertado
Enquanto a F1 chegou hoje na sua metade da temporada, a Indy já se encaminha para as suas últimas quatro corridas do ano e o funil está ficando cada vez mais apertado, mas com algumas indicações bem claras. Com seus quatro pilotos entre os cinco primeiros do campeonato, a Penske tem tudo para que um dos seus pilotos seja o campeão de 2017, pois nem mesmo o talento de Scott Dixon pode derrotar todo o poderio da Penske, além do que, Dixon corre sem o apoio dos seus companheiros de equipe.
Também ficou claro hoje em Mid-Ohio que Josef Newgarden está crescendo na hora certa e com uma vitória dominante, o americano não apenas conseguiu sua terceira vitória na temporada como assumiu a liderança do campeonato, mesmo que de forma marginal, pois a diferença entre Newgarden e Dixon, o terceiro colocado, é de apenas sete pontos, com Helio Castroneves no meio. Lembrando que a pontuação da Indy distribui bastante pontos, com o vencedor podendo levar até mesmo mais de 50 pontos numa etapa. Newgarden largou hoje em segundo e perseguiu seu companheiro de equipe Will Power nas primeiras voltas, mas o americano executou uma bela ultrapassagem em cima do seu companheiro de equipe e ficou na ponta até a bandeirada, numa vitória extremamente enfática, demonstrando que Josef, em seu primeiro ano na Penske, tem tudo para estrear carimbando seus companheiros de equipe logo de cara e ser campeão.
A briga pela segunda posição foi bem mais apertada e a única bandeira amarela da corrida ajudou a tornar as coisas ainda mais complicadas para Power, que teve que segurar até a bandeirada um trenzinho que tinha Graham Rahal, Simon Pagenaud, Takuma Sato e Alexander Rossi. Apesar de algumas colocadas de lado, a corrida terminou nessa mesma formação. Os então líderes do campeonato decepcionaram. Dixon começou a prova marcando Helio Castroneves e deixou o brasileiro para trás na primeira rodada de paradas, mas um problema no carro do neozelandês acabou deixando o brasileiro muito longe dos ponteiros e Dixon teve que antecipar sua segunda parada. Castroneves teve outra corrida opaca, onde foi ultrapassado na única relargada da corrida por Sato e Rossi, terminando a corrida apenas em sétimo, perdendo a chance que tinha para tomar a liderança do campeonato. Helio ainda acompanha seus companheiros de equipe em ritmo de classificação, mas é nítido que em ritmo de corrida Castroneves ainda deixa muito a desejar.
Das quatro corridas que restam, duas serão em ovais e duas em misto. Helio pode se dar bem em Gateway, que retorna ao calendário depois de 15 anos. Por sinal, o brasileiro venceu na ocasião. Porém, Castroneves não tem bom retrospecto em Pocono, Watkins Glen e Sonoma. A Honda de Dixon costuma se dar bem em ovais como em Pocono. Já Newgarden vem numa crescente e começa a pintar como favorito ao título, mas do jeito que o campeonato está embolado, é até difícil prever o que poderá acontecer nessa reta final de campeonato.
Apenas tensão
Para quem for assistir o Grande Prêmio da Hungria de 2017 na reprise do Sportv ou daqui há alguns anos já sabendo do resultado, a corrida será extremamente chata. Apenas uma ultrapassagem ocorreu de forma genuína, com Alonso passando por fora Sainz, numa bela manobra do espanhol da McLaren. As quatro primeiras posições do grid foram as mesmas da bandeirada. A corrida esteve longe de ter momentos de emoção, mas para quem assistiu ao vivo, a corrida foi tensa e foi impossível não desgrudar os olhos da TV pelos problemas vividos por Vettel, o que tornou a dobradinha da Ferrari bem mais apertada do que o imaginado. Além do mais, Mercedes e, principalmente, Red Bull terão muitos problemas com seus pilotos depois da prova.
Não há muito o que contar sobre a corrida deste domingo. A Ferrari largou bem com seus dois pilotos e tinha tudo para vencer com enorme facilidade e com uma dobradinha dominante. A diferença entre Raikkonen e Bottas chegou aos 9s, quando Vettel começou a sofrer com problemas na barra de direção da sua Ferrari. Estranhamente apenas uma vez a câmera on-board flagrou Vettel esterçando ligeiramente para a esquerda na reta dos boxes. E isso foi uma enorme dor de cabeça para a Ferrari até o final da corrida. Isso poderia causar um abandono e Vettel perdeu rendimento, permitindo à Raikkonen se aproximar do companheiro de equipe. O problema foi que as duas Mercedes encostaram de vez nas Ferraris, fazendo com que a corrida se tornasse indefinida por vários motivos. O principal era se Vettel permaneceria na prova, pois a barra de direção poderia quebrar e o resultado poderia ser um perigoso acidente, sem contar o zero ponto numa corrida amplamente favorável à Ferrari. Outro ponto era se a Mercedes teria como passar Raikkonen antes de atacar um fragilizado Vettel. A metade final da prova foi tensa, mas sem maiores emoções. A Mercedes ordenou a troca de posições entre Bottas e Hamilton, mas o inglês foi incapaz de atacar com maior ímpeto Raikkonen, que a todo momento dava indiretas no rádio, transparecendo que a vitória deveria ser dele. Vettel deve ter rezado a cada passagem para que nada a mais em seu carro quebrasse e vibrou bastante ao cruzar a linha de chegada em primeiro, mesmo com um problema que poderia lhe ser muito problemático. Raikkonen fez sua melhor corrida do ano, segurando com maestria Hamilton sem com isso ameaçar Vettel, numa corrida bastante cerebral do finlandês, já consciente do seu papel dentro da Ferrari.
O mesmo não acontece na Mercedes. A boa performance de Bottas provavelmente não estava no script de Hamilton para essa temporada e se a diferença entre os dois pilotos da Ferrari é enorme, o mesmo não se pode dizer entre os pilotos da Mercedes. Bottas foi mais rápido no sábado, largou melhor e ainda assim teve que deixar Hamilton passar, mesmo o inglês tendo um ritmo indiscutivelmente melhor. Lewis se aproximou das Ferraris, mas apenas uma vez tentou colocar de lado em cima de Kimi. Bottas já estava tão atrás de Hamilton, que acabou sendo atacado nas voltas finais por Verstappen. Porém, isso não impediu que a Mercedes ordenasse à Hamilton que devolvesse sua posição para Bottas, deixando o finlandês no pódio, mas perdendo pontos preciosos no campeonato para Vettel. Ordens de equipe sempre existiram e sempre existirão na F1. Hoje mesmo Raikkonen tinha totais condições de passar Vettel e vencer com uma mão só no volante, mas a Ferrari mandou Kimi ser escudeiro do alemão líder do campeonato. O mesmo tratamento Hamilton não teve dentro da Mercedes e se Lewis perder o campeonato pelos pontos perdidos hoje na Hungria com a manobra da Mercedes, isso poderá dar muito pano para manga. Porém, Toto Wolff deve estar bem menos preocupado do que Christian Horner. Mesmo Max Verstappen sendo um super talento e ter um belo futuro pela frente, Ricciardo tinha quase o dobro de pontos e o australiano vinha no mesmo ritmo de Max, além de não ter tido tanto azar quanto o holandês. O clima entre os dois pilotos da Red Bull era bom. Era. Na segunda curva da corrida, Verstappen freou forte para se manter na frente do companheiro de equipe, que estava ao seu lado, mas isso fez Max sair de frente e o holandês foi direto na lateral de Daniel, quebrando o radiador de Ricciardo e fazendo-o abandonar na primeira volta, criando uma enorme saia justa dentro da equipe. As palavras de Ricciardo foram fortes ainda durante a corrida contra Verstappen e a TV ainda flagrou Helmut Marko falando alguma coisa para Ricciardo que deixou o australiano bastante contrariado. Verstappen estragou um final de semana promissor para a Red Bull. O holandês havia largado bem e estava na frente de Hamilton, quando foi punido e teve que ficar 10s parados nos boxes. Verstappen ainda teve fôlego para encostar em Bottas no final, mas deverá ter muito o que explicar para a equipe e Ricciardo.
A McLaren se preparou com esmero para a corrida na Hungria, pois sabia que a falta de retas no circuito magiar iria favorecer o equilíbrio do carro. Motores foram trocados antes para que em Hungaroring tudo estivesse perfeito para que Alonso e Vandoorne chegassem até o fim nos pontos. E o planejamento deu certo. Alonso não largou muito bem e foi ultrapassado pelo compatriota Sainz, mas logo após a primeira rodada de paradas, Fernando executou a mais bela manobra da corrida ao ultrapassar Sainz por fora na curva dois e assumir a sexta posição, o máximo possível hoje em dia para uma equipe que não se chame Mercedes, Ferrari e Red Bull. A confiabilidade da McLaren-Honda foi perfeita e Alonso ainda teve o gostinho de marcar a melhor volta da corrida na passagem final, lhe garantindo um início de férias bem mais relaxante. Vandoorne até que acompanhou Alonso em ritmo de classificação, mas o belga não o fez em ritmo de corrida e ainda errou em sua única parada, fazendo-o perder muito tempo, mas Stoffel ainda marcou seu primeiro ponto de 2017. Depois do passão que levou Alonso, Sainz se conformou com a sétima posição, seguido de perto pelos dois carros da Force India, numa demonstração que os carros róseos são confiáveis até mesmo quando a pista não lhe favorece. Sem a experiência de Felipe Massa, a Williams sucumbiu em Hungaroring e ficou longe de marcar pontos, o mesmo acontecendo com Haas e Renault. Seus dois pilotos principais tiveram problemas e abandonaram, mas ambos não estavam nos pontos quando saíram. Palmer continua em sua luta inglória para mostrar que merece estar na F1, enquanto Kvyat, tão medíocre quanto o inglês, está para renovar com a Toro Rosso. Vai entender... A Sauber esteve tão mal, que seus dois pilotos andaram tomando volta até dos carros do pelotão intermediário.
A corrida de hoje foi tensa, mas longe de emocionar e serão os desdobramentos é que poderão ser mais interessantes do que a corrida em si. Vettel venceu e garantiu um respiro no campeonato e entrará de férias com doze pontos de vantagem sobre Hamilton, que ficou fora do pódio, mesmo quando todos, até mesmo a Ferrari, não esperava mais que houvesse uma devolução de posição ao final da prova. Hamilton pode ter garantido um escudeiro para a metade final da temporada, mas esses pontos podem fazer falta. Menos mal que as próximas duas pistas favorecem a Mercedes e Lewis possa reverter a situação do campeonato logo em seguida. A F1 entra de férias de um campeonato onde já se viu de tudo e deverá ser lembrado com carinho nos próximos anos.
sábado, 29 de julho de 2017
Melhor ir se acostumando...
O dia na F1 começou com o anúncio de que Felipe Massa, após passar mal na sexta e após o terceiro treino livre de hoje, estaria fora do resto do final de semana do Grande Prêmio da Hungria, quebrando um longo tabu do automobilismo brasileiro. Desde o Grande Prêmio de San Marino de 1982, onde as equipes de Nelson Piquet, Raul Boesel e Chico Serra boicotaram a corrida em Ímola, o Brasil sempre tinha um representante no grid na F1 e 35 anos depois, amanhã não haverá nenhum piloto tupiniquim na pista húngara. É melhor irmos nos acostumando com isso. O contrato de Massa irá até o final do ano e com a Sauber assinando com a Ferrari em 2018, há uma movimentação para que Pascal Wehrlein assuma um lugar na Williams em 2018, por causa dos contatos com a Mercedes. Felipe Nasr está cada vez mais distante da F1 e nas categorias de base a coisa não está muito animadora. Na F2 Sergio Sette Câmara faz uma campanha ruim, na F3 Europeia Pedro Piquet vai de mal a pior e na World Series, Pietro Fittipaldi corre na melhor equipe de um campeonato onde largam pouco mais de doze carros e o neto do bicampeão está tendo muitas dificuldades. O futuro a curto prazo da F1 para o Brasil não é dos melhores, definitivamente...
O treino de hoje confirmou que a Ferrari e seu chassi mais curto e ágil se adapta melhor ao travado circuito de Hungaroring e Vettel conseguiu a pole com certa facilidade, com Raikkonen completando a dobradinha vermelha na Hungria. Hamilton passou toda a classificação reclamando de uma vibração nos pneus e ficou de fora da foto dos três primeiros, superado por Bottas. A Red Bull pintou bem num circuito onde a potência do motor não faz tanta diferença e Ricciardo dominou os treinos livres de sexta, mas quando realmente valia, o time austríaco ficou com a normal terceira fila, mas próximos de um irreconhecível Hamilton. A quarta força ficou com a McLaren, que sempre andou forte com seus dois pilotos, confortavelmente no Q3 e o aniversariante Alonso teve algo a comemorar além da passagem de mais uma primavera. Se a confiabilidade do carro deixar, finalmente a McLaren poderá marcar bons pontos. Correndo com apenas um piloto, Hulkenberg, a Renault ficou no top-10 e num circuito de baixa velocidade, a Force India ficou de fora do Q3. Entrando de última hora, Paul di Resta fez um trabalho muito bom num carro totalmente desconhecido por parte dele e ao menos se livrou da última posição.
O final de semana foi marcado até agora por um calor muito forte, fazendo da pista muito mais escorregadia do que o normal. Definitivamente Hamilton não está em sua zona de conforto, mas o inglês já venceu várias vezes na Hungria e pode pelo menos beliscar o pódio, pois a vitória, em condições normais, deverá ficar com a Ferrari. Antes sinônimo de corridas chatas pela dificuldade de se ultrapassar, Hungaroring vem se caracterizando por ótimas corridas nos últimos tempos. Que permaneça assim!
sexta-feira, 28 de julho de 2017
Que briga
A temporada 2002 foi sinônimo de Michael Schumacher vencendo e apenas uma semana depois de garantir seu pentacampeonato, o alemão faturou outra vitória em casa, num Hockenheim remodelado, para desespero dos puristas, acostumados com as longas retas e agora tendo que aturar um circuito bem parecido com Magny-Cours, mesmo com Williams e McLaren no pódio, Schumacher não teve muito trabalho para vencer o Grande Prêmio da Alemanha de 2002, mas o que ficou marcado daquela corrida foi uma disputa de tirar o fôlego entre Juan Pablo Montoya e Kimi Raikkonen, num embate pouco lembrado, mas que completou quinze anos hoje.
quarta-feira, 26 de julho de 2017
Schumimania
No final dos anos 1980, conta a lenda que Bernie Ecclestone sonhava com três pilotos entrando na F1: um chinês, um negro e um alemão. Claro que o dirigente inglês pensava unicamente nos negócios, pois cada um desses mercados era importante para a F1. Por incrível que pareça hoje em dia, poucos pilotos alemães obtiveram sucesso na F1 até os anos 1990. Wolfgang Von Trips tinha tudo para ser campeão em 1961, mas o conde alemão morreu em Monza, penúltima etapa daquela temporada, entregando o título para Phil Hill. A Alemanha esperaria quatorze anos para voltar a vencer na F1, com Jochen Mass. Ainda assim, numa corrida conturbada na Espanha, que valeu pela metade, por causa do acidente de outro alemão, Rolf Stommelen, que custou a vida de cinco pessoas em Mointjuich.
Os anos 1980 seriam marcados por Manfred Winkelhock e, principalmente, por Stefan Bellof. Ambos eram muito rápidos, mas Bellof carregava as maiores esperanças de ser uma estrela graças ao seu talento bruto, mas os dois tedescos morreriam em 1985, com poucos meses de diferença. Mesmo com sua força econômica, grandes montadoras e uma tradicional corrida no calendário, a Alemanha vivia órfã de um grande ídolo na F1. Então, apareceu Michael Schumacher.
O jovem alemão fez uma bela carreira nas categorias de base, mesmo alguns destacarem os contemporâneos Mika Hakkinen e Heinz-Harald Frentzen. Apadrinhado pela Mercedes, Schumacher estreou na F1 pelas portas dos fundos, se aproveitando da polêmica prisão de Bertrand Gachot na Jordan, mas o alemão foi um furacão em seu primeiro final de semana de corrida, logo encontrando guarita com Flavio Briatore e a Benetton. Schumacher, então com apenas 23 anos, parecia a próxima grande estrela não apenas para os alemães, mas da F1. E Michael não decepcionou, andando na frente em sua primeira temporada completa na F1 e conquistando alguns pódios.
Quando a F1 chegou à Hockenheim para o Grande Prêmio da Alemanha de 1992, primeira corrida de Schumacher em casa, os alemães lotaram o tradicional circuito de alta velocidade finalmente tendo para quem torcer. Numa temporada amplamente dominada pela Williams, não foi surpresa Nigel Mansell vencer e ficar a apenas quatro pontos de conquistar seu sonhado primeiro título. Porém, a grande estrela do final de semana foi Schumacher, que andou no limite do seu Benetton e se aproveitou de um entrevero entre Senna e Patrese na última volta para subir ao pódio, levando o público alemão ao delírio. Seria o primeiro de muitas corridas inesquecíveis em Hockenheim com Schumacher como protagonista e Ecclestone agora tinha seu alemão de sucesso na F1.
História: 30 anos do Grande Prêmio da Alemanha de 1987
Às vésperas do Grande Prêmio da Alemanha de 1987, a McLaren anunciou um acordo de renovação com Alain Prost até 1989 e o francês se dizia feliz por ter um bom motor em 1988. A McLaren já tinha um acordo com a Honda, até porque o time inglês não aguentava mais a falta de desenvolvimento do motor TAG Porsche. A McLaren também procurava um piloto para o lugar de Stefan Johansson e Ron Dennis primeiramente partir para cima de Nelson Piquet, insatisfeito na Williams por causa do clima ruim que o carioca tinha com Nigel Mansell. Porém, a Honda estava se apaixonando por Ayrton Senna e Dennis percebe que o brasileiro, já considerado uma estrela na F1, poderia ter mais potencial do que seu compatriota, além de custar menos. Senna adorava o motor Honda, mas criticava a falta de desenvolvimento da Lotus, que não tinha fundos para se digladiar com as gigantes McLaren, Williams e Ferrari. Para completar, Senna sofreu um perigoso acidente com a Lotus em Hockenheim num teste uma semana antes da corrida, deixando o brasileiro irritado com a Lotus, que já prevendo que perderia sua estrela, correu para contratar Nelson Piquet, que exigia o status de piloto número um para renovar com a Williams.
O grid foi definido na sexta, pois choveu forte sábado à tarde e Nigel Mansell conquistou sua sexta pole da temporada, com Senna apenas dois décimos atrás. Piquet sofreu com problemas de motor e um carro mal acertado e tomou 1s do companheiro de equipe, ficando em quarto. A Porsche entregou uma nova evolução do motor correndo em casa e Prost era terceiro, mas o francês tinha feito testes encorajadores em ritmo de corrida. A Ferrari tinha resultados antagônicos com Alboreto em quinto e Berger apenas em décimo, após o austríaco sofrer um perigoso acidente nos treinos quando sua suspensão dianteira quebrou sem aviso. A Ferrari estava dividida entre os ingleses (John Barnard e Harvey Postlewhaite) e o resto dos italianos, gerando uma grave divisão dentro da equipe. A Benetton usou a potência do motor Ford Turbo para colocar seus dois carros no top-10, enquanto Andrea de Cesaris colocava a Brabham bem no grid e até prometia um pódio.
Grid:
1) Mansell (Williams) - 1:42.616
2) Senna (Lotus) - 1:42.873
3) Prost (McLaren) - 1:43.202
4) Piquet (Williams) - 1:43.705
5) Alboreto (Ferrari) - 1:43.921
6) Boutsen (Benetton) - 1:45.066
7) De Cesaris (Brabham) - 1:45.411
8) Johansson (McLaren) - 1:45.428
9) Fabi (Benetton) - 1:45.497
10) Berger (Ferrari) - 1:45.902
O dia 26 de julho de 1987 estava quente e ensolarado em Heidelberg, cidadezinha que fica próxima do famoso circuito de Hockenheim, com suas longas retas cruzando a floresta negra. O problema era que o fato dos motores funcionarem em alta rotação em boa parte do tempo e o forte calor significava que a corrida veria muitas quebras de motor, além da briga pela economia de combustível. No sinal verde Mansell deixa patinar suas rodas e imediatamente Senna assume a ponta, seguido de Prost, Mansell e Piquet, mas ainda durante a primeira volta o inglês ultrapassa Prost para diminuir seu prejuízo.
Prost tinha feito a melhor volta no warm-up e estava confiante em seu ritmo de corrida. O francês faria sua corrida de espera, enquanto Mansell não esperava muito para tomar a ponta de Senna ainda na segunda volta. Prost sabia que Senna não tinha ritmo para andar naquela posição e por isso teria que se livrar do brasileiro logo para manter contato com Mansell. Senna ainda segurou Prost por meia volta, mas o francês assumiu a segunda posição na freada da primeira chicane. Piquet ultrapassa o compatriota na volta seguinte e Senna, que largara com o carro reserva, logo perderia contato com os líderes. Piquet fazia uma corrida de espera, enquanto Mansell e Prost estavam separados por apenas 1.5s. Prost pressente que pela primeira vez em 1987 tinha carro para bater a Williams-Honda e na volta 8 toma a liderança de Mansell após a primeira curva. Pensando no combustível, Mansell resolve não atacar Prost naquele momento, mesma tática já vinha sendo utilizada por Piquet. Na época, os computadores de bordo da Honda eram os mais precisos da F1 no quesito consumo de combustível e se quisessem ver a bandeirada, Mansell e Piquet teria que economizar naquele começo de prova.
Prost e Mansell abrem 6s em cima de Piquet, enquanto Senna corria isolado em quarto. O confiante De Cesaris abandona na volta 13 com o motor quebrado, mas antes dele Nakajima, Patrese e Arnoux já tinham tido destino semelhantes. Prost controlava bem a corrida e na volta 19 foi aos boxes trocar seus pneus e retorna à pista em terceiro, enquanto Berger era outra vítima da combinação pista-clima daquele dia e tem o turbo estourado. Na volta 21 Piquet faz sua parada, enquanto Mansell aumentava o seu ritmo com pista livre à frente, mas os esforços de Nigel foram em vão, pois após completar sua parada na volta 22, ele voltou 4s atrás de Prost. Senna tem problemas no seu turbo e chega a fazer uma segunda parada, mas nada é encontrado pela Lotus e Ayrton volta à pista. Mansell faz a volta mais rápida da corrida, mas seu motor explode na volta 27 bem na entrada do Estádio. Um golpe duro para o inglês, que vinha de duas vitórias consecutivas. Na volta seguinte, foi a vez de Nannini e Boutsen abandonarem com o motor quebrado, sendo que o italiano estava se aproveitando dos vários abandonos para levar sua Minardi na bica de pontuar. Senna tem a asa dianteira danificada e tem que parar nos boxes pela terceira vez!
Com 35s de ventagem em cima de Piquet, Prost tira o pé e o brasileiro recortava a diferença que tinha o piloto da McLaren, mas era nítido que Prost tinha a corrida nas mãos. Senna tem outro infortúnio quando ele tem problemas na suspensão ativa de sua Lotus, mas o brasileiro resolve continuar na prova, mesmo com o carro estando bastante desconfortável para se guiar. Streiff e Palmer brigavam pela quinta posição, o que era um feito e tanto para dois pilotos que guiavam um carro com motor aspirado numa pista de altíssima velocidade, mas temendo que seus pilotos fossem os próximos a abandonar, Ken Tyrrell mandou que eles permanecessem nas mesmas posições. Porém, a próxima e última vítima de Hockenheim naquela quente tarde de julho, já nas voltas finais, seria talvez a mais cruel. Alain Prost fazia sua melhor corrida até então em 1987 quando seu alternador quebrou faltando cinco voltas para o fim. Uma desilusão para Prost, que se preparava para bater o recorde de Jackie Stewart. Quem não tinha nada com isso era Nelson Piquet, que assumia a liderança para não mais perdê-la, vencendo pela primeira vez em 1987. O segundo colocado era o surpreendente Johansson, que apenas levava sua McLaren até o fim, mas o sueco não teria vida fácil, quando seu pneu dianteiro direito explode na abertura da volta final, mas Stefan resolve ficar na pista e recebe a bandeirada em três rodas. Mesmo com uma corrida bastante complicada, Senna ainda salvou um pódio, enquanto Streiff, Palmer e Alliot completaram a zona de pontuação. E foram esses os únicos sobreviventes da corrida. Após uma temporada complicada até então, finalmente Piquet é recompensado pela sorte e se preparava para a arrancada final que o levaria ao tricampeonato.
Chegada:
1) Piquet
2) Johansson
3) Senna
4) Streiff
5) Palmer
6) Alliot
domingo, 23 de julho de 2017
De volta ao Eusébio
Dez anos depois de minha última visita ao Autódromo Virgílio Távora, onde também fui a uma corrida da então Formula Truck, acompanhado do meu saudoso pai, voltei ao pequeno circuito alencarino para duas corridas da atual Copa Truck. Além do nome, esses dez anos trouxe muitas mudanças. Apesar do bom público (os ingressos foram todos vendidos), havia bem menos gente do que em 2007, quando a F-Truck era uma categoria consolidada e visitava o Eusébio pela segunda vez. Da mesma forma que a Copa Truck foi criada de forma rápida e até mesmo atropelada, a etapa cearense da nova categoria teve pouca divulgação, onde apenas um desfile de quatro Trucks na quinta-feira passada, ocorrida debaixo de chuva, aconteceu no elitizado bairro da Aldeota. E praticamente nada mais.
Outra mudança importante foi no traçado. Em 2007 utilizou-se um circuito alternativo preparado pela própria Truck, para termos noção da força da categoria no momento. O circuito completo de 3.000 m não foi utilizado mais uma vez hoje, mas uma variante de aproximadamente 1.800 m. Como sempre, fico no final da reta dos boxes, onde os bólidos alcançam as maiores velocidade e onde ocorrem as difíceis ultrapassagens de um circuito estreito e que em 2017 estava com um asfalto bem ruim e ondulado, precisando urgente de um recapeamento. Um parêntese para algo muito engraçado que aconteceu comigo e com meu amigo que me acompanhava hoje. As pequenas arquibancadas de madeira estavam lotadas e por isso um membro da organização nos avisou que ficaríamos em pé. O que é errado, pelas regras de segurança em eventos esportivos. Já conformados em torrar no famoso sol cearense, encontramos um local coberto próximo do final da reta dos boxes, onde teoricamente fazia parte de um evento com patrocinador, pois haviam mesas e cadeiras de bar. Perguntei se poderíamos passar e ir para o final da reta. O rapaz não apenas permitiu passar, como FICAR no local, bem próximo da pista e, para nosso alívio, numa bem-vinda sombra. Até encontrei meu ídolo Mota!
Voltando ao recapeamento, será algo difícil para uma estrutura acanhada e pouco vista pelas autoridades locais. Mais assustador foi perceber que o kartódromo Julio Ventura, que ficava bem próximo do autódromo e era um dos melhores do Brasil, estava fechado, em completo estado de abandono e já com placas de loteamento no valorizado Eusébio. Para quem não sabe, o kartódromo recebeu dois campeonatos brasileiros de kart, inclusive o último em 2013, ou seja, não faz muito tempo, mas onde houve muita polêmica justamente por causa do asfalto que se soltava. Hoje, há apenas escombros no local, o que considerei uma enorme pena.
A emoção de estar próximo da pista e no ponto mais rápido do circuito foi indescritível. Próximo a mim, uma mãe lamentava rindo que seu filho agora queria ir para todas as corridas possíveis. Mais um fã de automobilismo nascendo. As duas corridas tiveram domínio de Felipe Giaffone e Roberval Andrade, cada um vencendo uma bateria. A primeira corrida foi morna, pois um problema faria o piloto perder não uma, mas duas provas. Giaffone foi pressionado por Danilo Dirani até o paulista abandonar, com Roberval e Leandro Totti logo atrás. Como esperado, a segunda bateria foi mais pegada e houve alguns toques, principalmente no aproche da curva um. Felipe usou sua experiência para saber esperar os abandonos de Wellington Cirino, pole na segunda bateria, e Leandro Totti para se encontrar em segundo, atrás de Roberval num bom pega pela primeira posição, onde Roberto Andrade segurou Giaffone e cruzou a bandeirada menos de um décimo da frente.
Foi um ótimo programa e outra experiência muito legal, pena que aconteça tão poucas vezes.
sexta-feira, 21 de julho de 2017
Igualando ao maestro
O título de Michael Schumacher em 2002 eram favas contadas desde praticamente a primeira etapa daquela temporada. A Ferrari construiu um carro muito superior aos rivais e Schumacher ainda tinha a equipe italiana em torno de si, como foi provado no famoso e polêmico episódio da bandeirada do Grande Prêmio da Áustria. Com tudo conspirando a ser favor, Schumacher foi massacrando os rivais com poles e vitórias enfáticas, não deixando dúvidas qual era o melhor conjunto da temporada 2002.
Porém, ninguém queria um título de Schumacher em Magny-Cours. O tradicional Grande Prêmio da França acontecia no auge do verão europeu e o título decidido tão cedo na temporada fazia com que o campeonato de 2002 fosse considerado ainda pior do que se mostrava. Para piorar a Arrows chegava à França com seus problemas financeiros aumentados a ponto de Tom Walkinshaw pedir aos seus dois pilotos que andassem lentos na classificação para não conseguirem tempo no grid, pois a Arrows simplesmente não tinha dinheiro para correr. Heinz-Harald Frentzen e Enrique Bernoldi saíram cedo na classificação, fizeram uma volta lenta pelo circuito e foram desclassificados pela regra do 107%, pois se abandonasse o final de semana, a Arrows seria multada numa época em que seus pilotos pagavam sua multas do próprio dinheiro, como confessaria Bernoldi mais tarde.
O final de semana ficaria ainda mais esquisito quando Rubens Barrichello, se preparando para largar, ficou com sua Ferrari em cima de cavaletes, impedindo o brasileiro de participar da corrida. Na época, Galvão Bueno bradou até pela Fiat para interceder a favor de Rubens. O detalhe era que Galvão, impedido de pronunciar Fiat, falava da 'montadora multinacional que é dona da Ferrari e tem uma fábrica no Brasil'. Para os arautos da teoria da conspiração, tudo estava claro. Para ser campeão, Schumacher tinha que vencer e torcer para que Barrichello ou Montoya não chegasse em segundo lugar. Com Barrichello, em outro bom final de semana na França, de fora a Ferrari só precisava se preocupar com o colombiano da Williams...
Mesmo com o domínio da Ferrari naquela temporada, a F1 vinha numa sequência de corridas legais e em Magny-Cours não foi diferente. Montoya liderava e era perseguido de perto por Schumacher, seu irmão Ralf e as duas McLarens, num belo confronto onde os cinco primeiros andavam juntos, mas sem ultrapassagens. Tudo levava a crer que o título seria decidido mesmo na casa de Schumacher dali a duas semanas, quando o alemão da Ferrari foi penalizado por ter cortado a linha branca na saída dos boxes, caindo para terceiro, atrás de Raikkonen, enquanto Montoya liderava, mas o colombiano teria um péssimo pit-stop na segunda rodada de paradas, caindo para terceiro, enquanto Kimi assumia pela primeira vez a liderança da corrida e tinha chances concretas de vencer. Faltando cinco voltas para o fim, a corrida mudaria completamente à favor de Schumacher. O motor do Toyota de Allan McNish estourou no final da reta oposta, deixando óleo no local. Raikkonen foi o primeiro a passar no local, escorregando e praticamente entregando a vitória para Schumacher, que vinha 2s atrás.
Faltando incríveis seis corridas para a temporada terminar, Schumacher cruzou a bandeirada em primeiro pela oitava vez em 2002 em Magny-Cours, conquistando seu quinto título na F1, conseguindo igualar a até então inatingível marca de Juan Manuel Fangio de cinco títulos mundiais, deixando o alemão da Ferrari definitivamente no olimpo da história do esporte. O Grande Prêmio da França de 2002 deixava sua marca na história, mesmo que algumas não sejam das melhores. Num final de semana onde uma equipe abdicou de correr e um favorito a vitória foi alijado da disputa de forma bisonha, Michael Schumacher foi amplamente bafejado pela sorte para vencer e confirmar o título de um campeonato lembrado como um dos piores da história. Menos para o alemão, claro.
segunda-feira, 17 de julho de 2017
Figura(ING): Lewis Hamilton
Não poderia ter sido outro. Lewis Hamilton reviveu os tempos de Nigel Mansell quando o Leão parecia ganhar forças especiais quando aportava em Silverstone e vencia as corridas em casa de forma arrebatadora. Hamilton sempre pareceu ter tudo sobre controle desde os primeiros treinos livres e mesmo incomodado aqui e ali por Bottas e as Ferraris, Lewis parecia ter uma carta na manga pronta para ser utilizada na hora certa. A classificação foi um passeio do inglês, que colocou mais de meio segundo na concorrência. Nas duas últimas corridas Hamilton ensaiou domínios parecidos e ainda havia perspectiva de chuva para o domingo, mas o piloto da Mercedes não deu a mínima chance ao azar que o acometeu em Baku e Zeltweg na sua corrida de casa. Foi um massacre de Lewis que começou desde o apagar das luzes vermelhas até a bandeirada, num final de semana irretocável de Lewis Hamilton, onde ele marcou a pole, melhor volta, liderança em todas as voltas e uma vitória com direito a Grand Chelem. Foi uma vitória importante para a moral de Hamilton, que venceu após uma semana polêmica, após faltar ao evento da FOM em Londres (o único a piloto não-presente) e ainda viu seu rival Vettel ter azar na penúltima volta com um pneu furado, acabando com toda a vantagem do alemão da Ferrari. Apenas um ponto atrás de Vettel e com o melhor carro nas mãos, Lewis Hamilton parte para a segunda metade da temporada preparado para voltar a liderança e não mais perdê-la, ainda mais com uma pilotagem como a de ontem em Silverstone.
Figurão(ING): Daniil Kvyat
É impressionante a quantidade de oportunidades que Daniil Kvyat tem na carreira mesmo não fazendo por onde merece-las. Nesta semana Daniil foi elogiado pelo chefe da Red Bull Christian Horner, mas no domingo o russo protagonizou o pior pesadelo de uma equipe num final de semana de corrida que é um abandono na primeira volta por um toque entre seus dois pilotos. Kvyat vinha disputando posição com seu companheiro de equipe Carlos Sainz nas primeiras curvas de Silverstone no meio do pelotão e o russo acabou perdendo o controle do seu carro, batendo com força no espanhol na sequência, destruindo todo o final de semana da Toro Rosso. Sainz abandonou no local cuspindo abelha africana, mas ainda tendo que agradecer aos céus por não ter sido atingido por ninguém quando foi abarroado pelo seu companheiro de equipe, enquanto Kvyat permaneceu na corrida sempre em último e por lá terminou, depois de cumprir uma mais do que merecida punição. Apesar de rápido e andar quase no mesmo nível do elogiado Sainz, as presepadas de Kvyat já passaram de todos os limites e foi por incidentes assim que o russo acabou saindo da Red Bull de forma humilhante no ano passado, rebaixo à Toro Rosso e mesmo assim Kvyat permanece com sua pilotagem errática. Enquanto Sainz é especulado em várias equipes grandes para os próximos anos, Kvyat dificilmente sairá conseguirá algo melhor na F1 com corridas como a de ontem.
domingo, 16 de julho de 2017
Ocaso de um ídolo
A corrida de hoje em Toronto da Indy foi decidida mais uma vez por uma bandeira amarela, onde Josef Newgarden teve a sorte de estar no lugar certo para entrar nos boxes no momento certo e vencer com certa facilidade numa corrida onde Helio Castroneves estava liderando, mas deu azar.
A bandeira amarela foi provocada por um erro de principiante de Tony Kanaan. Dos dois brasileiros que militam na Indy há vinte anos, prefiro mil vezes Tony Kanaan em relação à Helio Castroneves, que sempre se mostrou recalcado por nunca ter tido chance na F1, sendo que ele nunca venceu sequer um campeonato de monopostos. Já Tony sempre se mostrou feliz por estar na Indy e seu carisma o faz ser um dos pilotos mais queridos do paddock da Indy. Porém, o único título de Tony na Indy irá completar treze anos e depois de escapar por pouco de sair da Indy quando saiu da Andretti alguns anos atrás, prestes a completar 43 anos, Tony dificilmente permanecerá na Ganassi ou em qualquer equipe grande da Indy. Teo José falou durante a transmissão da Band que Tony reclamou que não é preciso apenas talento para permanecer na Indy, mas de uma bela mala de dinheiro, indicando que sua situação contratual não é das melhores.
Mesmo não podendo duvidar do talento do baiano, as temporadas de Tony na Ganassi foram medíocres e a de 2017 em particular vem sendo sofrível. Não bastasse ser mais lento do que Scott Dixon, sem medo de errar, o melhor piloto do grid da Indy na atualidade, Tony vem tomando tempo dos seus outros companheiros de equipe, os fraquíssimos Max Chilton e Charlie Kimball. A corrida de hoje em Toronto foi constrangedora. Kanaan foi ultrapassado pelos novatos Ed Jones e Spencer Pigot numa sessão da pista de Toronto que nem é propriamente um ponto de ultrapassagem. Após sua primeira parada, Tony passou reto na primeira curva após sair dos boxes quando freou forte com pneus frios. Um erro primário do já veteraníssimo piloto brasileiro.
O erro de Tony acabou atrapalhando Helio Castroneves, que fez uma largada estupenda, mas não entrou nos boxes na hora certa e depois perdeu muito rendimento, sendo ultrapassado por Simon Pagenaud e ficando no meio do pelotão. Scott Dixon mostrou sua estrela de campeão ao se recuperar de um incidente na primeira volta com Will Power, cair para último e se recuperar a ponto de minimizar os estragos do problema com Power e permanecer na liderança do campeonato. Com a segunda vitória de Newgarden em 2017, o americano da Penske entra na apertada briga pelo título que tem Dixon, Pagenaud e Castroneves. A largada de Helio reforça minha sensação que ele fará de tudo para ser campeão esse ano, pois sabe que em 2018 estará no novo projeto da Penske no Endurance e também que essa é sua última chance de ser campeão. Se Helio pelo menos sairá (teoricamente) por cima, o mesmo não acontece com Tony Kanaan.
Antes de reclamar que os pilotos precisam de dinheiro para permanecer na Indy, Kanaan poderia fazer uma auto-crítica e ver que sua temporada com a Ganassi já começa a incomodar seus fãs, como este que escreve esse post e ficou constrangido com a atuação bisonha de Tony Kanaan em Toronto. Provavelmente Tony não lerá esse post e provavelmente não irá prestar a mínima atenção no que escreverei. Antes de ser aposentado, melhor anunciar sua aposentadoria. Corra apenas nas 500 Milhas, Tony. Até mesmo convidado da Ganassi ou da Andretti. Permanecer na Indy dessa maneira pode manchar uma bela carreira, mas que os bons tempos já passaram faz muito tempo.
Ah meu pneu dianteiro esquerdo...
Um mérito da temporada 2017 é que até as corridas chatas estão mais interessantes e com história para contar do que nos outros anos. Confirmando a expectativa, Hamilton completou mais um Grand-Chelem na carreira, conquistando pole, vitória, volta mais rápida e todas as voltas lideradas em sua corrida caseira. Simplesmente um show de Hamilton, corroborando com a virada que a Mercedes deu com relação à Ferrari nessa metade de temporada. Porém, depois de Lewis, muita coisa aconteceu, mesmo que sem muitas ultrapassagens e emoção. Largando em nono, Valtteri Bottas fez uma bela corrida para completar a dobradinha da Mercedes, mas o nórdico se aproveitou dos problemas no pneu dianteiro esquerdo dos dois pilotos da Ferrari, onde o maior prejudicado acabou sendo Vettel, que caiu de terceiro para sétimo, sentindo agora fungando em seu cangote no campeonato Hamilton, apenas um ponto atrás.
Uma das pérolas mais conhecidas do Galvão é dizer que 'quando o tempo fica nublado, aqui chove'. Normalmente ele fala isso em Spa e Silverstone. O problema é que em qualquer lugar do mundo, quando fica nublado... chove! Havia alta expectativa de chuva em Silverstone e o tempo carrancudo na pista inglesa mostrava que uma precipitação poderia acontecer a qualquer momento, o que atrapalharia definitivamente Lewis Hamilton em mais uma tentativa de confirmar seu favoritismo. Porém, ao contrário do axioma de Galvão, não choveu e a corrida transcorreu de forma tranquila. Até demais. Não há muito o que falar da corrida de Hamilton. O inglês largou bem, relargou muito bem após o safety-car aparecer na primeira volta, abriu vantagem, administrou bem as bolhas em seus pneus nas voltas finais e ignorou a concorrência. Uma vitória categórica para Lewis Hamilton, que começou o final de semana bastante criticado por ter faltado a evento da F1 em Londres, mas acabou nos braços da torcida ao conquistar sua quinta vitória no solo sagrado da antiga base de Silverstone, sendo a quarta consecutiva, se igualando duplamente ao lendário Jim Clark nas vitórias no Grande Prêmio da Inglaterra, além de Alain Prost, também vencedor cinco vezes na ilha da velocidade. Porém, o maior prêmio para Hamilton viria no finalzinho da corrida, quando finalmente Sebastian Vettel foi vítima das circunstâncias nesse ano.
A apática narração da corrida não transmitiu de forma necessária a tensão das últimas voltas. Todos os pilotos começaram a reclamar de bolhas nos pneus, não da forma como aconteceu semana passada em Zeltweg, mas de forma preocupante. Na penúltima volta, o pneu dianteiro esquerdo do então segundo colocado Kimi Raikkonen dechapou, forçando o finlandês ir aos boxes de forma emergencial. Naqueles momentos cruciais e derradeiros, a Ferrari ficou na mesmo situação da Williams em Adelaide/86 e o resultado foi bem parecido com o carro de número 5. Vettel estava num ritmo lento, com bolhas nos pneus, maximizado pela forte freada que deu ao se defender de Bottas. Com medo de perder o terceiro lugar para Verstappen, Vettel resolveu ficar na pista e apostar para ver. Porém, o piloto da Red Bull também parou e vendo o que tinha acontecido com Raikkonen, era lógico fazer um pit-stop emergencial. Porém, a Ferrari ficou com a boca aberta enquanto o pneu dianteiro esquerdo de Vettel, o mesmo de Kimi, dechapar também bem no meio do circuito na última volta, fazendo com que Sebastian perdesse não apenas o pódio, mas caindo para sétimo. Resultado disso? Agora Lewis Hamilton está apenas um ponto atrás no campeonato e mais motivado do que nunca, pois agora tem o melhor carro do pelotão.
Bottas foi ajudado pelo azar ferrarista, mas o piloto da Mercedes fez por merecer a segunda posição numa corrida cheia de ultrapassagens e com uma estratégia certeira, que já o colocava bastante próximo de Raikkonen quando o pneu do seu compatriota disse adeus. Claro que a vitória de Hamilton deixa bem claro quem é o primeiro piloto da Mercedes, mas Bottas está fazendo uma grande temporada esse ano e poder marcar os pontos necessários para a Mercedes num dia ruim de Hamilton. Raikkonen ainda salvou um terceiro lugar com o problema de Vettel e a parada de Verstappen, mas a cara de derrota de Kimi sintetiza muito bem o sentimento da Ferrari hoje, a grande derrotada do dia. Max Verstappen garantiu o divertimento do começo da prova com outra largada fabulosa que o deixou entre as Ferrari e interferindo decisivamente no campeonato. Não facilitando as coisas para Vettel, Max forçou o alemão parar mais cedo do que o habitual e o tempo a mais com aquele jogo de pneu pode ter sido decisivo para que Vettel tivesse seu pneu furado no final. Porém, Max também sofreu com os pneus e o fez parar uma segunda vez de forma emergencial, mas o jovem garantiu o quarto lugar, diminuindo um pouco a dose de azar que teve nas últimas corridas. No entanto, o melhor piloto da Red Bull e do dia acabou sendo Daniel Ricciardo, que pulou da penúltima fila do grid para a quinta posição na bandeirada numa corrida repleta de ultrapassagens do australiano. Apesar da alegria com seus dois pilotos, a Red Bull sabe com toda certeza que é a terceira força isolada da F1, longe da dupla Mercedes/Ferrari e bem à frente dos demais. Mesmo mantendo Vettel atrás, Verstappen perdeu mais de 10s atrás de Raikkonen quando parou, enquanto Ricciardo ultrapassou os pilotos das demais equipes de forma até constrangedora pela facilidade.
E o melhor deles foi Nico Hulkenberg, que chegou em sexto com o seu Renault, sendo o último a se aproveitar do pneu furado de Vettel. O alemão da Renault fez uma bela ultrapassagem sobre Pérez na primeira volta e foi líder dos 'normais' com até alguma facilidade, enquanto seu companheiro de equipe sofre. Correndo em casa, o pobre Jolyon Palmer teve uma quebra da volta de apresentação, enquanto as especulações crescem que Palmer seja substituído por Sainz já na próxima corrida, na Hungria. O jovem espanhol não deve estar nada satisfeito com o seu companheiro de equipe Kvyat, que o colocou para fora da corrida na primeira volta em outra cena de descontrole do russo, provavelmente somente à frente de Palmer no quesito pior piloto de 2017. A Force India fez seu feijão-com-arroz e colocou seus dois pilotos nos pontos, com Ocon na frente graças a uma grande largada do francês. Talvez reflexo dos problemas que os dois tiveram nas últimas corridas, Pérez não fez nenhum ataque mais forte ao companheiro de equipe nas voltas finais, mesmo Ocon claramente com problemas nos pneus. De forma mais discreta, a Williams repetiu sua forma na Áustria, onde sofreu horrores na classificação para garantir um pontinho com Massa na corrida. Felipe chegou forte atrás das Force India no final, mas como ocorre semana passada, não tentou uma única ultrapassagem. Na sua melhor corrida em sua temporada de estreia, Vandoorne andou sempre à frente de Alonso, estava na zona de pontos no primeiro stint de corrida e somente por ter ficado tempo demais na pista, ele perdeu a chance de pontuar, mas ficando bem próximo de Massa no final, num bom ritmo numa pista que não favorece à McLaren. Alonso? Quebrou de novo. Após a bela exibição na Áustria, a Haas não foi bem e ficou fora dos pontos com seus dois pilotos, mas pelo menos não há confusões com seus pilotos, o que vem acontecendo com a Sauber. Não bastasse ser a pior equipe e ver o promissor contrato com a Honda indo para a Toro Rosso, a Sauber ainda está sofrendo com a rivalidade crescente dos seus dois pilotos, que se estranharam mais uma vez na Inglaterra.
A corrida esteve longe de ser emocionante, mas garantiu que, adaptando o que diria Paulo Antunes, temos um campeonato! A Mercedes hoje está na crista da onda, com o melhor carro e um Lewis Hamilton motivadíssimo, além de Bottas crescendo prova a prova. Do outro lado, a Ferrari está lambendo suas feridas pelo erro estratégico de não ter trazido Vettel para os boxes, o deixando à mercê de Hamilton e Mercedes no campeonato. Porém, nada garante que a Mercedes continue tão superior a Ferrari, pois os italianos não estão parados e eles querem voltar a vencer. Quem disse que 2017 está chato?
sábado, 15 de julho de 2017
Nem a chuva atrapalha
A Mercedes começa a dar indícios que na sua disputa com a Ferrari, a evolução dos prateados vem sendo mais rápida e nem mesmo a chuva que apareceu no Q1 em Silverstone impediu os alemães dominarem a classificação, com Hamilton conseguindo uma pole com larga vantagem sobre as Ferraris, dessa vez liderada por Raikkonen, com Vettel completando o top-3. Assim como aconteceu com Hamilton semana passada na Áustria, Bottas perderá cinco posições por uma troca de câmbio e sua quarta posição não ajudou muito o finlandês, que saíra com isso em nono amanhã.
A chuva fina, como é tradicional na Inglaterra, veio um pouco antes do sinal verde do Q1 e bagunçou um pouco o status quo. Em ótimo forma e tendo o melhor tempo no momento, Daniel Ricciardo teve um problema no turbo, fazendo o australiano da Red Bull largar em último amanhã. A bandeira vermelha consequente deu tempo para a pista secar um pouco e Fernando Alonso fazer mais um milagre, ao colocar pneus slicks, cruzar a linha de chegada faltando menos de 1s para a bandeirada e ficar com o melhor tempo do Q1, para delírio de todos. Com o equipamento que tem, Alonso vai demonstrando com esses pequenos momentos que é um gigante da F1. Com a pista seca, o Q2 transcorreu com mais normalidade e Massa mais uma vez teve problemas de aquecimento de pneus, sendo um dos últimos da sessão, enquanto Stoffel Vandoorne teve seu melhor momento de sua curta carreira na F1 ao se classificar pela primeira vez ao Q3 e lá, conseguindo superar Grosjean e marcar o nono tempo.
Na parte decisiva da classificação, Hamilton colocou todos no bolso e conseguiu sua 67º pole na carreira, ficando apenas uma do recorde de Schumacher. Apesar da polêmica ausência do evento da F1 nas ruas de Londres (sucesso de público e crítica), Lewis mostrou que é o mestre em Silverstone e mesmo vaiado na capital inglesa, Hamilton foi ovacionado em Silverstone. Um bom passo para a vitória amanhã, principalmente com a Ferrari mais de meio segundo atrás e desta vez, com o 'preguiçoso' Raikkonen na frente de Vettel. Verstappen foi um solitário quinto colocado, mais de 1s atrás da Mercedes e da Ferrari, com o motor Renault ainda sofrendo com a confiabilidade, apesar da equipe oficial ter ficado logo atrás com um ótimo Nico Hulkenberg. Provavelmente o plano de Bottas era largar em sétimo amanhã, mas o nódico esqueceu de combinar com a dupla da Ferrari e largará em nono, dificultando um pouco mais sua corrida amanhã.
O relacionamento entre Vettel e Hamilton segue cada vez mais tenso. Na entrevista pós-classificação, enquanto Vettel falava e normalmente os outros pilotos ficam do lado e escutam, Hamilton sai de perto e levou seu irmão para perto da torcida, pouco ligando para que o alemão falava enquanto era aplaudido. Amanhã eles não largarão lado a lado, mas o clima inglês pode ser um fator na corrida, mas Hamilton é o favorito em qualquer clima. Aguardemos!
segunda-feira, 10 de julho de 2017
Figura(AUT): Valtteri Bottas
Quando foi anunciado que Lewis Hamilton perderia cinco posições no grid por causa de uma troca de câmbio, o plano do inglês era simples: fazer a pole, largar em sexto e estar na briga pela vitória rapidamente. Mas como diria Garrincha, esqueceram de combinar isso com os rivais, principalmente com o vizinho de boxe. Valtteri Bottas conseguiu uma bela volta no Q3 e conseguiu uma emocionante pole, superando Vettel e Hamilton por muito pouco, mas garantindo a primeira posição no domingo. A corrida de Bottas no primeiro stint mostrou um piloto cada vez mais seguro de ter um dos melhores carros do grid e com o pneu mais macio ofertado pela Pirelli, foi um dos pilotos que permaneceram mais tempo na pista com os pneus ultramacios. Com o carro ligeiramente menos acertado com o pneu supermacio, Bottas viu bolhas aparecerem em seus pneus e com o ritmo diminuído no seu segundo stint, viu Vettel crescer em seus retrovisores, mas o finlandês não se abateu e segurou os ataques do ferrarista na volta final para vencer pela segunda vez na carreira e na temporada, além de dar uma encostada na briga pelo título, mesmo sendo claro que a batalha pelo campeonato tende a ficar bipolarizada entre Hamilton e Vettel, mas ao contrário do que ocorre na Ferrari e com o protagonista da segunda parte dessa coluna, a Mercedes pode contar com um piloto que pode brigar pela vitória e até tirar pontos de Vettel na luta com Hamilton. Valtteri Bottas evolui constantemente e se mostra um piloto cada vez mais forte, constantemente ficando na briga pela vitória. Mesmo contando com 28 anos, Bottas pode ter um bom futuro com a Mercedes.
Figurão(AUT): Kimi Raikkonen
Preguiçoso. Foi com esse adjetivo nada elogioso que o presidente da Ferrari chamou seu segundo piloto, após mais uma corrida apática de Kimi Raikkonen. O finlandês da Ferrari fez outra corrida esquecível em Zeltweg, sendo que isso é mais uma regra do que uma exceção no 2017 de Raikkonen e meio que representou o que vem sendo a temporada do campeão mundial de 2007. Sempre mais lento do que Vettel em todos os treinos, a corrida não melhorou muito a situação de Kimi, onde uma má largada o deixou atrás de Romain Grosjean, só que a diferença entre os dois carros era tão brutal que não demorou muito para Raikkonen ultrapassar o francês da Haas, mas também não demorou para o piloto da Ferrari ser pressionado por Lewis Hamilton. Era essencial para a Ferrari que Raikkonen segurasse Hamilton o máximo possível e mesmo Zeltweg ser um circuito de muitas retas, também é um circuito de fácil defesa de posição. Kimi segurou as pontas, mas assim que Hamilton se viu com pista livre superou Raikkonen com uma facilidade constrangedora. Até o final da corrida, mesmo com pneus em melhores condições do que o rival da Mercedes, Raikkonen apenas ruminou até o final da corrida numa opaca quinta posição, muito longe de Hamilton e a briga pelo terceiro lugar. Ter um piloto que garanta pontos no Mundial de Construtores é muito importante para a Ferrari, mas Raikkonen poderia ser um fator mais importante roubando pontos de Hamilton no Mundial de pilotos e ajudar Vettel, porém, o que se vê é um piloto que é mais lembrado pelo mau humor no rádio do que vem fazendo dentro da pista.
domingo, 9 de julho de 2017
Dando a resposta
Talvez Helio Castroneves até já saiba e faz jogo de cena, o mesmo acontecendo com Roger Penske. Esse final de semana surgiu a notícia de que em 2018 a Penske teria três carros e o brasileiro seria cortado, se mudando para o novo projeto da Penske no Endurance, ao lado de Juan Pablo Montoya, com Helio participando apenas das 500 Milhas. Talvez por saber que essa provavelmente será sua última temporada completa na Indy, Helio fez a sua melhor corrida dos últimos tempos e venceu após um longo jejum de três anos, nessa noite em Iowa.
O pequeno circuito da terra do milho americano talvez seja o oval mais varzeano desde Milwakee no meio dos anos 1990, quando a tradicional pista era toda remandada e ondulada. Iowa consegue transformar um oval num local de difícil ultrapassagem, principalmente pelas ondulações e sabendo disso, Castroneves não perdeu tempo em assumir a segunda posição na largada e depois ultrapassar seu companheiro de equipe Will Power para liderar a corrida praticamente até o final, sofrendo apenas algumas estocadas de JR Hildebrand, piloto da Carpenter que tinha um ótimo carro, mas o americano é um piloto sofrível e sempre se embananava com os retardatários. A Penske colocou seus quatro carros entre os dez primeiros, mas além de Helio, apenas Josef Newgarden, que venceu ano passado com a Carpenter, tinha carro para vencer, mas o americano teve azar na classificação e largou muito atrás, tendo que fazer uma corrida de recuperação até o sexto lugar. Sem estar em seu habitat natural, Power ainda perdeu o terceiro lugar para Ryan Hunter-Reay.
Com a vitória, Helio encostou de vez em Scott Dixon, que não se encontrou em Iowa, na briga pelo campeonato. Como essa deve ser sua última temporada completa na Indy, Castroneves partirá com tudo nesta reta final de campeonato, mas isso já aconteceu antes e a superioridade de Dixon sempre sobressaiu, sem contar Power e Pagenaud, que no geral são mais fortes do que Helio. Três anos sem vitória com um Penske dá a exata noção porque Castroneves deverá ser cortado no final do ano. Mas se superar sua tradicional inconstância e vencer o título, o brasileiro sairá da Indy por cima.
Valeu pelo final
Após a corrida maluca de Baku, uma prova parecida com a do Azerbaijão seria muito complicada de se repetir quinze dias depois, ainda mais que a esperada chuva em Zeltweg não veio. A corrida estava morna e caminhando para uma vitória fácil de Valtteri Bottas, mas um probleminha que não foi identificado pelos pilotos nos treinos apareceu com força na corrida: bolhas nos pneus. E isso garantiu uma animação extra nas voltas finais da corrida, com Vettel encostando em Bottas e Ricciardo defendendo seu pódio dos ataques de Hamilton. A falta de emoção de Galvão Bueno na transmissão não registrou o belo final de prova, com Bottas claramente sem pneus e Ricciardo sob ataque com um motor bem menos potente do que Hamilton. No fim, não houve trocas de posição, com Bottas segurando Vettel para conquista sua segunda vitória na carreira, enquanto um alegre Ricciardo subiu ao pódio pela quinta corrida consecutiva.
Como falado anteriormente, a corrida estava morna e tinha sido definida praticamente na largada. Max Verstappen largou muito mal e se viu no meio do pelotão, ficando à mercê de qualquer incidente. Para quem não se lembra, Daniil Kvyat foi rebaixado para a Toro Rosso após uma primeira curva completamente sem noção na Rússia. Pois Kvyat repetiu a manobra hoje e de uma só vez, tirou da corrida Alonso e Verstappen. Isso fez com que a dupla da Williams pulasse da penúltima fila para a zona de pontuação, enquanto mais na frente, Daniel Ricciardo pulava para terceiro e Hamilton se engalfinhava com as duas Force India. Raikkonen perdeu posição para Grosjean e logo retomou a posição do francês, enquanto Hamilton passava a dupla da Force India e Grosjean, subindo para quinto. E foi mais ou menos isso. Com pneus ultramacios, Bottas foi soberano num primeiro stint incrivelmente longo com os pneus mais macios do final de semana. Vettel chegou a ficar 9s atrás do piloto da Mercedes, enquanto Ricciardo fazia uma ótima corrida e estava apenas 4s atrás de Vettel, mas correndo isolado. Mais atrás, a única briga era entre Raikkonen e Hamilton. Zeltweg tem uma pista rápida, mas de fácil defesa de posição. Valtteri Bottas não precisava se defender de ninguém e liderava soberano, mas logo a foco dos pilotos e engenheiros caiu sobre os pneus. Teoricamente a pista austríaca tinha aderência o suficiente para que os pilotos corressem sem pensar muito em poupar pneus, mas bolhas apareceram na borracha de todos os carros. Apesar de tudo, a corrida parecia no controle de Bottas, mas com pneus supermacios, o finlandês pareceu sofrer mais do que com os pneus mais moles do dia e havia uma faixa escura no pneu traseira esquerdo de Bottas, que o fez perder rendimento nas últimas voltas e Vettel encostou nas duas últimas voltas. Como foi dito, apesar de rápido, Zeltweg é um circuito de fácil defesa e Bottas segurou os ataques de Vettel para vencer novamente, apesar da sensação de que houvesse mais uma volta, o piloto da Mercedes não teria tantas condições de segurar Vettel. Quando conquistou a pole, Bottas se colocou como favorito à vitória e o finlandês confirmou a expectativa, apesar do aperto no final. Hamilton sofreu mais com as bolhas nos pneus, foi o primeiro a parar, mesmo com os pneus supermacios, mas deu um show na reta final da corrida. Com seus pneus ultramacios já desgastados e cheio de bolhas, o inglês bateu o recorde da pista várias vezes até encostar em Ricciardo. Lewis tentou, usou a potência superior do seu motor, mas Daniel manteve o pódio, frustrando o objetivo de Hamilton, que era conseguir um pódio e diminuir o prejuízo no campeonato. Com Bottas vencendo novamente, Hamilton tem menos pontos de vantagem para Bottas do que de desvantagem para Vettel, deixando a Mercedes com dois pilotos na briga pelo título, mas na difícil situação de não ter muito o que escolher numa ordem de equipe que pode acontecer a qualquer momento no campeonato.
Mesmo tendo a vitória ao seu alcance no final da corrida, Vettel não tem muito do que reclamar. Na verdade, ele reclamou bastante da largada de Bottas, que num primeiro momento parecia ter queimado a largada, mas ficou claro que o finlandês conseguiu uma saída de sonho. Porém, pensando no campeonato, Vettel sai mais do que satisfeito com sua vantagem após duas corridas onde a Mercedes estava superior à Ferrari e ainda assim Vettel aumentou sua diferença sobre Hamilton na ponta. Contudo, a Ferrari tem que abrir o olho, pois é nítido que hoje a Mercedes está à frente na briga entre as duas. Se a Mercedes hoje tem dois pilotos em plenas condições de vencer, a Ferrari tem apenas Vettel para contar na briga pela vitória. Raikkonen segurou bem Hamilton, mas com pneus bem melhores do que o inglês, foi incapaz de se aproximar de Lewis na metade final da corrida, mostrando bem a apatia de Kimi em sua posição dentro da Ferrari. Prestes a completar 38 anos, Raikkonen vai caminhando para se transformar num ex-piloto em atividade. O que não é o caso de Daniel Ricciardo. A Red Bull queria subir ao pódio correndo na pista de propriedade do patrão e uma bela largada do australiano o colocou em terceiro, que no maior momento da corrida Daniel correu solitariamente, mas ele e Red Bull não contavam com a genialidade de Hamilton e mesmo o inglês com várias bolhas nos pneus, foi para cima de Ricciardo, que conta com um motor bem menos potente do que Lewis. As últimas voltas foram dramáticas para Ricciardo, para o australiano segurou bem o rojão e subiu ao pódio pela quinta corrida consecutiva, ultrapassando um apagado Raikkonen no campeonato e marcando mais do que o dobro de pontos do badalado Max Verstappen. A corrida do holandês foi estragada por Kvyat, onde Max não teve culpa, mas sua sequência de cinco abandonos em sete corridas já chama a atenção e deixa o jovem holandês ainda mais ansioso.
No meio do pelotão, Romain Grosjean surpreendeu e foi sexto colocado, sendo o melhor do resto. Dono de uma boa largada, o piloto da Haas chegou a correr em quarto, mas não teve como segurar Raikkonen e Hamilton, mas o francês ficou confortavelmente na frente dos dois carros da Force India para conseguir o melhor resultado da equipe no ano, consolidando a Haas como uma das equipes fortes do meio do pelotão, mesmo perdendo Magnussen quando o danês brigava com Stroll para entrar na zona de pontuação. Desta vez sem brigas ou toques, a Force India marcou pontos com seus dois pilotos, com Pérez à frente de Ocon. A Williams capitalizou a loucura de Kvyat e na primeira curva já tinha Massa em nono e Stroll em décimo, cada um ganhando oito posições. Massa largou com pneus macios, os mais duros do final de semana e foi o último a parar. Com os pneus ultramacios, o brasileiro logo encostou em Ocon, mas como sempre tinha alguém colocando voltas na dupla, Massa perdeu o melhor rendimento dos pneus e as bolhas não tardaram a aparecer, mas os pontos conquistados após largar tão atrás não fez Felipe se lamentar muito, o mesmo acontecendo com Stroll, que marcou ponto pela terceira corrida consecutiva e os erros do novato realmente diminuíram bastante. Era esperado que a Renault estivesse forte na briga do pelotão intermediário, mas os carros franceses estão ficando para trás e não pontuaram, com Hulkenberg pegando as sobras do incidente da primeira curva. Com Alonso atingido na primeira curva, Vandoorne era a esperança da McLaren, mas o belga teve suas chances de pontuar praticamente terminadas quando foi punido ao não facilitar para Raikkonen o colocar uma volta. A Sauber teve sua corrida medíocre de sempre, mas Wehrlein mostrou mais uma vez que é bem mais piloto do que Ericsson, ao largar dos boxes e ainda chegar na frente do fraco sueco. Já a Toro Rosso teve uma corrida para esquecer. Sainz abandonou e Kvyat foi o trapalhão do dia, ao ser otimista demais na largada e fazer um boliche, nas palavras de Alonso, em cima do espanhol e de Verstappen. O russo, rápido, vai se mostrando um piloto sem evolução e Pierre Gasly já está se aquecendo na beira do campo...
Foi uma corrida sem graça na maior parte do tempo, principalmente por que a chuva não deu as caras, mas em corridas, é sempre bom esperar até o final e as cinco últimas voltas foram as melhores da prova, trazendo uma emoção até inesperada com briga pela vitória e pelo último lugar do pódio. O imponderável (as bolhas nos pneus) fez com que uma corrida chata se tornasse emocionante. Essa é a magia da F1 e do esporte a motor. Bottas venceu merecidamente após dominar a corrida inteira, mas Vettel sorriu ainda mais, junto com Ricciardo, que foi o que mais vibrou. Porém, semana que vem teremos Silverstone. Território de Hamilton, mordido por ter perdido duas vitórias que pareciam suas pelas circunstâncias.
sábado, 8 de julho de 2017
História: 15 anos do Grande Prêmio da Inglaterra de 2002
Após sua vitória dominante no Nürburgring, a Ferrari era a grande favorita em Silverstone, mas Williams e McLaren tentariam de tudo para impedir a Ferarri correndo em casa. Os pneus foram cruciais na Europa e seriam novamente na Inglaterra, enquanto a Michelin parecia superior na classificação, mas não eram tão bons como a Bridgestone em ritmo de corrida. O clima também poderia ser um fator em Silverstone, com as temperaturas mais baixas de pista sendo favoráveis a Bridgestone. Enquanto as equipes testavam nos dias anteriores à corrida na Inglaterra, a Arrows ficou de fora e quando o time chegou em Silverstone, estourou a grande crise vivida pelo time chefiado por Tom Walkinshaw. Salários atrasados de mecânicos, pilotos e fornecedores, que fez com que a Cosworth se recusasse a ligar os motores na sexta-feira. Apenas com a intervenção de Bernie Ecclestone se foi possível que a Arrows participasse dos treinos, mas isso era apenas um aviso de que o time estava prestes a implodir.
Juan Pablo Montoya conseguiu sua quarta pole consecutiva e a quinta na temporada, após a Ferrari dominar todos os treinos livres e parte da classificação, com Rubens Barrichello superando Michael Schumacher novamente. Porém, numa última volta espetacular, o colombiano bateu Barrichello por apenas três centésimos, com os irmãos Schumacher logo atrás. A McLaren assegurava a terceira fila num final de semana bastante previsível, mas correndo em casa, os prateados estavam tomando 1s de Montoya. Trulli era novamente o melhor do resto com a sétima posição, logo à frente da surpresa do dia Mika Salo, que não treinou bem na sexta por conta de uma infecção intestinal.
Grid:
1) Montoya (Williams) - 1:18.998
2) Barrichello (Ferrari) - 1:19.032
3) M.Schumacher (Ferrari) - 1:19.042
4) R.Schumacher (Williams) - 1:19.329
5) Raikkonen (McLaren) - 1:20.133
6) Coulthard (McLaren) - 1:20.315
7) Trulli (Renault) - 1:20.516
8) Salo (Toyota) - 1:20.995
9) Villeneuve (BAR) - 1:21.130
10) Heidfeld (Sauber) - 1:21.187
O dia 7 de julho de 2002 estava nublado e frio em Silverstone, num típico dia inglês, mas que favorecia sobremaneira os pilotos com pneus Bridgestone, no que era uma boa notícia para Rubens Barrichello, que largaria na primeira fila. O tempo verbal está correto. Largaria. Quando se preparava para sair para a volta de apresentação, o brasileiro ficou parado no grid, para desespero dos torcedores brasileiros que acreditava piamente que a Ferrari sacaneava sem nenhum pudor Barrichello. "Tiraram Rubinho do caminho para Schumacher vencer", diriam os adeptos de que Rubens era apenas um brasileirinho contra esse mundo todo, algo que o próprio piloto falaria anos depois. Largando em último, Barrichello tinha dois trunfos. O carro largamente superior aos demais que tinha nas mãos e a chuva, que poderia cair a qualquer momento e Barrichello era um dos melhores nessas condições. A largada aconteceu sem maiores problemas para os líderes, com Montoya mantendo a ponta, seguido por Michael, Ralf, Kimi e Coulthard. Mais atrás, Massa rodava na primeira curva.
A chuva era esperada a qualquer momento, mas a pista estava seca nas primeiras dez voltas e mesmo nitidamente com um carro mais veloz, Schumacher era incapaz de ultrapassar Montoya na briga pela ponta da corrida. Mostrando a superioridade da Ferrari quinze anos atrás, Barrichello já ocupava a sétima posição na volta 11, quando começou a chover. Imediatamente os pilotos foram aos boxes trocar de pneus, no caso, os intermediários. O que se viu foi um passeio dos pneus japoneses frente aos Michelin. Schumacher passou facilmente Montoya e Barrichello já ocupava a segunda posição, completando a dobradinha da Ferrari em menos de quinze voltas! As Ferraris eram de 3 a 4s mais rápidos que Montoya, que sofria com os pneus intermediários da Michelin. Na McLaren, o drama foi maior com Raikkonen chegando nos boxes e encontrando a McLaren totalmente despreparada, tendo que trazer os pneus de forma atabalhoada, atrasando a parada do finlandês de forma determinante. Coulthard, coitado, teve que ficar na pista já encharcada com pneus slicks por duas voltas, perdendo muito tempo.
Na volta 24 a chuva diminuiu um pouco e isso fez com que Renault e McLaren arriscassem e colocassem pneus slicks nos carros dos seus pilotos, tamanho era o péssimo desempenho dos pneus intermediários da Michelin, mas o tiro saiu pela culatra quando a chuva aumentou logo em seguida, fazendo com que os quatro carros voltassem aos boxes. A atuação da McLaren naquele dia foi constrangedora, com erros táticos e de avaliação acontecendo a todo momento, deixando Raikkonen e Coulthard duas voltas atrás dos líderes. A dupla da Ferrari abria uma enorme diferença para Montoya e tudo parecia conspirar para os italianos. Na volta 31 o quarto colocado Ralf Schumacher fez sua segunda parada e um problema na máquina de reabastecimento fez com que o alemão voltasse à pista sem reabastecer, tando que voltar aos boxes depois, estragando sua corrida. A dupla da Ferrari fez sua parada e colocaram pneus intermediários, enquanto Montoya permanecia na pista e quase ganhou a corrida com isso. A chuva havia parado e o colombino chegava a andar 3s mais rápido do que as Ferraris, e quando Montoya fez sua segunda parada na volta 40, colocou pneus slicks. Marcando o colombiano de perto, a Ferrari trouxe Barrichello aos boxes para colocar pneus slicks na mesma volta e o brasileiro voltou à pista na frente de Montoya, mas o piloto da Williams conseguiu a ultrapassagem na volta seguinte. Schumacher parou na volta 43 e com pneus slicks, voltava à pista 15s na frente de Montoya.
Demonstrando que tinha totais chances de conquistar a vitória se não fosse o problema na volta de apresentação, Rubens Barrichello contra-atacou e ultrapassou Montoya na volta 46, assumindo a segunda posição e imediatamente marcando volta mais rápida em cima de volta mais rápida, indicando que tinha ritmo para vencer, como havia acontecido em Zeltweg (quando a Ferrari não deixou) e em Nürburgring. Porém, Schumacher respondeu e venceu a corrida com imensa facilidade, com Barrichello completando a dobradinha e Montoya fechando o pódio. Se aproveitando bem dos pneus Bridgestone, Jacques Villeneuve e Olivier Panis foram quarto e quinto respectivamente e conseguiram os primeiros pontos da BAR no ano, algo bastante comemorado pelos envolvidos. Heidfeld fechou a zona de pontuação, enquanto Ralf e a dupla da McLaren completaram a prova com bastante atraso por causa dos erros de equipe. Michael Schumacher terminava sua décima corrida consecutiva no pódio e com impressionantes 54 pontos de vantagem sobre o novo vice-líder Rubens Barrichello, o alemão tinha chances matemáticas de ser campeão na corrida seguinte, na França. Ainda no verão europeu. Era um massacre!
Chegada:
1) M.Schumacher
2) Barrichello
3) Montoya
4) Villeneuve
5) Panis
6) Heidfeld
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