domingo, 2 de julho de 2017

Na sala de estar

Oito corridas. Oito vitórias. Todas largando da pole. O retrospecto de Marc Márquez em Sachsenring é mesmo impressionante. Quando marcou a pole ontem, numa sessão atrapalhada pela chuva, o espanhol da Honda já se configurava como o maior favorito da prova alemã e Marc não decepcionou, com um triunfo praticamente de ponta a ponta, mas que teve um adversário surpreendente na figura do local Jonas Folger, em sua melhor corrida na carreira, onde levantou a torcida alemã. 

O clima próximo a Dresden, local do circuito saxão, foi bastante volátil durante todo o final de semana e mesmo muito nublado, a corrida aconteceu com piso seco, favorecendo ainda mais a Honda, que dominou o final de semana em Sachsenring e evitando as surpresas que a chuva sempre traz. Márquez largou na ponta, trazendo consigo Daniel Pedrosa e Jorge Lorenzo, em outra largada impressionante com a sua Ducati. Tendo Pedrosa como escudeiro, Márquez parecia ter a corrida nas mãos, mas o espanhol não contou com o fator local, que fez Jonas Folger ter a corrida de sua vida até agora. Completamente eclipsado pelo companheiro de equipe Johann Zarco esse ano, Folger se estabeleceu na quarta posição após uma briga muito forte com Danilo Petrucci e num ritmo fortíssimo, partiu para cima dos espanhóis que lideravam a corrida. No caso de Lorenzo, foi até fácil, com o piloto da Ducati despencando após a boa largada de Jorge. Contudo, a facilidade com que se aproximou e ultrapassou as duas Hondas levantou os mais de 70.000 expectadores que encheram o pequeno circuito alemão. Se Pedrosa rapidamente ficou pelo caminho, Márquez se manteve na cola de Folger. O piloto da Yamaha Tech 3 ainda se acostuma com a MotoGP e os erros de principiante eram esperados. E foram acontecendo na medida em que Márquez reassumiu a ponta e controlava Folger. Na aproximação da curva um, o alemão errou algumas vezes, permitindo que Márquez escapasse no final, mas não diminuindo a bela exibição de Folger.

Pedrosa teve outra corrida (mais uma em sua longa carreira) apagada e ficou isolado em terceiro. A partir de então, foi uma bela briga que envolveu vários pilotos. Descontente com a sua moto no molhado, Viñales prometeu que no seco seria diferente. E realmente foi. Largando em décimo primeiro, Maverick foi escalando o pelotão até atingir a quarta posição, logo à frente de Rossi, que rapidamente chegou nessa posição, mas foi incapaz de incomodar Pedrosa pelo lugar no pódio. Numa pista travada como Sachsenring, a potência da Ducati parecia incompatível e o ex-líder Doviziozo perdeu rendimento nas voltas finais, saindo da briga contra as Yamahas e ainda ficando atrás da Aprilia de Aleix Espargaró e a Ducati privada de Alvaro Bautista, que ressurgiu muito bem esse ano ao trocar a Aprilia pela Ducati/16. Lorenzo e Petrucci caíram inúmeras posições, mostrando que a Ducati ainda precisa melhorar bastante se quiser lutar pelo título, pois a constância é que faz os campeões, não brilhar em determinados circuitos e outros não.

Além da estatística vencedora na Alemanha, Marc Márquez tem outro número a comemorar. De 1998 para cá, apenas em 2015 o líder do campeonato após a corrida em Sachsenring não foi campeão. E com a vitória de hoje, somado ao final de semana difícil de Doviziozo e a dupla da Yamaha, o piloto da Honda assumiu a ponta do campeonato, mesmo que de forma apertada, onde os quatro primeiros estão muito próximos. Correndo praticamente em casa, Márquez entra de férias na ponta de uma campeonato imprevisível e emocionante.

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