domingo, 22 de outubro de 2017

Passo decisivo

Phillip Island. Que pista amigos! Não me recordo de uma única corrida ruim nessa pista australiana, que além de ter um traçado espetacular, tem uma vista de tirar o fôlego e digo sem medo de ser o autódromo mais bonito do mundo, incluindo as corridas. A edição de 2017 do Grande Prêmio da Austrália não deveu nada à outras corridas que por lá aconteceram e Marc Márquez soube dar o bote na hora certa para dar um passo decisivo para o tetracampeonato da MotoGP, principalmente com a corrida terrível de Andrea Doviziozo.

É praticamente impossível descrever todas as voltas da corrida dessa madrugada, onde aconteceu de tudo na briga pela vitória, num pelotão que chegou a ter oito motos. Marc Márquez esteve no meio dessa briga, se meteu em batalhas que colocaram no quinto lugar, mas no momento em que importava, nas voltas finais, o piloto da Honda soube abrir da confusão em que todos os líderes estavam metidos, meteu 2s de vantagem sobre o segundo colocado e colocou uma mão no título. Além da força da Honda, Márquez soube utilizar da péssima forma da Ducati em Phillip Island. A moto italiana não se comportou como deveria justamente numa corrida decisiva como na Austrália e Andrea Doviziozo ainda cometeu um raro erro no começo da prova, quando abriu demais na curva um e caiu para vigésimo, quando ainda tateava na décima posição, tendo ganho apenas uma posição com relação ao grid de largada. 

Doviziozo lutou no meio do pelotão, até encontrar outra a outra decepção do dia. Daniel Pedrosa voltou aos seus dias de múmia, pois enquanto Márquez lutava pela vitória e ganhou na Austrália, Pedrosa lutava nas profundezas do pelotão. Pedrosa e Doviziozo lutaram pela décima primeira posição, mas para piorar sua situação no campeonato, Scott Redding se meter na briga entre eles e acabou levando vantagem, se tornando a melhor Ducati do dia, mas deixando o principal piloto da marca italiana em décimo terceiro, ficando com um prejuízo de 22 pontos para Márquez só em Phillip Island. 

As Yamahas finalmente tiveram uma corrida decente, mesmo com temperaturas baixas, mas foi Zarco com a moto de 2016 que quase surpreendeu os piloto oficiais. O francês chegou a liderar a prova, se envolveu em batalhas com toques, mas acabou superado por Viñales na bandeirada, ficando de fora do pódio onde o francês merecia estar. Rossi, totalmente recuperado da fratura na perna direita, parecia um menino na briga com pilotos bem mais jovens do que ele e acabou recompensado com o segundo lugar, que foi muito comemorado pelo italiano. A Suzuki voltou a brigar pelo pódio com Iannone, mas como sempre o italiano foi com muita sede ao pote e ficou de fora do pódio. Miller liderou as primeiras voltas e a KTM conseguiu um sólido top-10 com seus dois pilotos.

Foi uma corrida bem típica de Phillip Island, onde os pilotos brigaram pela ponta de forma sensacional pelo traçado insano do circuito australiano, mas no fim, foi Marc Márquez quem sorriu. O espanhol da Honda está com a faca e o queijo na mão para ser campeão na próxima semana, pois só decidirá o título na última etapa se Doviziozo tirar muitos pontos em Sepang. No momento decisivo, a Ducati sentiu a falta de experiência na briga por títulos, o mesmo acontecendo com Doviziozo, que errou quando não podia. Acostumado com essa situação desde que estreou na MotoGP, Márquez está com a mão na taça. 

Um comentário:

  1. Corrida espetacular,como só Phillip Island pode proporcionar.

    Pena que em contrapartida,o campeonato tenha praticamente se encerrado nessa prova,a menos que aconteça um milagre em Sepang.

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