sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Ufa!

Foi com essas três letrinhas que a F1 suspirou quinze anos atrás, durante o Grande Prêmio do Japão de 2002. Ufa! A pior temporada dos últimos tempos (contanto os quinze posteriores) terminava em Suzuka com uma cena que foi vista o ano inteiro. Schumacher liderando de ponta a ponta, tendo Barrichello como escudeiro. No fim, ambas as Ferraris recebem a bandeirada encostada no muro, quase com os seus pilotos batendo nas mãos do mecânicos, que vibravam no muro.

Tudo muito bonito, se você estivesse vestido de vermelho. Como já foi dito em crônicas sobre essa temporada, 2002 foi uma temporada ruim vista de vários prismas. Praticamente não houve briga pelas vitórias, com a Ferrari vencendo quinze de dezessete corridas e Schumacher conseguindo onze triunfos. Ainda houve o escândalo na Áustria, manchando um título construído desde 1996 pela Ferrari e por Schumacher. Barrichello ficou com fama de coitadinho, mas com um dos maiores salários da F1 e tendo em mãos um carro capaz de vencer corridas, o brasileiro não tinha muito mais do que reclamar. Mesmo deixado de lado pela Ferrari, Rubens era vice-campeão, algo que não era possível em outro carro.

Williams e McLaren (ou BMW e Mercedes) fracassaram após um promissor 2001. As duas equipes inglesas não tiveram ritmo e consistência durante a temporada e foram presas fáceis para a Ferrari e seu domínio avassalador. Os números eram inegáveis. A Ferrari marcou 221 pontos no Mundial de Construtores. As demais dez equipes somadas marcaram... 221 pontos no total. E olhando as corridas, era fácil perceber que a Ferrari era no mínimo 1,5s mais rápida do que qualquer carro, com Schumacher superando Barrichello de forma até natural. Houve a falência da Prost antes de começar o ano e posteriormente da Arrows, durante a temporada. A Minardi se safou por pouco. Em sua grande maioria, as corridas foram sem graça. O campeonato foi definido com uma antecedência inédita. A Ferrari exalava arrogância no modo em que dominava e não estava nem aí para os outros, incluindo a F1 e seus fãs. Meio que no desespero, a FIA lançou um pacote de mudanças que mudaria a cara da F1, mas isso ficaria para 2003.

Apesar de tudo isso, ainda houve motivo de festa em Suzuka. Como o automobilismo também é feito de história de coadjuvantes, Suzuka vibrou como nunca com o quinto lugar de Takuma Sato, que marcava seus primeiros pontos em casa numa bela exibição do piloto da Jordan. Num ano em que a F1 começava a se distanciar do público (os efeitos são vistos hoje), Sato foi o motivo da festa no final de uma temporada para esquecer.

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