Se já é difícil para um piloto conseguir o respeito nos dois lados do Atlântico, o que dizer atingir esse feito como chefe de equipe. Morris Nunn foi um dos poucos a faze-lo. Nunn correu vários anos na F3 como piloto antes de estrear como chefe de equipe na própria categoria de base, lhe dando a experiência necessária para subir à F1 em 1973. Numa época mais artesanal na F1, Nunn construiu a Ensign, uma das equipes mais carismáticas do pelotão intermediário da F1 nos anos 1970, revelando Patrick Tambay e Nelson Piquet. Quando a F1 se tornou cada vez mais uma categoria regida pelo dinheiro, o engenheiro inglês fechou sua equipe e se mudou para a América, fazendo seu nome na Indy. Nunn foi engenheiro de Emerson Fittipaldi na conquista do título e das 500 Milhas de 1989. Três anos depois, já conhecido como Mo Nunn, ele juntou forças com o ascendente chefe de equipe Chip Ganassi, formando uma parceria histórica na Indy. Foram quatro títulos consecutivos (1996, 97, 98, 99) com três pilotos diferentes (Jimmy Vasser, Alex Zanardi e Juan Pablo Montoya). De trato simples, mas com um toque genial, Nunn conseguiu o respeito de todos e ajudou a equipe Ganassi se tornar uma potência no automobilismo americano. Em 2000 Nunn voltou a ser chefe de equipe sem obter tanto sucesso. No ano seguinte Morris viu Zanardi sofrer o acidente que lhe custou as pernas com um dos seus carros. Após duas vitórias na IRL, Nunn abandonou as pistas no final de 2004 para curtir a aposentadoria. Infelizmente, um pneumonia abateu Morris Nunn, que nos deixou ontem perto de completar os 80 anos. Vindo de uma época em que os garagistas eram reis, Nunn conquistou o respeito na F1 e mesmo sendo 'rebaixado' a engenheiro nos Estados Unidos, foi tão ou mais respeitado na Indy. Uma verdadeira pena...
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