sexta-feira, 1 de julho de 2016

História: 15 anos do Grande Prêmio da França de 2001

Enquanto Michael Schumacher caminhava a passos largos rumo ao tetracampeonato, o piloto que mais andou próximo do alemão nas últimas corridas não era o vice-líder David Coulthard, mas seu irmão mais novo Ralf Schumacher. O alemão da Williams poderia ter vencido em Nürburgring se não tivesse errado na saída dos boxes e ter sido punido, além ter vencido em Montreal, mas Ralf estava longínquos 43 pontos atrás de Michael. O circuito de Magny-Cours favoreceria a potência do motor BMW e faria de Ralf um dos favoritos à vitória, enquanto Michael já pensava em administrar o campeonato, vide que a McLaren não exibia o mesmo desempenho dos anos anteriores e Coulthard sofria em se manter perto de Michael. Três meses antes todas as equipes fizeram uma bateria de testes em Magny-Cours e os tempos foram os melhores desde 1997.

Com a guerra de pneus, já ficava muito claro que a Michelin se dava melhor em condições de forte calor, enquanto a Bridgestone gostava mais de condições amenas. Na classificação, a temperatura da pista passou dos 40ºC e Ralf Schumacher conquistou sua primeira pole na F1, colocando apenas 0,01 segundos à frente do seu irmão Michael. Pela terceira corrida consecutiva, a família Schumacher dominava a primeira fila, mas desta vez com o piloto da Williams na frente. O tempo de Ralf era 2.6s mais rápido do que a pole do ano anterior, demonstrando todo o desenvolvimento dos novos pneus Michelin, com a Bridgestone não querendo ficar para trás. A McLaren ficou com a segunda fila, enquanto um surpreendente Jarno Trulli se colocava entre as três grandes equipes de 2001, superando a Williams de Montoya e a Ferrari de Barrichello.

Grid:
1) R.Schumacher (Williams) - 1:12.989
2) M.Schumacher (Ferrari) - 1:12.999
3) Coulthard (McLaren) - 1:13.186
4) Hakkinen (McLaren) - 1:13.268
5) Trulli (Jordan) - 1:13.310
6) Montoya (Williams) - 1:13.625
7) Frentzen (Jordan) - 1:13.815
8) Barrichello (Ferrari) - 1:13.867
9) Heidfeld (Sauber) - 1:14.095
10) Villeneuve (BAR) - 1:14.096

O dia primeiro de julho de 2001 amanheceu quente em Magny-Cours, na região Nevers, numa situação em que teoricamente favorecia a Williams e os pneus Michelin. Porém, nunca é bom duvidar do talento de Michael Schumacher. O maior rival do alemão nos últimos anos, Mika Hakkinen, estava tendo uma constante em 2001, que era deixar o motor morrer nas largadas. Por incrível que pareça, e mesmo ninguém podendo negar o talento de Mika, o finlandês novamente ficou parado na volta de apresentação, sendo empurrado para os boxes e abandonando ainda antes da largada. Como já tinha acontecido outras vezes, Hakkinen parecia nem ligar muito pelo incrível azar que estava tendo e as especulações diziam que 2001 seria o último ano de Mika na F1. Na largada, Ralf aproveitou muito bem sua primeira pole e contornou a primeira curva facilmente na ponta, enquanto seu irmão não foi tão rápido, tendo que se defender de Coulthard, mas Michael se manteve em segundo, completando a dobradinha Schumacher. Com o abandono de Hakkinen e a péssima largada de Trulli, Montoya pulou para quarto, seguido por Barrichello.

O três primeiros permaneceram próximos uns aos outros, com cerca de 1,5s separando cada um deles, até a primeira rodada de pit stops, quando Ralf Schumacher foi o primeiro a parar, seguido por Michael Schumacher. No entanto Ralf tem uma parada lenta e Michael emergiu na frente. Coulthard parou algumas voltas mais tarde e voltou à pista em quarto, enquanto Montoya, com o composto mais duro da Michelin, ficou na pista por mais algumas voltas. Na volta 32 David Coulthard é punido com um stop-go de 10s por excesso de velocidade no pit lane, acabando com qualquer chance dele ganhar a corrida. David voltou à corrida em 5º lugar, 32s atrás de Michael Schumacher. O segundo set de pneus de Ralf estava se comportando muito mal e ele estava perdendo muito tempo para Michael Schumacher na liderança. Na volta 44 Ralf Schumacher fez sua parada e Michael Schumacher parou duas voltas mais tarde. Montoya assumiu a liderança temporariamente até ele parar na volta 50, mas o colombiano abandonou com problemas de motor duas voltas mais tarde. Rubens Barrichello, em uma estratégia de três parada, faz sua terceira e última parada na volta 54, voltando à frente de David Coulthard.

Coulthard estava pressionando fortemente Barrichello pelo terceiro lugar e tentou ultrapassá-lo várias vezes sem sucesso. Jarno Trulli foi recompensado com um 5º lugar na sequência de outro forte desempenho e felizmente o seu Jordan conseguiu terminar. Na verdade, os dois carros da Jordan conseguiram terminar a corrida na França e marcaram os primeiros pontos para a equipe desde o GP da Espanha. Assim, Michael Schumacher mais uma vez capitalizou os infortúnios dos seus rivais, com David Coulthard penalizado por excesso de velocidade no pit lane e Ralf Schumacher lutando com seus pneus. Michael Schumacher fez uma corrida muito consistente, ganhando a corrida e adicionando mais dez pontos no campeonato, tornando-se quase impossível para David Coulthard alcançá-lo com apenas sete corridas para o fim. Ralf Schumacher tomou o terceiro lugar do campeonato de Barrichello, que apesar de ter começado em oitavo, conseguiu terminar em terceiro graças a uma estratégia de três paradas, a penalidade de 10s de Coulthard e os abandonos de Montoya e Hakkinen. Schumacher conseguia não apenas a sexta vitória na temporada, como a 50º de sua carreira. O alemão se aproximava de Alain Prost para se tornar o maior vencedor da história da F1, além de se igualar ao francês como tetracampeão. Todos esses feitos eram apenas questão de tempo.

Chegada:
1) M.Schumacher
2) R.Schumacher
3) Barrichello
4) Coulthard
5) Trulli
6) Frentzen

Um comentário:

  1. Só uma pequena correção: Frentzen acabou em 8o lugar. Quem terminou na 6a posição foi Nick Heidfeld.

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