sexta-feira, 1 de julho de 2016

História: 20 anos do Grande Prêmio da França de 1996

A Renault havia anunciado que 1997 seria sua última temporada na F1 de forma oficial, apoiando Williams e Benetton. Desde 1992 vencendo tudo, apenas Michael Schumacher interrompeu o domínio gaulês em 1994, e correndo em casa vinte anos atrás, a Renault faria de tudo para vencer em sua penúltima corrida na frente dos seus torcedores. Como havia acontecido dois anos antes, o alemão era a maior ameaça à Renault, mesmo a Williams tendo nitidamente um carro bem melhor do que a Ferrari do alemão.

Após treinos livres com tempo bom, havia perspectiva de chuva durante a classificação e por isso, todos os pilotos garantiram logo um bom tempo e Schumacher tirou um coelho da cartola ao melhorar o tempo de Hill em três décimos. O inglês da Williams ainda melhoraria o seu tempo, mas se manteve em segundo após cometer um erro e a sessão foi interrompida após um forte acidente de Villeneuve na rápida curva Estoril. Hill ainda fez duas tentativas para tomar a pole provisória de Schumacher, mas um erro e um encontro com o carro mais lento de Johnny Herbert fez com que Damon tivesse que se conformar com a segunda posição. Perguntado se repetiria o resultado na corrida, Schumacher dizia que seu desempenho em corrida era bem pior. Mal sabia ele...

Grid:
1) Schumacher (Ferrari) - 1:15.989
2) Hill (Williams) - 1:16.058
3) Alesi (Benetton) - 1:16.310
4) Berger (Benetton) - 1:16.592
5) Hakkinen (McLaren) - 1:16.634
6) Villeneuve (Williams) - 1:16.905
7) Coulthard (McLaren) - 1:17.007
8) Brundle (Jordan) - 1:17.187
9) Panis (Ligier) - 1:17.390
10) Barrichello (Jordan) - 1:17.665

O dia 30 de junho de 1996 amanheceu nublado em Magny-Cours, na região de Nevers, mas a corrida aconteceria sempre com piso seco. Somente o talento extraordinário de Schumacher fez com que conseguisse a pole em Magny-Cours e por isso, cada triunfo do alemão era comemorado entusiasticamente, mesmo sabendo que na corrida a coisa tendia a ser completamente diferente. Porém, logo na saída para a volta de apresentação, a Ferrari apresentou pequenos problemas, mas Schumacher saiu sem maiores percalços. Então, na altura da chicane Nürburgring, o motor Ferrari explodiu de forma espetacular, deixando todos perplexos, numa das cenas mais marcantes dos anos 1990. Schumacher saiu do autódromo ainda nas primeiras voltas a tempo de ver que o pesadelo da Ferrari duraria apenas mais cinco voltas, quando Eddie Irvine quebrou a bomba de combustível enquanto corria fora da zona de pontuação.

Todos no circuito e quem assistia a corrida pela TV ficaram com a nítida sensação de que o principal momento da corrida havia acontecido antes mesmo da largada. 'Quando vi o motor de Michael estourando, fiquei preocupado pela grande mancha de óleo deixada na pista', falou Hill depois da corrida. Provavelmente essa tenha sido a única preocupação do inglês durante a prova. Recém empossado como pole da corrida, Hill largou muito bem, assumindo a ponta, enquanto Hakkinen pulava de quinto para terceiro e Jacques Villeneuve subindo para o quarto lugar. Lá na frente, Hill estava abrindo uma boa diferença para Alesi, já fixando algumas voltas muito rápidas. Na volta 8, Hill já tinha 4s de vantagem e aumentando. Villeneuve pressionava Hakkinen, desesperado para não perder ainda mais tempo. Na primeira rodada de paradas, Villeneuve deixou Hakkinen para trás, enquanto Hill abria 10s para Alesi, que já via o canadense da Williams nos seus retrovisores. Na volta 38, Villeneuve assumiu a segunda posição após ultrapassar Alesi, formando a esperada dobradinha da Williams. Berger também diminuía a diferença para Hakkinen e na volta 43 o veterano austríaco efetuou a ultrapassagem. A Renault tinha seus quatro carros nas quatro primeiras posições.

A segunda rodada de paradas ocorreram sem maiores problemas e as voltas finais ficaram marcadas pela disputa interna pelo terceiro lugar entre os dois pilotos da Benetton. Com uma vitória de ponta a ponta, Hill recebeu a bandeirada com uma grande liderança de 11s em cima de Villeneuve e mesmo o canadense tentando diminuir o déficit, ele não pôde evitar mais uma vitória do seu companheiro de equipe. Apesar da pressão de Berger, Alesi garantiu o terceiro lugar e seu primeiro pódio no Grande Prêmio da França. A McLaren completou o sexteto que marcou pontos vinte anos atrás numa corrida sem sal, mas que para sempre ficará marcada pelo incrível infortúnio de Schumacher.

Chegada
1) Hill
2) Villeneuve
3) Alesi
4) Berger
5) Hakkinen
6) Coulthard 

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