quinta-feira, 28 de julho de 2016

História: 20 anos do Grande Prêmio da Alemanha de 1996

Quinze dias após a decepção que foi o Grande Prêmio da Inglaterra para os ingleses, a F1 visitaria pela terceira vez consecutiva a corrida caseira de uma estrela de 1996, no caso de Michael Schumacher no Grande Prêmio da Alemanha, apesar do alemão já ter corrida pela Ferrari na frente dos seus patrícios em Nürburgring. A Williams dominava a temporada com uma diferença abissal para os demais, enquanto que na Minardi, sempre ávida por dinheiro, Giancarlo Fisichella deixava seu posto como piloto titular, trocado pelo compatriota Giovanni Lavaggi. Aos 37 anos de idade, Lavaggi se tornava o mais velho novato na F1 em muitos anos, mas a experiência de Lavaggi não o permitiu largar para corrida, eliminado pela regra dos 107%.

Faltando apenas dois minutos para o fim do treino, Michael Schumacher estava a ponto de concretizar outro milagre e ficar com a pole, mas quando o diretor de prova já se preparava para dar a bandeirada e terminar a sessão, Damon Hill tirou o doce da boca do piloto da Ferrari para conseguir a pole na casa do alemão, frustrando sua torcida, que ficaria ainda mais desanimada quando Berger tirou Schumacher da primeira fila, com o austríaco conseguindo sua melhor posição de largada em 1996. Jacques Villeneuve conheceu a pista de Hockenheim na sexta-feira e aliado um setup ruim, o canadense não brigou pela pole. Correndo em casa, a Mercedes trouxe um novo motor para tentar melhorar a situação da McLaren, mas o máximo que conseguiram foi colocar Hakkinen em quarto e Coulthard ter ficado com a maior velocidade do dia, com 340 km/h.

Grid:
1) Hill (Williams) - 1:43.912
2) Berger (Benetton) - 1:44.299
3) Schumacher (Ferrari) - 1:44.477
4) Hakkinen (McLaren) - 1:44.644
5) Alesi (Benetton) - 1:44.670
6) Villeneuve (Williams) - 1:44.842
7) Coulthard (McLaren) - 1:44.951
8) Irvine (Ferrari) - 1:45.389
9) Barrichello (Jordan) - 1:45.452
10) Brundle (Jordan) - 1:45.876

O dia 28 de julho de 1996 amanheceu com chuva pela manhã, mas na medida em que a largada se aproximou, o sol apareceu e a pista estava seca, além de forte calor. Quando as luzes apagaram, Hill fez outra largada ruim e ficou atrás dos Benettons de Berger e Alesi, com o francês tendo feito outra largada soberba, subindo de quinto para segundo, tirando proveito das tentativas de Schumacher fechar Hakkinen. Durante a primeira volta, Coulthard tomou o quinto lugar de Villeneuve, usando a potência do motor Mercedes, na segunda chicane e logo a dupla da McLaren colou em Schumacher, iniciando uma longa briga.

Pois já nas primeiras voltas, os três primeiros (Berger, Alesi e Hill) gradualmente aumentaram a diferença para Schumacher, chegando aos 4s na volta 5, enquanto o alemão era pressionado por Coulthard. A corrida ficou estática, quando chegou a hora dos pilotos que parariam duas vezes fizessem suas primeiras paradas. Hakkinen foi o primeiro, mas o finlandês teve uma quebra na transmissão quando saía dos boxes, enquanto Coulthard parou na volta seguinte, perdendo várias posições. Berger, Alesi e Hill passaram do primeiro terço de corrida sem parar, mas quando Hill parou na volta 19, o inglês fez um rápido reabastecimento, claramente indicado que pararia uma segunda vez. Alesi parou na metade da corrida e encheu o tanque de combustível, indicando que não pararia mais. Schumacher e Villeneuve pararam na mesma volta e quase bateram na saída dos pits, mas apesar de tanto ímpeto, ambos voltaram atrás de Coulthard na briga pela quarto lugar e o canadense ficou na frente de Schumacher. Berger foi aos boxes na volta 23, colocando Hill na liderança e logo ficou óbvio que o inglês pararia duas vezes quando fixou a volta mais rápida nas voltas 22, 23, 24, 25 e 26, numa tentativa desesperada para estender sua liderança. Irvine e Coulthard fizeram suas segundas paradas, com o escocês ficando atrás de Schumacher, enquanto Irvine dava um calafrio na torcida alemã, quando o seu motor quebrou na volta 35, mostrando a fragilidade da Ferrari vinte anos atrás.

Hill entrou na nos boxes volta 34 com 16.7s de vantagem para Berger. Não era o suficiente e o inglês voltou atrás de Berger, porém, com pneus novos e pouco combustível, Hill partiria com tudo para cima de Berger, que fazia sua melhor corrida em anos. O austríaco sempre gostou de correr em Hockenheim, mas em 1996 Berger estava segurando bem as pontas, enquanto a corrida ficava mais emocionante, na medida em que Hill se aproximava de Berger. O piloto da Williams encostou na traseira de Berger já nas voltas finais, mas Hill não mostrou o mesmo ímpeto na hora de ultrapassar, ficando atrás da Benetton, mas sem tentativas reais de ultrapassagem. Talvez pensando no campeonato, Hill parecia conformado com o segundo lugar quando, faltando duas voltas para o fim, o momento mais penoso da temporada 1996 aconteceu: o motor de Berger estourou espetacularmente e Hill poderia herdar a primeira posição e ganhar na Alemanha. Onze segundos depois, Alesi fechou em segundo e deu uma carona para o amigo Berger, vencedor moral da corrida, na volta de aceleração enquanto Villeneuve levou seu Williams ao pódio novamente. Após três abandonos seguidos, o quarto lugar de Schumacher foi muito celebrado por ele e pela Ferrari. Mesmo tendo o melhor carro do grid, Damon Hill precisou de sorte para vencer em Hockenheim. Sorte de campeão.

Chegada:
1) Hill
2) Alesi
3) Villeneuve
4) Schumacher
5) Coulthard
6) Barrichello

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