quinta-feira, 14 de julho de 2016

História: 20 anos do Grande Prêmio da Inglaterra de 1996

Após o vexame da Ferrari em Magny-Cours, a falta de força da Benetton na França e mais uma dobradinha da Williams na terra da Renault, estava genuinamente claro que o campeonato de 1996 seria decidido pelos dois pilotos da Williams, com Damon Hill liderando o campeonato confortavelmente, enquanto Jacques Villeneuve fazia uma temporada de estreia até mesmo acima das expectativas. No circuito que leva o nome do seu pai, Villeneuve perdeu a corrida para Hill, que desta vez correria em casa. Silverstone com certeza estaria lotado para torcer por Hill, mas se com Mansell a torcida era um fator positivo, a frágil cabeça de Damon não funcionava tão bem quando pressionada, mesmo pelo lado positivo.

A Williams dominou os dois treinos livres, demonstrando ampla superioridade frente aos rivais, com seus dois pilotos muito próximos. Hill e Villeneuve, dois sobrenomes históricos, brigaram décimo a décimo pela pole. Faltando cinco minutos para o fim da sessão, Hill liderava, mas Villeneuve vinha com parciais mais rápidas, no entanto o canadense acabou atrapalhado por Hakkinen e o inglês pôde comemorar sua sexta pole em 1996 e a terceira seguida em Silverstone. O fator casa tinha ajudado Hill. Por enquanto. Quase 1s atrás, Schumacher tirava o máximo de sua Ferrari e ficava em terceiro, com Hakkinen surpreendendo com um ótimo quarto lugar com sua McLaren. A equipe Forti Corse tentou se classificar, mas com sérios problemas financeiros, o time italiano faria sua última participação na F1.

Grid:
1) Hill (Williams) - 1:26.875
2) Villeneuve (Williams) - 1:27.070
3) Schumacher (Ferrari) - 1:27.707
4) Hakkinen (McLaren) - 1:27.856
5) Alesi (Benetton) - 1:28.307
6) Barrichello (Jordan) - 1:28.409
7) Berger (Benetton) - 1:28.653
8) Brundle (Jordan) - 1:28.946
9) Coulthard (McLaren) - 1:28.966
10) Irvine (Ferrari) - 1:29.186

O dia 14 de julho de 1996 estava frio em Silverstone, inclusive com chuva pela manhã, mas quando a hora da largada se aproximou, a pista estava seca e havia até um pouco de sol, motivando 90.000 pessoas irem à velha base aérea torcer por Hill, que antes de entrar no carro, acenou e sorriu para multidão, tentando mostrar alguma confiança. Porém, no apagar das cinco luzes vermelhas, quem largou melhor foi Villeneuve, enquanto Hill deixava seu Williams patinar e na curva um, já caía para quinto. Schumacher também não larga bem e quem pula para segunda era Alesi, seguido por Hakkinen. 

Villeneuve liderava na frente da torcida de Hill, que tentava uma rápida recuperação e atacava com força a Ferrari de Schumacher na briga pela quarta posição. Isso até a volta 3, quando a Ferrari de Michael começou a claramente fumar (não tanto quanto a espetacular quebra na volta de apresentação na França). Mesmo uma quinzena de extensos testes de confiabilidade, a Ferrari já estava fora do Grande Prêmio da Inglaterra na quinta volta, quando Irvine também abandonou quando o motor italiano abriu o bico bem na reta dos boxes. A imprensa italiana já se preparava para malhar Jean Todt, como Judas na semana santa. Após se livrar de Schumacher, Hill imediatamente partiu para cima de Hakkinen, em terceiro. Enquanto isso, com pouco combustível em seu carro, Villeneuve disparava na frente, abrindo 1s por volta sobre Alesi. Ao contrário do companheiro de equipe, Hill estava numa estratégia de uma parada e com o carro mais pesado, não conseguia fazer uma manobra definitiva em cima de Hakkinen. Villeneuve fez sua primeira parada na volta 22, retornando à pista logo atrás de Hill. Porém, duas voltas mais tarde, Hill rodou quando vinha atrás de Hakkinen. Damon teria sucumbido à pressão? Um rolamento, possivelmente valendo poucas libras, havia quebrado na Williams, fazendo Hill rodar na Copse e o abandonar bem na frente de sua torcida, que logicamente estava extremamente decepcionada, apesar do aceno do inglês.

Alesi faria apenas uma parada, enquanto Hakkinen parou na volta 27, indicando que pararia duas vezes. Porém, o ritmo de Hakkinen não era bom o suficiente para assegurar sua posição no pódio e o finlandês ficaria atrás de Berger, na segunda Benetton. Enquanto isso, tendo que fazer uma segunda parada, Villeneuve andava no limite e quando chegou a vez da segunda parada do canadense, Jacques voltou à pista confortavelmente na liderança. Alesi estava num ritmo mais lento e permitia a aproximação de Berger, com ambos tendo aparentes problemas nos freios. Quando uma fumaça começou a sair da roda de Alesi, o francês foi aos boxes abandonar a corrida, já sem freios, enquanto Berger diminuía seu ritmo para esfriar seus freios, mas sua diferença para Hakkinen era tamanha, que o austríaco não teve muito trabalho para manter o segundo lugar. Rubens Barrichello, David Coulthard e Martin Brundle completaram a zona de pontuação. A Benetton chegou a impetrar um recurso contra uma suposta irregularidade na asa dianteira da Williams depois da corrida, mas acabou dando em nada. Vinte anos atrás, a F1 definitivamente não teve a melhor das corridas... Era a segunda vitória de Villeneuve na carreira, mas o canadense ainda estava quinze pontos atrás de Hill no campeonato, porém a certeza era que um piloto da Williams seria o campeão de 1996.

Chegada:
1) Villeneuve
2) Berger
3) Hakkinen
4) Barrichello
5) Coulthard
6) Brundle

Nenhum comentário:

Postar um comentário