sábado, 16 de julho de 2016

História: 10 anos do Grande Prêmio da França de 2006

Um ano após o fiasco em Indianapolis, a Michelin adotou uma postura conservadora na pista americana, permitindo uma dobradinha dominadora da Ferrari na pista de Indiana, além do banimento da famosa suspensão da Renault, que havia dado uma vantagem considerável ao time francês na degradação dos pneus. Porém, correndo em casa, em Magny-Cours, era esperado que a Michelin oferecesse um pneu competitivo em França, permitindo Renault e McLaren lutar com a Ferrari. Nos testes em Jerez, McLaren e Renault fizeram os melhores tempos. Uma semana antes da prova em Magny-Cours, Juan Pablo Montoya surpreendeu a todos anunciando que se transferiria para a Nascar em 2007, pela sua antiga equipe na Indy, a Chip Ganassi. Fazendo uma temporada horrível, demorou dois dias para a McLaren anunciar que estava rescindindo o contrato do colombiano com efeito imediato, que logo se mandou para os Estados Unidos e os hambúrgueres. Era o fim da carreira de Juan Pablo Montoya na F1. Apesar do carisma e da velocidade, ficando muito abaixo do esperado. 

No complicado sistema de classificação de 2006, onde os carros começavam a última parte do treino com o combustível que largariam e passavam várias voltas apenas para queimar combustível com pneu velho para depois tentarem uma volta voadora, Schumacher e Alonso protagonizaram uma cena marcante, com os dois brigando para ver quem sairia primeiro para a pista, demonstrando o alto grau de rivalidade que já existia entre os dois pilotos. Michael marcou o tempo de 1:15.493, ficando com a pole position, com Massa logo trás. Era a segunda dobradinha no sábado de 2006 da Ferrari e a Renault acabou surpreendida. Alonso terminou em terceiro lugar e não podia esperar qualquer ajuda de Fisichella, que conseguiu apenas o sétimo tempo. Os dois Toyotas foram bem, em quarto e quinto, com Trulli à frente de Ralf e ambos Toyota à frente de Raikkonen. 

Grid:
1) M.Schumacher (Ferrari) - 1:15.493
2) Massa (Ferrari) - 1:15.510
3) Alonso (Renault) - 1:15.785
4) Trulli (Toyota) - 1:16.036
5) R.Schumacher (Toyota) - 1:16.091
6) Raikkonen (McLaren) - 1:16.281
7) Fisichella (Renault) - 1:16.345
8) De la Rosa (McLaren) - 1:16.632
9) Coulthard (Red Bull) - 1:16.663
10) Webber (Williams) - 1:16.129

O dia 16 de julho de 2006 estava quente e ensolarado em Magny-Cours, igual aos demais dias daquele final de semana em que a maioria da torcida, ao contrário do que acontece no resto do Globo, estava de azul, torcendo pela Renault. Era uma corrida de incerteza de quanto às estratégias que seriam utilizadas. Na largada, o pole Michael permaneceu na liderança, enquanto Alonso se esforçou para passar o segundo colocado Massa ainda nas primeiras curvas. Eles ficaram muito próximos e Alonso sabiamente decidiu recuar em vez de arriscar um contato. Atrás do trio principal, vinham a Toyota de Jarno Trulli em quarto, seguido pelo companheiro de equipe Ralf Schumacher, da McLaren de Kimi Raikkonen e o segundo Renault de Giancarlo Fisichella.

Massa estava fazendo o que Ferrari pediu a ele - segurar Alonso, enquanto Michael rapidamente se afastava na liderança. Alonso estava perto da segunda Ferrari, mas não tinha a possibilidade de obter a ultrapassagem. Massa foi o primeiro a ir aos boxes, na volta 17, e Alonso foi logo depois, demonstrando que ambos estavam em uma estratégia de três paradas. Em seguida, Raikkonen entrou, o que foi um pouco surpreendente, porque se pensava que a McLaren estava numa estratégia de duas paradas. Alonso tinha voltado atrás de Massa e De la Rosa, substituto de Montoya, era o próximo a fazer sua primeira parada. Ele foi seguido por Webber, Michael Schumacher e Fisichella, todos parando na volta 19. A Toyota estava na frente, com Trulli à frente de Ralf, enquanto Massa fazia a volta mais rápida em seu novo set de pneus Bridgestone. Trulli foi aos boxes, deixando Ralf na liderança até Schumacher Júnior também fazer sua primeira parada. Ralf teve um atraso no pneu traseiro esquerdo, que o fez perder algum tempo. Quando todos os pilotos fizeram suas primeiras paradas, a ordem era Michael, Massa, Alonso, Trulli, Raikkonen, Fisichella e Ralf.

Numa das raras ultrapassagens na pista, Raikkonen ficou lado a lado com Trulli na freada para o hairpin Adelaide e ultrapassou a Toyota, subindo para quarto. Raikkonen estava se aproximando de Alonso, mas Kimi antecipou sua segunda parada. No entanto, Massa parou um pouco depois e toda a sequência de paradas iniciou novamente. Com Massa temporariamente fora do seu caminho, Alonso estava forçando o máximo possível, tentando obter alguma vantagem sobre o brasileiro. Michael fez sua segunda parada e deixou Alonso na liderança pela primeira vez, mas foi de curta duração. A Ferrari saiu do pit lane logo atrás da Renault e o alemão ainda tentou a ultrapassagem, mas com pneus frios, preferiu se acalmar e esperar a parada de Fernando. Depois de correr confortavelmente nos pontos até então, Trulli abandonou com problemas de freio na volta 39, enquanto Webber tem um problema em sua parada, fazendo-o voltar aos boxes na volta 43 para abandonar com a roda quebrada. Enquanto isso, Alonso fez sua segunda parada, bem como Ralf e Rosberg, que aparentemente sofreu com problemas semelhantes aos de Webber, embora o de Rosberg não fora, evidentemente, tão grave. Os pilotos que parariam três vezes começaram a ir para os seus últimos pit-stops: Massa e Raikkonen na mesma volta e Michael uma volta depois. Alonso ficou na pista...

Descobriu-se que Alonso, apesar de fazer sua parada logo no começo, pararia duas vezes nos boxes. A Renault tinha decidido que se ele ficasse à frente de Massa na primeira volta, iria deixá-lo em uma estratégia de três paradas e se não o fizesse, seriam duas. E devidamente deu certo, pois o espanhol tomou o segundo lugar de Massa. E Alonso sabia que eram pontos importantíssimos. Michael recebeu a bandeira quadriculada para a sua vitória de número 88 na carreira, com Alonso em segundo à frente de Massa. Pela primeira vez na história da F1, um piloto vencia incríveis oito vezes numa mesma pista. Ralf fez um bom trabalho e terminou em quarto lugar, mas a Toyota poderia facilmente ter tido ambos os carros nos pontos se não fossem os problemas de Trulli. Raikkonen terminou quietamente em quinto, com De la Rosa em sétimo - foi um desempenho sólido o suficiente da McLaren, mas não parece haver qualquer grandes melhorias para brigar pela vitória. O carro de De la Rosa prontamente morreu assim que recebeu a bandeirada. Entre as McLarens estava Fisichella em sexto e Heidfeld, que teve uma tarde bastante tranquila, pegou o último ponto em oitavo. Não foi uma corrida muito excitante - Magny Cours raramente é -, mas muito interessante com as diferentes estratégias. Apesar das previsões de que a Renault viria bem na França, a Ferrari ficou no controle durante o fim de semana. Renault fez um pouco de controle de danos para que Alonso só perdesse dois pontos para Michael, em vez de quatro, mas a diferença constantemente está caindo no campeonato.

Chegada:
1) M.Schumacher
2) Alonso
3) Massa
4) R.Schumacher
5) Raikkonen
6) Fisichella
7) De la Rosa
8) Heidfeld

Nenhum comentário:

Postar um comentário