sábado, 30 de julho de 2016

Última corrida de Villeneuve

Dez anos atrás, realizava-se o Grande Prêmio da Alemanha de 2006, com uma histórica dobradinha da Ferrari e Michael Schumacher vencendo pela última vez na frente dos seus patrícios. Numa corrida dominada pela Ferrari, apesar da pole de Raikkonen, em uma das paradas Felipe Massa claramente aliviou para não ter que ultrapassar Schumacher, que saía dos pits e garantir que o alemão estivesse na frente. Ninguém reclamou muito, pois Massa claramente era um aprendiz e Schumacher precisava dos pontos para brigar pelo título, principalmente com a Renault de Fernando Alonso não estando numa boa jornada. O espanhol terminou apenas em quinto, mais de 20s atrás da dupla ferrarista.

Porém, na volta de número 30, um fato aparentemente sem maior importante provou-se histórico mais tarde. Jacques Villeneuve bateu forte seu BMW Sauber e abandonou a corrida, saindo do carro com seu macacão largo, por causa de uma alergia. Aparentemente Jacques estaria pronto para a próxima corrida, mas não foi o caso. Dias depois, a BMW anunciou que Villeneuve estava impossibilitado de correr e por isso, entraria em seu lugar o polaco Robert Kubica. A verdade foi que ao comprar a Sauber, a BMW teve que engolir Villeneuve pelo menos em 2006. Vindo de uma temporada terrível em 2005 no time suíço, Villeneuve pareceu mais motivado numa equipe de fábrica e fazia uma temporada correta na BMW, mas o chefe da BMW Mario Theissen não esperava para se livrar de Villeneuve e promover a promessa Kubica. O acidente em Hockenheim fora somente uma desculpa. Contrariado, o canadense rompeu o contrato e aquela corrida em Hockenheim seria a última do canadense na F1.

Villeneuve estreou na F1 vinte anos atrás como um furacão, arrebatando fãs por ser um verdadeiro anti-Schumacher, maior estrela da época, além de uma personalidade forte e frases não muito polidas. Além do fato de ser filho da lenda Gilles Villeneuve. Jacques relutou em ser chamado apenas de 'filho de Gilles', pois ele queria ser apenas Jacques Villeneuve. O canadense foi vice-campeão logo em sua primeira temporada e seria campeão em 1997, o ano mais interessante da F1 na década de 1990, após um polêmico final em que foi atingido por Schumacher. Foram dois anos de sonho para Villeneuve, que parecia ter a F1 sob seus pés, mas grande mudança de regulamento de 1997 para 1998, somada a saída da Renault da Williams fez com que Villeneuve tivesse um ano ruim após seu título, não tendo chances de defender seu campeonato. Junto ao seu empresário Craig Pollock, compraram a Tyrrell e a transformaram em BAR. O noviciado da equipe foi difícil e Villeneuve não marcou pontos em 1999, mas nas duas temporadas seguintes, Jacques novamente mostrou bons resultados a ponto de ser sondado a sair de sua equipe e se mudar para a Renault.

Contudo, Villeneuve recusou a proposta para ser... demitido de sua própria equipe, em 2003. Pollock tinha saído da equipe e a Honda comprou o time, deixando Villeneuve sem lugar na F1 em 2004, retornando mal e porcamente em 2005. E a demissão da BMW em 2006. Jacques Villeneuve ainda tentou retornar à F1 algumas vezes, além de se tornar um andarilho do automobilismo. Após tentar a música, junto com a sua irmã Melaine, Villeneuve vive hoje de falar mal da F1 atual. Mesmo tendo conquistado o título que seu pai não conseguiu, Jacques ainda é menos reconhecido do que Gilles. Após um início impressionante na F1, ficou a sensação de que Jacques Villeneuve poderia ter feito muito mais em sua carreira. 

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